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Carlos Augusto de Azevedo

Carlos Augusto Azevedo

A vantagem de ser modesto está em se poder quase sempre orgulhar daquilo que se fez, julgando-o como o resultado surpreendente muito melhor do que se achava capaz, enquanto que o vaidoso nunca haverá de mostrar-se feliz, ao fim de um objetivo alcançado, porque no seu doentio narcisismo, olhará sempre para o fruto de sua criação como uma coisa indigna do seu gênio.

Igualmente o homem consciente de sua capacidade pessoal, das suas limitações, enfrenta na vida todos os obstáculos e desafios sem a pretensão de procurar mostrar-se acima da visível realidade. Portanto, nada mais horrível do que ver uma pessoa convicta de um valor que não tem expondo vergonhosamente sua fraqueza evidente.

Para livrar-se galhardamente de todos estes males, CARLOS AUGUSTO DE AZEVEDO, imunizou-se contra o vírus da mediocridade e buscou sempre, na dura realidade das coisas, a sua filosofia de trabalhar e buscar na humildade sincera as forças honestas que o conduziram ao caminho da plena realização de objetivos justos e honestos, conseguindo ao mesmo tempo vencer e merecer.

Não é outra a razão que o leva a proclamar hoje aos jovens que irão construir o Brasil de amanhã, a necessidade de construir um país melhor, preservando nossas florestas, mantendo mentes sadias, lutando sempre pela sua liberdade individual e pelo direito de livre pensamento, pela paz, amando seus pais, suas famílias, seus amigos com humanidade, construindo uma felicidade indestrutível.

CARLOS AUGUSTO DE AZEVEDO, o Carlinhos ou, ainda, o Carlão, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de setembro de 1940. Filho de Jayme Maciel de Azevedo, empresário incorporador de imóveis e de Dona Glória de Azevedo (falecida).

Ele considera ter sido um garoto muito levado, criado pela madrasta, mas que era uma verdadeira mãe, pois o tratava melhor do que aos seus irmãos por parte de pai, e talvez por isto foi muito brigão, muito impulsivo, chegando a ser convidado a se desligar (para não ser expulso) de três colégios. Quando estudante sempre liderou grupos da sua geração e, em especial, de escoteiros.

Com 14 anos de idade, com autorização dos pais e do Juizado de Menores, foi eleito presidente do Unidos do Iara Futebol Clube, em Niterói, RJ, no bairro onde residia na época, que foi também Escola de Samba.

Um episódio que dá para se ter uma idéia das agitações provocadas pelo Carlão, está no fato que ele jamais conseguiu esquecer: devido ao seu gênio afoito, quando tinha 13 anos, foi "malhado" como Judas no sábado de aleluia pelas crianças do bairro e ficou muito machucado, tendo que ser atendido num Hospital. Somente não sofreu ferimentos mais graves devido à Intervenção de sua mãe e de sua tia Amorita, que era cega e se abraçou a ele quando estava amarrado em uma árvore, todo ensanguentado e sujo de imundícies.

Com 16 anos, CARLOS AUGUSTO ganhou um automóvel Citroen. Como não podia dirigir sem carteira de motorista, e como sempre foi muito desenvolvido, pois praticava remo, foi nomeado Comissário de Menores no Rio de Janeiro, e de posse de documentação como autoridade, ameaçava prender os guardas de trânsito que lhe pedissem a Carteira de Motorista, dando uma daquelas de: "Saiba que o Sr. está falando com uma autoridade!"

Teve muitas namoradas, como era natural para um rapaz do seu temperamento inquieto, mas com 16 anos conheceu o seu primeiro e único amor. Vendo-a, sentia uma emoção muito forte, o coração batia acelerado, o céu lhe parecia ficar mais azul, tudo para ele se tornava mais bonito e, às vezes, sentia-se pequenino, com medo de não ser correspondido. Percebeu, então, que havia encontrado a pessoa certa, o seu verdadeiro amor, com quem iria dividir as horas boas e más de sua vida.

O casamento, diz CARLÃO, é a base de uma Sociedade, apesar de nos dias atuais os seus alicerces estarem abalados, mas continuará sendo por muito tempo a esperança de uma nova geração sadia, unida pelos sagrados laços do matrimônio. O relacionamento matrimonial, diz ele, para ser perfeito tem que haver um entrosamento profundo entre marido e mulher. O homem deve ver sua mulher não somente como a mãe de seus filhos, a esposa que o espera quando chega do trabalho, mas também como sua amante, sua escolhida, sua companheira para todas as horas, festas, passeios, troca de ideias sobre a vida em comum e até sobre problemas do seu trabalho.

