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Dinheiro para plantar florestas

O projeto Florestas Para a Vida, do governo do Estado, pretende remunerar produtores rurais que atuarem em favor do meio ambiente

O governo do Estado do Espírito Santo, sob a coordenação do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e em parceria com outras entidades (ONGs e o setor privado) está em fase de preparação de um projeto inédito, o Florestas para a Vida, e que tem como um dos objetivos remunerar os produtores rurais que fornecem serviços ambientais, ou seja, que de alguma forma contribuem para a proteção, conservação e restauração do meio ambiente.

Os serviços ambientais podem ser produzidos através da adoção de práticas sustentáveis de uso do solo como, por exemplo, a utilização de técnicas de cultivo que sejam mais amigáveis como meio ambiente (de menor impacto), pela implementação de cobertura florestal em áreas de alta sensibilidade ambiental, como aquelas que são consideradas estratégicas para a conservação da biodiversidade e para a garantia da qualidade dos recursos hídricos.

Estão incluídas neste contexto as áreas de preservação permanente (matas ciliares, topos de morros, nascentes, etc), dentre outras. A área de abrangência do Projeto Florestas para a Vida fica nas bacias do Jucu e Santa Maria da Vitória, especificamente nos seus municípios de cabeceira

(Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins e Marechal Floriano).

O projeto se encontra em fase de aprovação pelo Banco Mundial e pelo GEF (Global Envirommente Facility) e prevê investimentos de cerca de US$ 12 milhões( R$24,08milhões), dos quais US$ 4milhões (R$ 8,02milhões) virão, caso seja aprovado, de doação do GEF, e os US$ 8 milhões (R$ 16,05 milhões) restantes, de contrapartida do governo do Estado e dos parceiros do projeto.

O assessor especial e coordenador do projeto pelo Iema, Marcos Sossai, explicou que o objetivo é conservar a biodiversidade local e garantira disponibilidade hídrica das bacias que são alvo do projeto, que produzem água para cerca de 60% da população do Estado.

Ele ressaltou que os municípios de cabeceira possuem mais de 40% de suas áreas cobertas por

Mata Atlântica (em diferentes estágios), números esses significativamente superiores às médias do Estado e do País.

Sistema inovador no Estado

Uma das inovações do projeto Florestas para a Vida é a instituição do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

O PSA irá recompensar o produtor rural prestador de serviços ambientais, quer seja pela adoção de práticas de cultivo de menor impacto, (por exemplo: agricultura orgânica, sistemas silvipastoris, etc), quer seja pela implementação de florestas.

A previsão é de que recurso do GEF (Global Envirommente Facility) seja liberado até março de 2008, caso haja aprovação do projeto pelo Banco Mundial.

“Embora os recursos do GEF sejam importantes, o Estado tem consciência da relevância das ações previstas no projeto e, mesmo sem os recursos, vai investir em algumas frentes”, afirmou o assessor do Iema Marcos Sossai.

Como exemplo, dos valores previstos como contrapartida R$ 4 milhões já serão investidos para recuperação de áreas degradadas nas duas bacias em parceria com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Contudo, Sossai destacou que os recursos do GEF são fundamentais para o sucesso do projeto em diversos aspectos, pois irão possibilitar e acelerar diversas outras ações, como o próprio estudo que irá propor a criação do mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais, bem como da criação de um fundo que o torne o PSA sustentável.

Sossai diz que a participação da comunidade local é essencial para o sucesso do projeto.

“O objetivo é trabalhar em conjunto com os produtores rurais para que eles recebam o apoio para passar a adotar práticas sustentáveis de uso do solo”, disse.

E prosseguiu: “Eles poderão receber apoio durante prazos mais curtos (período de transição para a mudança das práticas de uso do solo) ou por prazos maiores, nos casos em que poderão não sair ganhando com a mudança de prática de uso do solo, como por exemplo, nos casos de áreas com alta importância ambiental, em que se faça necessária a implantação de áreas florestais.”

