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A História do Carnaval

Carnaval - Cenas do Carnaval Veneziano, numa gravura da época

Carnaval -  Período anual de festejos profanos, geralmente de três dias, origem se perde em hipóteses, mas que foi vinculado ao calendário católico no séc. XV, quando ficou estabelecido que o domingo de carnaval ocorreria sete semanas antes do domingo de Páscoa.

Assim como a origem da festa é incerta, também o é a etimologia da palavra: alguns autores sustentam que deriva de carrum navalis, barco ornamentando com que os romanos abriam certos desfiles alegóricos: outros preferem considerá-la oriunda de carnem levare (suprimir a carne), que seria uma alusão ao período de abstinência da Quaresma, que tem início na quarta-feira de Cinzas.

Festas com características carnavalescas existiram através da história, entre os mais diversos povos, desde as origens neolíticas da agricultura: os festejos eram então associados aos rituais de abertura do ano agrícola, à renovação da terra e à colheita. Nas máscaras carnavalescas, tem-se buscado também origem ritual, relativa ao culto dos mortos, praticado por ocasião daquelas festas agrícolas, principalmente entre os celtas.

Entre os festejos da Antiguidade que estariam nas raízes do carnaval europeu, fala-se especialmente das saturnais romanas, que celebravam a volta da primavera, e das bacanais, também romanas, verdadeiras orgias religiosas em honra a Baco (Dioniso), deus do vinho e do delírio místico.

Na Europa, destacaram-se os festejos carnavalescos da Itália (Roma, Florença, Nápoles, Veneza), da França (Nice, Paris), da Alemanha (Munique, Colônia) e Bélgica (Binche).

Carnaval no Brasil – Foi em fins do século XIX e início do séc. XX que o carnaval do Brasil começou a conquistar fisionomia própria: nessa época já declinava o carnaval europeu, reduzido a desfiles organizados e artísticos de carros alegóricos e máscaras, e a bailes à fantasia.

As primeiras brincadeiras carnavalescas do Brasil, no período colonial e na monarquia, eram as do entrudo português: consistiam em lançar-se farinha, água, tinta, etc... uns aos outros, na rua. Em 1840, o matutino carioca O Jornal defendia um carnaval elegante e aristocrático, fazendo críticas cerradas ao entrudo, então classificado como ‘’ jogo selvagem ‘’: a violência do entrudo era tal que muitas pessoas não ousavam sair à rua durante o carnaval. No mesmo ano, foi realizado o primeiro baile carnavalesco do Rio (22 de janeiro de 1840, no Hotel Itália). Inutilmente proibido, diversas vezes, pelas autoridades municipais, o entrudo só entrou em declínio a partir de 1904, quando o prefeito Pereira Passos, do Rio de Janeiro, o proscreveu definitivamente.

A imaginação popular voltou-se, então, para a confecção de máscaras, as primeiras das quais já haviam surgido em 1834, por influência francesa. Ganham preeminência as Grandes Sociedades, algumas das quais fundadas em 1885, como a União Veneziana, a Euterpe Comercial e a dos Zuavos; destes surgiram, depois, os Tenentes do Diabo, que até hoje se apresentam nos desfiles da terça-feira gorda.

O início do século vê a intensificação dos bailes, em que predominam polcas e valsas, embora a marcha-rancho “Ô abre alas”, de Chiquinha Gonzaga, data de 1899. Intensificam-se também os blocos de rua, o primeiro dos quais foi o Zé Pereira, corruptela do nome de seu primeiro animador o sapateiro e tocador de bombo português José Nogueira de Azevedo Paredes (de meados do séc. XIX). Os blocos da época, além do bombo, traziam cuícas, tamborins, pandeiros, frigideiras, reco-recos, e deram um caráter popular aos festejos. O corso, nos anos 20, foi outra manifestação do carnaval das metrópoles brasileiras, especialmente do Rio de Janeiro, desaparecendo com as dificuldades de trânsito e a abolição dos carros abertos.

As escolas de samba, com suas características atuais, surgiram em 1928. Por essa época também surgiram os primeiros concursos não oficiais de músicas carnavalescas, embora, muito antes já se tivessem destacado, como compositores de sambas, marchas e maxixes. Donga, Sinhô, Pixinguinha, Eduardo Souto, Freire Júnior e outros.

O carnaval do Rio de Janeiro já é, hoje, uma tradição internacional. Destacam-se, em seu calendário turístico, os desfiles das escolas de samba, dos conjuntos de frevo pernambucano, de blocos, ranchos e grandes sociedades, os bailes do Copacabana Palace, Hotel Quitandinha, Teatro Municipal e Clube Monte Líbano. Além do carnaval carioca, sobressaem no Brasil os carnavais de Recife – onde o frevo domina as ruas – e de Salvador – em que multidões seguem, cantando, o “Trio elétrico”, grande carro cheio de luzes e alto-falantes, que leva os músicos através da cidade.

 

Fonte: Enciclopédia Universo – A grande enciclopédia para todos
Produção: Editora Delta e Editora Três, 1973
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2014



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