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A Barra do Jucu de há pouco

O Artista Kleber Galvêas

Observação: Este trabalho foi concluído em 2003. De lá para cá, 2006, grandes transformações foram operadas na Barra. A metalúrgica União dobrou de tamanho e criou a Associação Corina Leite. Surgiram várias pousadas. O comércio abriu novos e variados pontos. Casas sofisticadas e prédios foram construídos. Temos duas escolas públicas, primeiro e segundo grau. Um posto médico/dentário (a dengue e falta de saneamento são problemas). Um aeroclube. A praça e cinco ruas estão calçadas. Não há supermercado, agência de correio, nem bancária. O cemitério foi duplicado nos anos 90 e já está lotado com defuntos importados. A Barra nunca elegeu vereador. Um lote de 350 m2, no centro custa cerca de R$40 mil ou R$20 mil e 1 Kg de peixe barato custa R$4,00, o de primeira, R$16,00. O pão francês, R$0,20. A vida noturna está agitada, com muitos shows ao vivo: Barracustico, Barroco, Taberna da Madalena e Bar do Rony. O Aloha de Maristela virou café. Nena lança sua revista virtual (WWW.taru.art.br). Daniel fabrica tambores, e seu genro, Vitalino, casacas. A família toda está no congo, com Glecyr e Humberto. Ana e Juninho mantêm A Crônica circulando. Waldecir, grande seresteiro, faleceu vítima de abelhas na manhã do dia 7 de fevereiro de 2006. Seu Pedro está sempre atento na minha rua e Carlos dá duro na oficina de móveis. A venda do Rui e a padaria do Carlinhos são comércios antigos. Lyanna e Felipe continuam atletas. Roberto e sua cantina fazem sucesso. Rodrigo e família desenvolvem o Rancho Forte. João Carlos lança livro falando da Casa da Égua e Barra. Seu Alarico, D. Rosinha e Seu Máximo, sempre calmos, passeiam. Lula e amigos podam caprichosamente as árvores da rua. D. Geralda conserva bonitos seus cabelos brancos. D. Tereza e Paulo Nunes mudaram da Barra. Messias, no canto da Barra, continua reinando. O Francichetto, iniciado com Eliseu e Toninho, tem hoje Sergio e suas irmãs no comando. João Luiz, pai de três, cuida da segurança e Alexandre virou empresário. O pastor Alexandre amplia sua casa. O jornalista José Roberto Santana veio morar na pousada do Tô. Wasty cria escola de música para crianças e Maria, viúva de Darly Santos, abre seu ateliê. O pintor     francês Philipe se estabelece aqui, num apartamento de Chico e Zezé Calazans. A pintora Heidi Liebermann continua vindo da Alemanha todos os verões. Rosinha e Júlia estão sumidas. A Barra tem duas fábricas de telas para pintura. D. Didi do Barramar é eleita Miss Terceira Idade do ES. Atletas campeões mundiais como Renato Costa e Neymara são festejados. Jornalistas residentes como Pedro Maia, Rubinho Gomes e Eustáquio Palhares, prestigiam a Barra. Nenna B. agita com sua visão de vanguarda. César Guedes venceu concursos internacionais de design e, com Regina, esperam o segundo filho barrense. Dr. Hugo Musso multiplica e espalha mudas de orquídeas e bromélias no seu jardim, de Andreia e de André. Jorge, Borel, Balunga e Cristiano estão sempre nesse jardim. Tô expande a Brisa na Barra, sua pousada. Dr. Vitor Santos Neves continua filosofando e Bianca agitando. D. Darcy e D. Nadyr continuam dançando. Rubinho e Rodrigo lançam disco bem cuidado. Jéferson, depois de abrir a cabeça, abre a loja de bicicletas, e seu filho, Vinícius, faz máscaras de carnaval. D. Dorinha e família, Xaxá e Marina, mantêm o congo vivo, assim como Chumbinho, Buchecha e Turma