Última carta escrita por nosso saudoso consócio Guilherme Santos Neves ao amigo Hermógenes Lima Fonseca
Folclore e Lendas Capixabas
Quando esta crônica estiver publicada, já passou do tempo em que, numa camurcenta tarde cor de milho dourada, Hermógenes Fonseca voltou de uma vez para Conceição da Barra
No correr da solenidade, foi-lhe passada a palavra. Com aquele jeitão que lhe era peculiar, tocado pela emoção das referências que já lhe tinham sido feitas, limitou-se simplesmente a dizer: - Minhas senhoras e meus senhores, tenho dito. E precisava dizer mais?
Para cada momento, criou a imaginação popular, na sua eterna ingenuidade um punhado de superstições, transmitidas de geração a geração, séculos afora
Quando Maciel me convidou para participar deste livro, contando um pouco, para quem não o conheceu, do Hermógenes
Ele sempre pesquisava / Todo festejo que havia, / Fazia os apontamentos / Que o próprio povo dizia, E o primeiro boletim / Sobre o folclore nascia
Serafim Leite relata o Milagre do Pato, realizado por José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, em Carapina, Serra
Apropriações realizadas pela indústria cultural – como se deu no caso da música Madalena do Jucu, adaptação feita por Martinho da Vila a partir de toada pertencente a banda de congos capixaba e, segundo ele, um dos maiores sucessos de sua carreira
Em sua visita à Reis Magos ou Nova Almeida no ano de 1860, Dom Pedro II foi atraído por uma banda de congo que os caboclos formavam em louvor a São Benedito
Mas precisava legalizar seu estatuto. Não podia ter somente o nome de escola, escola de samba. Escola, por quê? Escola para ensinar samba? Não, porque podia confundir coisa de gentinha do morro com as escolas oficiais
