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A Importância da Mulher na História de Espírito Santo

Mulher

A História revela que a mulher, sempre foi discriminada em todas as épocas e o seu papel na sociedade nem sempre foi considerado preponderante e fundamental. Cantada em prosa e em verso, mas como mãe, de Pitágoras e Santo Agostinho, muito já se propalou sobre o malefício trazido pela criação da mulher. E, nas antigas civilizações, o valor dado à mulher igualava-se ao mesmo valor dado aos escravos, isto é, nenhum.

Essa discriminação, que nada tem a ver com a natureza, está na Bíblia, no Velho Testamento, com o tratamento pejorativo dado a mulheres como Eva, que ao “induzir” Adão à tentação, comprometeu a felicidade humana, responsável pela expulsão do Paraíso, e Dalila, quando tirou a força moral de Sansão. Nem mesmo Paulo de Tarso deixou de discriminar quando disse: “quanto às mulheres, estejam caladas nas Igrejas, pois é coisa indecente para a mulher, o falar em público”. O Alcorão, então, menciona restrições deprimentes.

Na sociedade moderna, até relativamente pouco tempo, a mulher tinha o seu casamento negociado pelo pai, não aprendia a ler, nem podia raciocinar, coisas que o homem fazia por ela, como não decidia nada sem a autorização do marido e, muito menos, tinha direito ao voto, conquista somente alcançada em 1893 na Nova Zelândia; em 1903 na Austrália; em 1906 na Finlândia; em 1913 na Noruega. A Inglaterra e os Estados Unidos, países pioneiros do movimento em prol do sufrágio feminino, só o estabeleceram, com restrições, em 1918 e 1920 respectivamente. No Brasil, só a partir de 1934.

A luta contra a discriminação da mulher é muito antiga e, à luz dos fatos, teve seu início em 1793, quando Olimpe de Gougés foi guilhotinada, por ter cometido o crime de redigir uma “DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER E CIDADÔ. Entretanto, muitos têm surgido em defesa da mulher e de sua imagem. No Evangelho, a exaltação à Maria de Nazaré e as citações sobre Marta e Madalena. Coube a Jesus Cristo, o pioneirismo do verdadeiro feminismo, ao dar a Maria Madalena, a missão divina de levar aos apóstolos a Boa Nova da Ressurreição. E, bem mais recente, vale citar Diderot, autor de uma importante obra – “A Religiosa”, que valoriza e resgata a mulher. Também as óperas de Verdi e Puccini, sem dúvida, assim como, os balés, ressaltam a figura feminina. Outras mulheres famosas, souberam sobrepujar-se a essas discriminações, como por exemplo, George Sand, Mme. Stael e Simone de Beauvoir, incluídas aqui as ministras de França, que muito fizeram na busca de novos conceitos em prol da mulher. Citemos ainda no mundo, exemplos femininos de coragem, estoicismo, força, luta e sofrimento: Helen Keller, Amelie Boudet e Anne Frank entre muitas outras, inclusive de mulheres nascidas no Brasil.

Em sua luta em busca de um espaço, a mulher brasileira confirma uma tomada de posição dentro da sociedade, no lar, no trabalho profissional, junto à família. A sua presença no Brasil de hoje, está nas universidades, nos centros de cultura, nas Academias de Letras e nos mais variados setores da ciência e da vida político-social brasileiros. Também no Espírito Santo, temos as nossas mulheres pioneiras, que souberam, com inteligência e dignidade, lutar por um posicionamento na política, na administração pública, nas ciências, letras e artes, na aviação e na educação, além de outras atividades importantes ao desenvolvimento do Espírito Santo contemporâneo. Ficaria por demais extenso enumerá-las todas, mas importante se faz o registro de alguns exemplos que apontam a presença de mulher capixaba, dentro da história do Espírito Santo, marcando a luta bonita e expressiva de suas conquistas:

D. Luiza Grimaldi (ou Grinalda?) – A mulher que até os tempos atuais, governou o Espírito Santo, sucedendo ao seu marido, o Donatário Vasco Fernandes Coutinho Filho, quando de seu falecimento. A Donatária governou a antiga Capitania do Espírito Santo, de 1589 a 1593. Soube ser generosa ou enérgica quando se fez necessário, ao reprimir a tentativa de invasão pelo corsário inglês Thomas Cavendish em 1692. Coube ainda a D. Luiza Grimaldi, a assinatura de doação da área do morro da Penha, em Vila Velha, neste Estado, aos Irmãos Franciscanos, onde Pedro Palacios ergueu a primeira capela de São Francisco e depois os alicerces do Convento da Penha – a nossa mais importante relíquia histórica.