do Seu Zé Silva. João Amaral dá show com seu pandeiro, presente de Clóvis Castelo Miguel. Nelson Abelha zoa e sabe de tudo. Zé Nogueira vai para Santa Catarina levando Magali, Greco, Lucas e Mateus. Depois de Nicau, Vera Maria da Penha finaliza o segundo livro com temática barrense. Celso fez as belas ilustrações. Pierre e Marilia prometem voltar para a Barra. O Projeto Barra Limpa de Marilia aponta os belos jardins da rua e o de Bernadete foi o vencedor do ano. Bell Coelho lança livro de poesias “Real e Fantasia”. Júlio Fabris, o cientista, foi conquistar o mundo com a física. Sandro está começando. O professor Élson é assassinado na Glória. Bergman tem mais filmes da Barra e Chuma, seu filho, grafites fantásticos. Marilena publicou mais um livro. Gabriel, Jânio, Geraldo e Gilberto continuam a tradição de família e constroem casas. Meus tios, Cuca, Renato, Maurício e Dodoca continuam assíduos na Barra e Pota deixou saudade. Tomaz está na França com Érica e Rafael. Fabrício amplia sua academia. Bitão está na Itália e Fabinho mantém a sorveteria. José Olavo canta e muito bem. Carminha comanda a Ama Barra. Marcelo Sputnik, com Marney, fundou uma sucursal do visaoambiental.com. Seu Zé, eletricista, ex-coveiro, sempre pedalando sua bicicleta. Jane da Pousada Koalas é avó, presente do campeão Davy. Tonzinho Braga, com Solange, aplaude Davi, que canta com competência e alegria, na Banda TamborES. Dona Palmira mudou-se da Barra. Bino e Eloisa continuam nos EUA. O fotógrafo Agostinho veio morar aqui perto. O ator Wilian vive na beira da praia. Líllian e Jerry vivem entre Barra e Nona Iorque. Maria Luiza, Lilico e esposa ainda colocam suas cadeiras na calçada. Waleska tenta o pessoal na praça com seus doces. A magra, alta e bela Walkiria luta para se consolidar como modelo. Coronel Calazans e Savinho continuam compondo, tocando e cantando. Derly e Zé Tiburcio esqueceram o carnaval, Valci, não. Patrik Muniz faz o Curta Barra. D. Horonilda deu susto do coração em Quirino, Kika, Marquinho e em toda a família. Solimar está na roça. Sinhô e família sempre simpáticos. Manoel sempre estimado tem tiradas antológicas como seu sobrinho, Julinho Pé de Bicho (“Na boca de quem não presta, quem é bom não vale nada”). Fabiano e Joaquim Canelinha torcem pelo Barrense. Periquito, Jura, Vinicius e Augusto, ex-casacas, dão os primeiros acordes na Banda TamborES. Lobão afina o violão para acompanhar Seu Chiquinho e Dulce. Fabão entrou para o grupo. Léo continua entalhando e Toninho Natural inicia a decoração de muros e postes com alto-relevo colorido. D. Maria, viúva de Dinamérico e mãe do Chef Dinomar e de Danilo, nos fornece fruta-pão. Ernesto Calazans, professor de biologia, curte sua aposentadoria. Lira e Felipe, pioneiros do ultraleve, voam no Aeroclube. Zezé Calazans e Chico estão com a vida ganha. Rita Fialho comanda a “Terceira Juventude”. A Gazeta, Notícia Agora e A Tribuna são vendidos na peixaria do Fernando. Gilberto e Ilna, dentistas competentes, ficaram na Barra. Geraldo, Joana, Caio e Fábio são vizinhos amistosos, assim como Suly Valadares, Tadeu, D. Honorilda, Lula, Gilson, Julita e Seu Vivi. Duda Niero gravou disco, mas hoje é político. Alan Kardec conserva sua casa na nossa rua (Antenor Pinto Carneiro). Seu Antônio Leão, com sua voz grave, tem sempre uma saudação simpática. Dulcinéia e Braz, pais de Alexandre, ganharam Emanuelle. Mineiro das Motos e Noélia cuidam bem do jardim. José Honorato vende panelas