Ele não tem queixas dos seus filhos. Na sua opinião, são extremamente maravilhosos, orgulhando-se deles e procurando dar-lhes uma educação adequada aos dias de hoje, com sentimentos cristãos, e com respeito aos seus semelhantes.

Casado com Dona Maria Antônia Coutinho de Azevedo, tem com ela os seguintes filhos: Carla Maria Coutinho de Azevedo, Cristina Maria Coutinho de Azevedo, Antônio Carlos Coutinho de Azevedo. Exerceu as seguintes profissões: Bancário, Químico Industrial, Industrial e Comerciante.

Cursou o primário no Colégio São Salvador de Campos, RJ, e Colégio Brasil, em Niterói, no mesmo Estado. Seu curso ginasial fez no Colégio Salesiano Santa Rita, em Niterói, tendo feito o científico nos seguintes estabelecimentos de ensino: Colégio José Ramos Clemente e Escola Técnica do Comércio, em Niterói. Tem ainda os seguintes cursos: Administração, Fundação Getulio Vargas (RJ); Química Industrial, Escola Nacional de Química (RJ); Mercado de Capitais, Pontifícia Universidade Católica (RJ); Marketing, Pontifícia Universidade Católica (RJ); Mercado Financeiro Nacional, na mesma universidade; Relações Humanas, Fundação Getulio Vargas (RJ); Pesquisa Operacional, IDORT (RJ); Urbanismo, Escola Nacional de Arquitetura (RJ). Participou do I Seminário Internacional Imobiliário no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro; e fez Auditoria Analística, na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.

Ao ter que encarar o mundo sozinho achou muito difícil, pois era muito novo, tinha somente 26 anos, quando pediu demissão do cargo de Diretor Comercial da Cia. Industrial Formiguense S/A (Frigorífico, Matadouro, Charqueada, Curtume e Importadora de Bacalhau, Alpiste, Alho, Azeite e outros produtos, sendo na época a maior importadora de bacalhau do Brasil). A causa de sua demissão foi um desentendimento com seu pai que era o Diretor-Presidente da empresa. Para não voltar atrás resolveu enfrentar a vida sozinho, pois pensava que a coisa seria fácil como vinha sendo até então. Casado, com duas filhas para criar, só então aprendeu muito mais do que sabia, sentindo o mundo desabar sobre sua cabeça. Devido, entretanto, à sua perseverança, encorajamento da esposa, e graças à proteção de sua padroeira Nossa Senhora de Nazareth, depois de muita luta ao longo dos anos, sentiu-se, afinal, vitorioso.

CARLOS AUGUSTO DE AZEVEDO considera-se um homem emotivo e sentimental. Na vida profissional teve três grandes oportunidades, sendo a primeira abandonada, a segunda saiu derrotado, sofreu e adquiriu a suficiente malícia e maturidade, e a terceira com muito mais experiência, com segurança total, menos impetuoso chegou à situação de hoje, estável e vitoriosa.

O seu maior objetivo pessoal é vencer sempre, para orgulho próprio e da família. Ele se considera um esportista. Além de ter sido remador na juventude, mais tarde já casado, comprou uma lancha para pescar em alto-mar, o que ainda faz, sendo também o maior criador de cavalos manga-larga do Espírito Santo.

Sentiu-se realizado quando se casou com a pessoa que realmente amava muito e a sua filosofia de vida mais utilizada é ter força de vontade, persistência, coragem e lealdade para com todos amigos ou inimigos. O dinheiro, diz CARLOS AZEVEDO, é fundamental no mundo dos negócios, pois sem ele ninguém faz nada e também é fundamental para o êxito das pessoas, desde que nós não nos escravizemos a ele, nem nos tornemos uma espécie de seu instrumento. Na realidade, devemos colocar o dinheiro sempre abaixo de nossa razão e de nossos sentimentos, usando-o racionalmente, e com a sensibilidade de quem sabe viver em sociedade. Finalmente, o dinheiro é uma poderosa alavanca para o nosso desenvolvimento e o nosso êxito porque as pessoas nos olharão com respeito e bons olhos.

