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A Construção do Convento da Penha (Parte IV)

Relógio da Torre - Muito original. Presume-se do século XVII. Foi restaurado a expensas da Prefeitura Municipal de Vitória e aqui colocado no ano de 1952

No Capítulo, já diversas vezes mencionado de 14 de setembro de 1653, celebrado na Bahia pelo novo Custódio Frei Daniel de S. Francisco, o santo Irmão Frei Francisco da Madre de Deus, primeiro Superior e iniciador das obras do Convento da Penha, foi substituído por Frei Nicolau de S. Tomé. Governou quatro anos, isto é, até 1657. Neste prazo de tempo fez a maior parte do primitivo Convento de modo que foi propriamente ele quem o construiu.

Sucedeu-lhe Frei Antônio dos Santos até ao Capítulo de 5 de novembro de 1659. Também os quase três anos de governo deste Superior foram assinalados por importantes obras; e acabado o seu tempo recolheu os votos para primeiro Custódio dos Conventos do sul.

Com as obras de Frei Antônio dos Santos ficou concluída a fábrica do Convento, como tinha sido ideada pelo Custódio Frei Sebastião do Espírito Santo em 1650, e por isto o Superior eleito no Capítulo de 1659 já o foi com o título de Guardião. A escolha caiu em Frei Manuel dos Mártires, que conservou o cargo até à Congregação de 4 de dezembro de 1660, na qual foi rendido por Frei Baltasar das Neves.

No Capítulo de 21 de setembro de 1662, o cargo de Guardião passou para Frei Francisco, chamado o Fundão. Era Irmão leigo, o que demonstra que, como o primeiro Superior, era Religioso que de modo especial merecia a confiança dos Prelados maiores.

Tendo assim acompanhado a construção do Convento, ou melhor, Conventinho, da Penha, antes de trazer para estas páginas notícias de anos posteriores, ouçamos como Frei Apolinário da Conceição, o cronista da antiga Província, descreve o primitivo Convento pelos anos de 1730, embora o faça em linhas gerais. Com as grandes obras em 1750, também a primeira construção sofreu modificações essenciais.

"Do coro faz um antecoro e nele há duas celas, a do sacristão e outra fronteira que serve de coristado. Junto desta vai a escada que vai ter no dormitório, onde assistem os mais Religiosos e que corresponde à portaria e varanda que firmam esta contra ventos fortes das demonstrações de abalo. Do meio do dormitório que segue por outra escada menor que a do ante-coro e cai no dormitório. No fim dele encontramos a casa (sala) De profundis, -refeitório, cozinha e capitulo, ficando por baixo do dormitório as oficinas, nas quais vi, estando neste Convento de romagem, e também na casa De profundis, a água estar correndo por entre as paredes. Isto se vê toda vez que chove, como então fazia o céu. Da porta do capítulo e que serve de clausura dela, debaixo da cozinha, fica a casa da lenha, e no fim uma abreviada (pequena) horta e a Ermida onde faleceu o servo de Deus, da qual, voltando para o Convento, fica uma casa de água, que se recolhe da chuva por meio de umas telhas, postas pela penha. Estas, como todas as mais obras, metem confusão, como se podiam fazer pelo empinado da rocha, onde este Santuário está fundado, por sua altura e eminência, que pela parte mais favorável por onde a ela se chega tem a distância da Via-Sacra, que principiando-se esta na cruz da entrada do monte, vai finalizar na última face da igreja . .."

Sobre a Comunidade que no seu tempo assistia no Convento e sobre o seu fervor religioso diz o mesmo: "Assistem aqui, como capelães e serventes desta Senhora, quinze Religiosos, que cultivando o coro nas horas do dia, não faltam nunca ao da noite; até tendo neste Convento havido alguns que em toda noite se achavam ao pé do altar. Os Religiosos que aqui adoecem se vão curar no Convento da vila de Nossa Senhora de Vitória; pois neste é só as oficinas [cozinha, dispensa, depósito, etc.] que tem, e assim os que morrem, naquele Convento são enterrados, que neste só os vivos têm lugar".

 

Fonte: O Convento de N. Senhora da Penha do Espírito Santo, ano 1965
Autor 1: Frei Basílio Rower
Autor 2: Frei Alfredo W. Setaro
Compilação: Walter der Aguiar Filho, abril/2015

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