Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Colunismo

Logo da coluna de Hélio Dórea em A GAZETA, anos 80

Nas décadas de 40 e 50, os donos de jornais do mundo ocidental mostravam-se preocupados com o declínio editorial. Não estava dando ibope, como se diz na gíria jornalística.

Um jornal sem editorial vigoroso, é norma dizer, é como um corpo sem alma. Mas, em verdade, o corpo estava ficando sem alma e daí surgiram os colunistas, como uma experiência para revitalizar, sacudir, suavizar e amenizar a imprensa daquela época. Uma experiência que deu certo.

Que é o colunista? É aquele que escreve num estilo terra-a-terra, mais fácil de ler. É o que rejuvenesce jornais antigos oferecendo-lhes uma atração indispensável: o pulsar de uma comunidade. Informar, em notas soltas, é a norma desses milhares de donos de colunas espalhadas pelo mundo afora.

Uma coluna deve ser leve e gostosa como um copo de limonada em tarde de verão. Precisa oferecer ao leitor o comentário preciso e sumário das notícias do dia O colunista é. o leitor comum, que dispõe de um jornal para dar permanência às suas observações. Seu estilo deve ser coloquial, exprimindo reações subjetivas, como num bate-papo. Precisa o colunista dosar bom humor com crítica, alguma filosofia, tiradas inteligentes, julgamentos, observações. Mexer bem esses ingredientes e oferecer bem quente o prato do dia.

As histórias que se ouvem em reuniões sociais, encontros de amigos, ou as conversas de fim-de-tarde, enchem todos os dias milhares de colunas de jornais. Esse material não era, antes do surgimento do colunismo, aproveitado pela imprensa. Não havia lugar para ele. Se a popularidade do jornal está condicionada à preferência do público, é evidente ser o colunismo algo muito importante, pois hoje não são poucos os colunistas que impulsionam os seus jornais. Geralmente são os preferidos pelo público leitor.

Um colunista deve saber ser fiel à regra da variedade, a um estilo pessoal. Muito pessoal. Deve abrir espaço ao bom humor, sem, porém abusar deste.

A filosofia do colunista deve ser, de preferência, expressa através de citações apropriadas que oferecem ao leitor as idéias que estruturam a coluna e dão movimento e perspectiva aos comentários e apreciações.

Outros recursos de bom efeito no colunismo: as entrevistas de meio minuto com gente que faz notícias. Às vezes têm maior impacto popular essas declarações curtas do que as imensas explicações em entrevistas do tipo clássico.

Uma coluna séria, bem dirigida, equilibrada, pode prestar relevantes serviços à comunidade. Outro ponto positivo do colunismo: correção de fatos e juízos, freqüentemente esquecidos, que podem tornar-se matéria de movimentação de uma coluna de jornal. As promoções de iniciativas de agrado da comunidade fazem também sucesso. Outros itens que costumam fazer boas notícias para o colunista: gente bonita, datas importantes, construções novas na cidade que mudam os hábitos de uma comunidade em determinada área, palavras inventadas, informações sobre longevidade, confissões pessoais, perguntas dirigidas ao público, cotações comerciais, lançamentos de empresas, produtos, um pouco de futebol, automobilismo, televisão, política, administração pública. Enfim, tudo isso quer dizer colunismo, o que perdura nos jornais para bem do jornalismo.

 

Fonte: ESCRITOS DE VITÓRIA — Imprensa – Volume 17 – Uma publicação da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Vitória-ES.
Prefeito Municipal - Paulo Hartung
Secretário Municipal de Cultura e Turismo - Jorge Alencar
Sub-secretário Municipal de Cultura e Turismo - Sidnei Louback Rohr
Diretor do Departamento de Cultura - Rogério Borges de Oliveira
Diretora do Departamento de Turismo - Rosemay Bebber Grigatto
Coordenadora do Projeto - Silvia Helena Selvátici
Chefe da Biblioteca Adelpho Poli Monjardim - Lígia Maria Mello Nagato
Bibliotecárias - Elizete Terezinha Caser Rocha e Lourdes Badke Ferreira
Conselho Editorial - Álvaro José Silva, José Valporto Tatagiba, Maria Helena Hees Alves, Renato Pacheco
Revisão - Reinaldo Santos Neves e Miguel Marvilla   
Capa - Amarildo
Editoração Eletrônica - Edson Maltez Heringer
Impressão - Gráfica e Encadernadora Sodré
Autora do texto: Ruth Reis
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2018

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Ano Novo - Ano Velho - Por Nelson Abel de Almeida

O ano que passou, o ano que está chegando ao seu fim já não desperta mais interesse; ele é água passada e água passada não toca moinho, lá diz o ditado

Ver Artigo
Ano Novo - Por Eugênio Sette

Papai Noel só me trouxe avisos bancários anunciando próximos vencimentos e o meu Dever está maior do que o meu Haver

Ver Artigo
Cronistas - Os 10 mais antigos de ES

4) Areobaldo Lelis Horta. Médico, jornalista e historiador. Escreveu: “Vitória de meu tempo” (Crônicas históricas). 1951

Ver Artigo
Cariocas X Capixabas - Por Sérgio Figueira Sarkis

Estava programado um jogo de futebol, no campo do Fluminense, entre as seleções dos Cariocas e a dos Capixabas

Ver Artigo
Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu

Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista

Ver Artigo