D. Maria Ortiz - A nossa heroína contra o invasor estrangeiro.

Dra. Adalgisa Lobo de Azevedo Cruz – A primeira farmacêutica. Diplomou-se pela Faculdade de Farmácia e Odontologia, da Universidade do Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1903.

Dra. Odete Braga Furtado – A primeira advogada. Diplomou-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, em 18 de dezembro de 1928. A primeira mulher a ingressar no Banco do Brasil. No período de 1920 a 1924, exerceu as funções de Chefe de Gabinete no governo do Coronel Nestor Gomes.

Dra. Adalgisa Amanda da Fonseca – A primeira mulher médica. Diplomou-se em 30 de dezembro de 1926, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro. Exerceu, a sua profissão sempre em Vitória, dentro das especialidades de clínica médica, ginecologia e pediatria.

Dra. Euridice O´Reilly de Souza – A mulher dentista pioneira. Formou-se pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade do Rio de Janeiro, em 13 de dezembro de 1922.

Dra. Maria Lúcia da Almeida Viana – A primeira parteira formada. Diplomou-se em 1924, pela Escola Nacional de Medicina da Universidade do Brasil.

Magdalena Piza – Professora e educadora de grandes méritos. Prestou relevantes serviços à causa educacional. A primeira mulher a exercer o cargo de secretário do Estado, ocupando a pasta da Educação e Cultura no Governo Santos Neves.

Geny Grijó – A primeira mulher vereadora, junto à Câmara Municipal de Vitória. Renunciou ao mandato em 1954, para dedicar-se às atividades no campo da assistência social em nosso Estado. Concluiu o curso de Assistente Social, no Instituto Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Maria Stela de Novais – Historiadora, professora catedrática de Ciências Naturais e escritora laureada pela Academia Brasileira de Letras, por sua importante obra biográfica “Um Bispo Missionário” (a vida de D. Fernando de Souza Monteiro, o 2° bispo do Espírito Santo). Maria Stela deixou uma bagagem literária valiosa, destacando-se a “História do Espírito Santo”. “Lendas Capixabas” e outros.

Judith Leão Castello Ribeiro – Professora, educadora emérita e a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Assembléia no Estado do Espírito Santo, por quatro legislaturas seguidas, de 1947 a 1963. A primeira mulher eleita para a Academia Espírito-santense de Letras, vencendo a resistência à introdução da mulher naquela importante casa de cultura. Antes, em 18 de junho de 1949, fundou a Academia Feminina de Letras do Espírito Santo, sob o patrocínio da Academia Espírito-santense de Letras “como solução do problema das candidaturas femininas”, sendo eleita a primeira Presidente de uma diretoria integrada por um grupo de intelectuais, Ana de Castro Mattos, Zeny Santos, Arlete Cypreste, Leonor Miguel Feu Rosa, Doralice de Oliveira Neves, Maria José Albuquerque e Virgínia Tamanini.

Emiliana Emery – A mulher pioneira na indústria. Fundou uma fábrica de doces caseiros em Guaçui no sul do estado, na década de 30. Com o direito ao voto feminino alcançado em 1934, foi à primeira mulher eleitora. O seu título de eleitor tinha o nº 1.

Ypoméa Braga de Oliveira – Humanista, educadora, escritora e poetisa de muita sensibilidade. Arlete Cypreste em “Exaltação à Arte e à Personalidade” definiu-a como a “vitória do espírito sobre humano, da imortalidade sobre o fim, do eterno sobre a matéria”. Paulista de nascimento, iniciou sua vida literária em Juiz de Fora (MG), fixando residência no Espírito Santo (Cachoeiro do Itapemirim) em 1927, para onde se transferiu com a família. Ypoméa, acometida em 1953 de uma progressiva perda de visão, escreveu seu mais bonito poema – “Halos de Luz” – que retrata, ao lado de uma profunda melancolia, a grandiosidade de um momento lúcido de reflexão. A poetisa é patrona de uma cadeira na Academia Feminina de Letras do E. Santo.