de barro. João, Aparecida, Pedro e Gracinha continuam a prestigiar a Barra. Vitalino fez jongo para Seu Zé de Loura, que não se cansa de caminhar. D. Izaura, foliã quase centenária, pulou o último carnaval. Mônica vende roupas e Zé Maria abriu bar na praia. D. Ester e Welington, muito estimados, são da velha guarda. Lia e Paulinho Coutinho, irmãos de Maria Luiza, me fazem lembrar o pai Adédio. Meu amigo Fabiano casa com Renata, minha colega no curso de História. O muro da casa da família do fotógrafo Rogério Zago é um grande painel do Toninho Natural. A Fazenda Camping, sob o comando de Eduardo Pignaton, reinicia shows organizados pelo sobrinho, Juliano. Cristian, filho de Nenzinho, é promessa de campeão. Nenenzera, Bian e Clerinho mantêm oficinas de surfe. Calota é o homem dos eletrônicos. Miriam Moreira tenta resgatar as cirandas com o apoio de Anita, Marilena e Beth Broeto. Zilda fica feliz com Flavinho tocando no Casaca. Seu Írio parou de tocar violão (era o pescador decano). Cláudio Vereza é lançado candidato ao Governo Estadual. Vasco Alves, a Deputado Federal. Zéca leva seu salão para o bairro Tamoio. Laura Flores está em Londres, com Alexandre. Diversos barrenses frequentam a universidade. A Igreja católica ganha anexo em estilo semelhante ao original e abre as portas para o congo. Na fincada do mastro. Morre Sultani Valadares, que em 1955 mostrou a Barra para meu pai. Jorge Prisso e sua família criam a Interbarra (internet). Restaurantes se multiplicando não mais só com frutos do mar. Não existem mais praias desertas. A Ponte da Madalena refeita dá passagem apenas a pedestres e bicicletas. Só resta a matade Jacarenema. Temos uma escola de segundo grau. O Desembargador Jorge Goes Coutinho, nativo da Ponta da Fruta, foi eleito presidente do Tribunal de Justiça. O ateliê de Kleber Galvêas continua funcionando. A Banda Casaca dividiu-se em duas e foi criada uma nova banda de congo (TamborES da Barra). Inaugurada pela PMVV a Casa da Cultura e Cidadania de Vila Velha, com biblioteca e atividades culturais diversas. Augusto e Fabrício criam o Projeto A Grande Roda na Casa da Cultura, promovendo congo e novos valores musicais, todas as quintas. O Coral da Barra se consolida sob a batuta do maestro Fernando Sacomandi. Paulo DePaula apresenta seus autos (Anchieta: depoimento e Auto dos Reis) nas ruas da Barra. Bem-te-vi, sabiá, rolinha, siriri, gaturamo, joão-de-barro, viuvinha, martim-pescador, garças grandes e pequenas, saira, sanhaço, bombeirinho, canário, colero, pardal, socó e garrincha são os pássaros mais vistos. Os peixes mais capturados são: guaibira, baiacu, peroá, sarda, cortadeira, pé-de-banco, boca-de-velho, sargo, pescada, pescadinha, robalo, manjuba, tainha e corvina. De 1974 para cá diminuiu consideravelmente o número de borboletas e mariposas que visitavam nossa casa. Também despencou o número de cigarras, rãs, sapos e pererecas. Animais silvestres como chupati, gambá, porco-espinho, mão-pelada, cachorro-do-mato, jacaré, ariranha não são vistos há mais de 20 anos. Caju silvestre, pitanga, salsa da praia, gajiru, saborosa, guriri, carguejo, cipó-são-joão, pau ferro, tagibebuia e samuma tornaram-se raridade.

 

Fonte: A História da Barra do Jucu. “Gênese da Cultura Capixaba Desenvolvimento Sócio Cultural da Grande Vitória”, ano 2005
Autor: Homero Bonadiman Galvêas
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2013 

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