Quando CARLÃO chegou, há 11 anos atrás, ao Espírito Santo, trazido por seu tio Coronel Humberto Maciel de Azevedo (pois a maior parte de sua família é capixaba), iniciou sua vida com atacado de cereais, representação de trigo do Rio de Janeiro, compra e venda de couros e sebo bovino, chegando a ser considerado, em pouco mais de dois anos, o maior atacadista do Norte do Estado, pois com armazém em Colatina, abastecia desde Aracruz, a Linhares, Montanha, Ecoporanga, Afonso Cláudio, Baixo Guandu até Conselheiro Pena e Resplendor. Lutou multo, mas com um sistema sempre ousado de vendas, chegando até a possuir três supermercados, trabalhando também na distribuição de bebidas em geral, máquinas de arroz e exportando feijão para o Rio e São Paulo. Mesmo trabalhando com cereais, sempre fazia alguns negócios imobiliários, comprando e vendendo áreas de terra, fazendas etc. e, finalmente, no início de 1975, viu-se obrigado pela regulamentação do Imposto de Renda, a constituir a IMOBILIÁRIA PATRIMÔNIO LTDA. Quando optou pela mudança total do ramo de cereais pela imobiliária em 1976, vendeu seu último armazém em Colatina para o seu Gerente-Geral e adquiriu com o resultado financeiro, grandes áreas de terra para lotear, tendo tido a felicidade de encontrar o mercado de lotes ainda virgem, e logo depois houve a sua explosão. Ele acha que trocando o ramo de cereais pelo ramo imobiliário, fez surgir a primeira indústria de loteamentos no país, ou seja, a primeira firma atacadista na venda de lotes urbanizados. Atualmente, seus planos são: continuar vencendo no ramo imobiliário, com a sua criação de atacado de lotes, e sucesso nos seus empreendimentos, pois foram vendidos em cinco anos 25.000 lotes.

CARLOS AZEVEDO visitou o Uruguai, Paraguai e Argentina para conhecer novos povos e novos costumes, sendo de opinião que naqueles países vivem povos evoluídos, sem marginalização e assaltos, nem muros altos nas residências e muita arborização nas cidades.

Ele possui as seguintes honrarias conquistadas por merecimento: Cidadão Vila-Velhense; Comendador da Legião do Mérito Presidente Antônio Carlos do Instituto Internacional de Heráldica e Genealogia do Rio de Janeiro; Cidadão Vitoriense; Cidadão Guarapariense; Cidadão Espírito-Santense; Destaque Estadual em Cachoeiro do Itapemirim; Título de Honra ao Mérito, outorgado pelo Município de Cariacica; Vice-Presidente das Associees Comerciais. Industriais e Agro-Pastoris do Espírito Santo; Presidente da ADEMI-ES — Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo; Cidadão Cariaciquense; Amigo do Batalhão, concedido pelo 38º BI; Vice-Presidente da AMPIB-Associação dos Moradores e Proprietários da Ilha do Boi; Segundo-Secretário da ANEL -Associação Nacional dos Empresários Loteadores, representando o Espírito Santo; Sócio-Fundador, do Rotary Clube de Vitória — Praia de Camburi; Sócio-Fundador da Associação dos Criadores do Estado do Espírito Santo (ACES); Provável Presidente do Clube Hípico do Espírito Santo; Diretor-Social do Clube Ítalo-Brasileiro do Espírito Santo; Diretor-Social do Clube Libanês do Espírito Santo.

Atualmente encontram-se sob sua responsabilidade e liderança as seguintes empresas: Imobiliária Patrimônio Ltda.; Patrimônio Investimentos e Financiamentos Imobiliários Ltda.; Patrimônio Agro-Industrial Ltda; Patrimônio Construtora Ltda.; Planur-Planejamento, Administração e Urbanização Ltda.; Agro-Pecuária Barra do Riacho Ltda. Teve, ainda, participação na Imobiliária Grande Vitória Ltda., no período de 1975 a 1977. Atualmente o Grupo Patrimônio conta com 158 funcionários diretos e mais de mil indiretos, isto quer dizer que mais de mil famílias estão ligadas às suas atividades. Além da facilidade de investimentos, o Grupo Patrimônio, trouxe para o Estado uma verdadeira indústria de empregos, transformando-se assim na grande empresa que é hoje. Paralelamente à Patrimônio funcionam empresas imobiliárias coligadas, empreiteiras, empresas de construção, urbanização, agropecuárias, sendo no Estado, em Minas Gerais, três em São Paulo, uma filial em Belo Horizonte e uma filial em Brasília.

Se CARLOS AUGUSTO AZEVEDO pudesse, ele próprio terminar este trabalho sobre sua vida, temos certeza que colocaria como ponto final, este conselho do inesquecível líder John Kennedy: "Se formos fortes, nossa força falará por si própria. Se formos fracos, palavras não nos ajudarão".

 

Fonte: Personalidades do Espírito Santo. Vitória – ES. 1980
Produção: Maria Nilce
Texto: Djalma Juarez Magalhães
Fotos: Antonio Moreira
Capa: Propaganda Objetiva
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2020

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