Rosa Helena Schorling – A primeira aviadora no Espírito Santo e a primeira paraquedista no Brasil. Professora (Colégio do Carmo) formada em 1936 e enfermeira diplomada em 1942, na Escola da Cruz Vermelha do Brasil. Obteve o “brevê” de aviadora pelo Aeroclube do Brasil, em 1939, e como paraquedista, levantou o primeiro lugar na prova de salto “Cruzeiro do Sul”, realizada no Rio de Janeiro em 1940. Concluiu ainda no Rio de Janeiro, em 1950, o curso de paraquedismo militar.

Maria Antonieta Tatagiba – Como poetisa, foi à primeira mulher a editar um livro de poesias, sob o título “Frauta Agreste” em 1927. O seu livro, com ilustrações de Raul Pederneiras, foi editado pela livraria Leite Ribeiro, no Rio de Janeiro. Maria Antonieta Tatagiba prestou excelentes serviços ao magistério no Espírito Santo. Patrona da Cadeira nº 32 da Academia Espírito-santense de letras e a única mulher a receber tal honraria.

Haydée Nicolussi – Professora, museóloga, poetisa e escritora. Participou ativamente de movimento político-social no Brasil, na década de 30. Poetiza consagrada, publicou em 1944, “Festa na Sombra” seguindo-se “A Sabedoria da China e da Índia”, “Goethe e a Revolução Francesa”, em traduções inglesa e francesa respectivamente. Desenvolveu estudos importantes de antropologia e numismática”, no Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde cursou as especialidades de museologia, heráldica, epigrafia e técnica de museu. Foi a primeira capixaba a ingressar na Universidade de Sorbonne em Paris, onde diplomou-se com mérito.

Zilma Coelho Pinto – Professora pública e a grande pioneira na luta contra o analfabetismo no Espírito Santo. No Município de Cachoeiro de Itapemirim, desenvolveu uma luta sem tréguas, criando e dirigindo quarenta e um postos da “Campanha de Alfabetização no Espírito Santo”, sediada naquele município. A “Louca do Itapemirim”, como se tornou conhecida por desenvolver um trabalho difícil e nem sempre compreendido, enfrentou e venceu muitas barreiras de preconceitos. O seu dignificante trabalho, valeu-lhe a honraria de inclusão na relação de “Brasileiros Eméritos”, com biografia publicada em 1946 na revista “Honra ao Mérito”, da Standard Oll of Brasil.

Arlete Cypreste – Professora, radialista, poetisa e escritora. Tem várias obras publicadas, destacando-se “Jones Santos Neves – Um Grande Administrador”, “Contos Para os meus Filhos” e “Exaltação à arte e à Personalidade”, dedicado à poetisa Ypoméa de Oliveira. Arlete Cypreste é membro da Academia Feminina de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do E. Santo. Com trabalhos publicados nos jornais e revistas de Vitória e vários estados da federação, foi incluída em duas coletâneas de Aparicio Fernandes – “Escritores do Brasil” e “Poetas do Brasil”.

Zeny Santos – A minha saudosa e querida companheira da Academia Feminina de Letras e de jornalismo, desempenhou por muitos anos o cargo de secretária da Associação Espírito-santense de Imprensa (AEI). Além disso, colaborou intensamente em todos os jornais de Vitória. Em São Paulo, onde depois residiu e faleceu, fundou e presidiu a “Sociedade Espírito-santense”. Nascida em Vitória, após os seus estudos, dedicou-se à literatura, através da poesia e da crônica. Escreveu o seu mais lindo poema “Cantigas de Minha Terra”, dedicada ao IV Centenário de Vitória. Publicou dois livros: “CACOS” e “SAVEIROS DA ILHA DOS CISNES” (crônicas).

Ida Vervloet Finamore – A minha querida conterrânea de Santa Leopoldina (ES), é professora, escritora, poetisa e estudiosa das artes e música. Popole, como a chamamos na intimidade, mulher de muita fibra e sensibilidade poética, teve as suas crônicas esparsas em jornais e revistas de Vitória e em outras cidades brasileiras. Publicou dois livros, bem recebidos pela critica literária: “Páginas Soltas” e “O Meu Mundo”.