A gerente de Recursos Naturais do Iema, Michele de Sá Dechoum, contou que a maior parte das Florestas de Mata Atlântica das duas bacias está em propriedades particulares.

“Há unidades de conservação estaduais e municipais nas duas bacias, mas a maior parte da vegetação não se encontra nelas. O grande desafio é unirmos esses fragmentados de mata por meio da formação de corredores ecológicos”, explicou Michele.

As principais Unidades de Conservação (UC’s)

Rio Jucu

Parque Estadual Pedra Azul

Criado em 1991, o parque passou a ser administrado pelo Estado recentemente. Localizado em Domingos Martins, no KM 89 da BR-262, possui uma área total de 1.240 hectares.

Os destaques são as formações rochosas de granito e gnaisse, destacando-se a Pedra Azul, com 1.822 metros, juntamente com a Pedra do Lagarto, e a Pedra das Flores, com 1.909 metros de altura.

A fauna é bastante diversificada, com espécies como o macaco-prego, tatu, tamanduá-de-colete, jaguatirica, tucano, araponga, veado catingueiro,

mão-pelada, trinca-ferro e sabiá, assim como animais ameaçados de extinção, como sagüi-da-serra, onça sussuarana e barbado.

Parque Natural Municipal do Monte Mochuara

Localizado na região rural de Cariacica, é administrado pelo município.

O maciço granítico de 724 metros de altura é uma formação do tipo pão-de-açúcar, cercado de Mata Atlântica.

A vegetação é rupestre, ou que se desenvolve sobre pedras, e são encontradas espécies como orquídeas e bromélias. Aberto a visitação de quarta-feira a domingo, das 8h às 17h30. Telefone: (27) 3248-1156.

Parque Municipal de Jacarenema

Localizado, em Vila Velha, o parque foi criado em 1997. Abrangem a Praia da Barrinha, o Morro da Concha e o manguezal na foz do rio Jucu, na Barra do Jucu.

A vegetação é de restinga de Mata Atlântica e o lugar é cenário ideal para a reprodução de garças e andorinhas do mar, também pela proximidade com as ilhas de Itaparica e Itatiaia. O Morro da Concha é uma elevação rochosa que fica às margens da praia.

Reserva Biológica de Duas Bocas

Localizada em área rural de Cariacica, a reserva administrada pelo Iema foi fundada em 1991, com visitação aberta apenas para pesquisas e educação ambiental.

A área de 2.910 hectares é recoberta de Mata Atlântica e também abriga a represa de Duas Bocas, inaugurada em 1950, que pode ser visitada através de uma trilha.

O nome da localidade é em homenagem ao encontro dos rios Panelas e Naiá-Assu, que desembocam na represa. A vegetação ainda abriga áreas de florestas sem interferência do homem, com espécies como jequitibás, ingás e jacarandás.

Orquidário Kautsky - Pico Eldorado

Reúne 1.300 espécies de orquídeas e bromélias. Pertence a Roberto Anselmo Kautsky, botânico autodidata que descobriu 150 novas espécies de orquídeas. É reconhecido internacionalmente pela seriedade e eficiência do seu trabalho.

Reserva Bremenkamp

Reserva florestal com 34 hectares, cerca de nove deles de mata virgem.

Possui trilhos ecológicos e bosque.

Rio Santa Maria da Vitória

Parque da Fonte Grande

Localizado no maciço central da Ilha de Vitória, o parque foi fundado pelo Iema e passou para administração municipal, recentemente.

Formado por encostas, têm fontes e riachos, além das pedras dos Olhos e a da Batata. Em seu cume, há um mirante de onde é possível ver toda a região metropolitana.

Com parte coberta por Mata Atlântica, ainda preserva espécies como jacarandá caviúna e pau-brasil. Tem espécies de mamíferos, como sagüi-da-cara-branca, assim como 17 espécies de morcegos.

Também já registrou 121 espécies de aves, algumas ameaçadas de extinção.

Fonte: Iema, prefeituras citadas e pesquisa A Tribuna.

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rio Jucu – 26/08/2007
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2016

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