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Educação Jesuítica no Espírito Santo

Padre José de Anchieta - Santo do Brasil

Em meados do século XVI Portugal havia decidido modificar as diretrizes de sua política colonizadora, em razão do fracasso do sistema de capitanias.

Dentro dessa nova política, sobressai o objetivo da "conversão dos indígenas à fé católica pela catequese e pela instrução", considerado, aliás, e não sem razão, o mais importante, conforme palavras do próprio D. João III que diz: Porque a principal coisa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil foi que a gente dela se convertesse à nossa Santa Fé Católica." ( 1 )

Na verdade, não é difícil deduzir que todo o êxito da nova política dependia, última análise, da concretização desse objetivo, uma vez que somente pela aculturação dos gentios "aos valores espirituais e morais da civilização ocidental e cristã” poderia a colonização portuguesa fixar suas raízes definitivas no novo mundo.

Para essa importante e árdua tarefa foram escolhidos os jesuítas, que começaram a chegar ao Brasil, em 1549, acompanhando o 1° governador geral Tomé de Souza.

Duas parecem ter sido as razões principais da escolha dos jesuítas, uma ordem religiosa relativamente nova à época, para alcançar esse objetivo da nova política colonizadora de Portugal.

Em primeiro lugar, aparecem as recomendações de Diogo de Gouveia, emissário do soberano português em Paris, que tivera, alguns anos antes, conhecimento dos sucessos alcançados pelos trabalhos da Companhia e, sabedor das intenções do governo lusitano em relação às possessões d'além mar, escrevia a D. João III, em 1538, recomendando os jesuítas como homens próprios para essa missão.

Em segundo lugar, e como uma razão mais direta e decisiva aparece à influência do padre Simão Rodrigues, um dos fundadores da Ordem, que tendo vindo para Portugal, em 1540, a fim de fundar ali a Província da Companhia, logo se tomaria o confessor predileto de D. João III tendo organizado, em pouco tempo, os Colégios de Coimbra e Sanfins, no Minho. O Colégio de Coimbra rapidamente viria tomar-se o maior centro de formação dos missionários e educadores jesuítas para a propagação da fé cristã nos extensos domínios portugueses de então, dentre eles Brasil.

O objetivo de conversão à fé católica, como já se disse, deveria ser mediante a catequese e a instrução tendo também uma estratégia claramente definida nos Regimentos. Primeiramente, deveriam ser criados aldeamentos próximos das povoações portuguesas onde se concentrassem os gentios adultos convertidos, para permitir maior contato com os cristãos, a fim de melhor sedimentar as novas crenças, e evitar a volta à situação anterior.

Em relação aos meninos, em quem, se acreditava, mais facilmente poder-se-ia imprimir as novas doutrinas, a estratégia recomendada era a de que fossem tirados da convivência com os seus semelhantes e passassem a residir dentro das próprias povoações portuguesas, nos chamados recolhimentos.

Essas diretrizes básicas iriam nortear a ação dos jesuítas no início de seus trabalhos.

O programa educacional jesuítico, quando se organizou a Companhia no século XVI estava inteiramente voltado para os níveis médio e superior do ensino. A finalidade básica era a conquista da juventude, numa tentativa de conter o avanço das idéias da Reforma protestante.

No Brasil, e em outras partes, esse programa teve de adaptar-se às circunstâncias, já que as condições eram inteiramente distintas das existentes na Europa.

Aqui o ensino elementar foi introduzido como prolongamento natural da catequese, assim como o ensino médio viria a sofrer as revisões necessárias.

Por outro lado, havia a dificuldade de comunicação. Assim, todo o processo se iniciava pelo aprendizado da língua o que era feito mediante a espontaneidade do convívio. Convívio que propiciava proveito mútuo, pois enquanto os indígenas aprendiam o português, os mestres e órfãos portugueses aprendiam o tupi no que, aliás, colocavam grande empenho considerando que a língua era o instrumento mais poderoso para a conquista das almas.

O plano inicial proposto por Manoel da Nóbrega era extremamente simples, mas, ao mesmo tempo, ambicioso.

Vencidas as dificuldades lingüísticas encaminhavam-se os meninos indígenas à escola de ler e escrever onde, concomitantemente, recebiam os ensinamentos da doutrina cristã. Alguns deles aprendiam canto e música instrumental. Os que se mostrassem mais aptos intelectualmente seriam, em seguida, encaminhados à aula de Gramática Latina Para os que se distinguissem nos estudos de Gramática pretendia-se enviá-los à Europa com a finalidade de completar os estudos nos Colégios portugueses.

