Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Conexões - Por Ana Fernanda Ribeiro Rangel

Capa do Livro: Escritos de Vitória, 27 - Pontes, 2010

Um lugar. Um mundo. Milhões de Ligações. Uma ponte. Entre eu e você. Entre eu e aquele. Entre eu e os mundos. Cheia de curvas, contornos, placas, avisos e propagandas.

Lugares tão distintos e pessoas tão opostas. Todos nós com algo em comum. A cidade onde moramos, o lugar onde trabalhamos ou o ônibus que pegamos todas as manhãs. Ou quaisquer outras ligações. Uma ligação. Uma ponte. E um oceano infinito de diferenças separa terras tão distintas como as nossas. Mas um dia, por acaso, uma ponte foi construída entre eu e você.

Uma ponte cheia de curvas, placas indicando para o mesmo lugar sentidos opostos. Bifurcações e retornos. Em alguns trechos, buracos. Incontáveis quilômetros separam os nossos olhares. Eu não consigo te ver realmente. Vejo casas que possivelmente, um dia, você habitou. Pessoas que um dia fizeram parte da sua vida. Vejo nuvens de sonhos passando sobre o seu mundo. E também algumas tempestades isoladas em lugares que as placas chamam de decepção e medo.

Outras pessoas, outras pontes, outros mundos. Mais e mais diferenças. Mais placas e curvas. Ah como é difícil chegar à terra alheia! Com o tempo vamos aprendendo a chegar ao outro lado. Aprendemos a pegar a via certa, quando necessário. A via do olhar, a via do silêncio, a via da fala.

Existem muitas vias e leva um tempo para saber por qual optar, tomando cuidado para não pegar a errada e dar uma grande volta no nada e simplesmente voltar ao início do processo.

Vai passando o tempo e, quando menos se espera, chega-se ao outro lado. Agora, não tão distante, consigo te ver. Seus contornos estão claros e seus olhos são bem expressivos. Se antes eu somente sentia os ventos das suas emoções, agora consigo ver-te e sentir-te bem de perto. O sorriso tem outro brilho. A conversa tem outro rumo. Sentimo-nos a vontade um com o outro. A ponte, antes, longa e cheia de curvas, foi se moldando e se transformou numa simples ponte em linha reta e de pouca extensão. Não se sabe ao certo quando ou como isso aconteceu. Mas agora vamos um ao mundo do outro em alguns segundos.

O oceano foi secando. A terra firme dominava. A ponte tornou-se desnecessária. Agora vamos construindo juntos no espaço que antes nos separava. Não existe mais o seu mundo e o meu mundo. Agora é o nosso mundo. A nossa história.

 

Fonte: Escritos de Vitória, 27 - Pontes, 2010
Autora: Ana Fernanda Ribeiro Rangel - Nascida em 10 de fevereiro de 1993 em Vitória, Espírito Santo. Estudante do Ensino Médio do Instituto Federal do Espírito Santo. O gosto pelo escrever se tornou um vicio. Escrevo pra passa o tempo. Falar de mim. Falar dos outros. Falar de ninguém.
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2020

Literatura e Crônicas

Coisas de sinuca – Por Pedro Maia

Coisas de sinuca – Por Pedro Maia

E neste clima de igualdade as pessoas desabafam com mais liberdade, tornando o salão de sinuca a base da democracia

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Ano Novo - Ano Velho - Por Nelson Abel de Almeida

O ano que passou, o ano que está chegando ao seu fim já não desperta mais interesse; ele é água passada e água passada não toca moinho, lá diz o ditado

Ver Artigo
Ano Novo - Por Eugênio Sette

Papai Noel só me trouxe avisos bancários anunciando próximos vencimentos e o meu Dever está maior do que o meu Haver

Ver Artigo
Cronistas - Os 10 mais antigos de ES

4) Areobaldo Lelis Horta. Médico, jornalista e historiador. Escreveu: “Vitória de meu tempo” (Crônicas históricas). 1951

Ver Artigo
Cariocas X Capixabas - Por Sérgio Figueira Sarkis

Estava programado um jogo de futebol, no campo do Fluminense, entre as seleções dos Cariocas e a dos Capixabas

Ver Artigo
Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu

Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista

Ver Artigo