Anna de Castro Mattos – Formada pela Escola Normal Pedro II e bacharel em direito pela faculdade de Direito do Espírito Santo, é presidente, há longos anos, da Academia Feminina de Letras. Annete tem uma grande produção literária publicada em diversos jornais: “A Semana” (São Pedro de Itabapoana); “A voz do Povo” (Bom Jesus do Norte); “O Lynce” (Juiz de Fora – MG); “O Lume” (Blumenau –SC); “O Timbagi” (Monte Alegre – PR); “O Lume” (rev. da Academia Feminina de Letras, Porto Alegre – RS); “Centro Português” (Santos – SP). Iniciou a vida literária nas folhas do antigo “Diário da Manha” em Vitória, seguindo-se “A Gazeta”, “A Tribuna”, “Vida Capixaba” e “O Diário”. Publicou “Dedo Minguinho” (Crônicas – 1949, Música, Linguagem Universal, Chôpin – Alma da Polônia” - 1953), “Três Temas Capixabas” (1982) e “Relato de Uma Vida” (Obra biográfica em homenagem a seu pai, o geólogo Carlos Justiniano de Mattos), em 1988.

Virgínia Gasparini Tamanini – Professora, educadora, poetisa e escritora. Em 1947 foi escolhida “A Melhor Poetisa do E. Santo”. Além de membro da “Academia Feminina de Letras” e da “Arcádia Espírito-santense”, ocupa uma cadeira na Academia Espírito-santense de Letras. Publicou “A Voz do Coração”, (poesias), em 1942, seguindo-se outros: “O Mesmo Amor Nos Corações” (1949), “Cântico À Minha Terra”, em homenagem ao IV Centenário da cidade de Vitória (1951) e “Maria Ortiz”, dedicado à heroína espírito-santense (1951). O romance “KARINA” vem sendo adorado nas escolas do Espírito Santo, por recomendação oficial dos setores culturais do Estado.

Oportuno se faz lembrar, a luta e o sofrimento da mulher negra e a sua importante contribuição para a agricultura capixaba. Com o trabalho escravo participou da formação agrícola do Espírito Santo colonial, trabalhando de sol a sol nos canaviais, nos algodoais, nos roçados e feijão, mandioca e milho, nos arrozais e nos cafezais, até ao século XIX. O registro histórico é do cientista francês, Augusto de Saint-Hilaire, em sua importante obra “Viagem ao Espírito Santo e Rio Doce” (tradução de Milton Amado) no século XIX. Destacando a presença da negra escrava, Saint-Hilaire ressalta a sua constante atividade nas lavouras capixabas, mais precisamente, nas cercanias de Jucutuquara, onde se faziam viçosas as lavouras das terras do Capitão-Mor Francisco Pinto. Ali, sob a direção do branco, a mulher negra produzia, diariamente, um alqueire de arroz descascado, no mais fatigante e desgastante trabalho braçal, trabalho de pilão. Ainda no século XIX, com a chegada das mais diversas nacionalidades de imigrantes europeus, registre-se o trabalho estoico da mulher imigrante, enfrentando mosquitos e adversidades em busca de sua aculturação, abrindo picadas nas matas, sucumbindo, muitas delas, ao tifo e à febre amarela. Essas mulheres de tanta coragem integram o destino histórico que, a partir das grandes colheitas nos cafezais, permitiu novos caminhos e novos horizontes, em termos de desenvolvimento econômico para o Espírito Santo.

Com humildade e o coração repleto de felicidade, recebo a honraria que hoje me concede o titulo de membro efetivo desta “Casa do Espírito Santo” e de “Domingos Martins” – O Instituto Histórico e Geográfico.

À essas mulheres, todas elas, pioneiras ou estudiosas da cultura do Espírito Santo, dedico a honraria que hoje recebo. É preciso, sempre, resgatar a memória, refazendo possíveis enganos e injustiças.

Muito Obrigado.

 

 

Fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. N 39, ano 1989
Autor: Yvonne Amorim (Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, em 14/06/1989)
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2013
Fontes de Referências: “O Estado do Espírito Santo E Os Espírito-santenses” (Eurípedes Queiroz do Valle); “História do E. Santo” (Maria Stela de Novais); depoimentos pessoais 

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