E essa pretensão de Nóbrega, que teria dado bons frutos, efetivou-se em alguns casos naqueles primórdios da educação brasileira.

À Capitania do Espírito Santo chegaram os jesuítas, em 1551, um pouco antes da Páscoa. Vieram o padre Afonso Brás e o irmão Simão Gonçalves para aqui instalar o primeiro núcleo da instituição.

A Capitania encontrava-se envolvida, havia algum tempo, em sérios problemas que dificultavam o seu progresso o que suscitou uma recomendação especial no Regimento de Tomé da Souza dado em 1548:

"e porque a do Espírito Santo, que é de Vasco Fernandes Coutinho, está levantada, ireis a ela com a mais brevidade que puderdes e tomareis informação por o dito Vasco Fernandes e por quaisquer outras pessoas que disso saibam dar razão da maneira que estão com os altos gentios e o que cumpre fazer, para se a dita capitania se tomar a reformar e povoar...” (2)

Nada permite deduzir que a situação se tivesse modificado muito anos seguintes. É este, pois, o quadro pouco animador que viriam encontrar os dois jesuítas que deram inicio à obra educacional no Espírito Santo.

Mas a situação desfavorável pouco influiu no ânimo dos religiosos logo começaram a desenvolver suas tarefas.

Acompanhemos, nas palavras de Afonso Brás, os acontecimentos de chegada e as primeiras providências adotadas:

"Receberam-nos quando chegamos os moradores com grande prazer e alegria, e desde que cheguei até Paschoa, não me ocupei, nem entendi em outra coisa senão em confessar e fazer outras obras pias. Passada a Paschoa, ordenamos de fazer uma pobre casa para nos podermos recolher nela. Ela está já coberta de palha sem paredes. Trabalharei que se edifique aqui uma ermida junta dela em um sitio muito bom, em a qual possamos dizer missa, confessar, fazer a doutrina outras cousas semelhantes". (3).

Da expressão "em um sitio muito bom" pode-se deduzir que essa primeira construção era provisória e o lugar em que estava situada não correspondia aos desejos do missionário. É provável que estivesse localizada à beira-mar. Em seguida foi iniciada a construção do Colégio “na assentada do metro, obra continuada paulatinamente, que se tomou definitiva, com o passar dos anos...” (4)

A esta nova edificação deve corresponder à informação do padre Manoel da Nóbrega, de julho de 1552: "Afonso Brás tem cuidado do Espírito Santo e tem grande colégio de paredes. Manda-me pedir meninos para o principiar". (5)

Não há indicações muito precisas quanta à data de fundação da nossa primeira instituição educacional. Mas, levando-se em conta que na carta de sesmaria passada em 4 de maio de 1552, é mencionada com a denominação de casa de São Tiago, supõe-se que tenha sido inaugurada no dia deste Santo no ano precedente, ou seja, 25 de julho de 1551.

Por essa época, conforme relata o padre Nóbrega, já se tinha organizado também a "confraria dos meninos" "Logo no seguinte ano vieram mais órfãos com bulas para se ordenar confraria, o que logo se fez na Baía, e na Capitania do Espírito Santo, e nesta de São Vicente..."(6 )

Essas confrarias, com características das modernas fundações, reuniam meninos órfãos que vinham de Portugal e tinham como objetivos básicos a garantia, pelas doações que recebiam, dos recursos materiais necessários aos trabalhos de catequese e instrução, bem como separar a administração temporal da direção espiritual e da orientação docente, aquela entregue a seculares e estas de responsabilidade dos jesuítas.

A posse da sesmaria e a organização da confraria dos meninos, já em 1552, indicam que assinalados progressos tinham ocorrido nesses primeiros tempos da instituição educacional dos jesuítas no Espírito Santo, fazendo supor que, em breve, o Colégio - um dos três primeiros fundados no Brasil - deveria tomar-se um dos principais núcleos do sistema escolar brasileiro que se começava a esboçar, não apenas por esses sucessos iniciais, mas também pelas condições favoráveis ressaltadas em viários depoimentos enviados à Metrópole naquela época.

A localização desses três colégios, considerando-se que Vitória fica a meio caminho entre Salvador e São Vicente, onde se localizavam os outros dois, parece revelar um plano de futura expansão para o interior a partir desses pontos estratégicos situados da costa; plano este, aliás, já expresso em meados de 1552: "Muito desejosos estamos já todos de ir descobrir o sertão." (7)

Não existem documentos que indiquem com precisão a data de inicio das atividades de instrução aqui no Espírito Santo. As já citadas palavras de Afonso Brás, revelando que trabalharia para construir um local onde pudesse "fazer a doutrina e outras coisas semelhantes...” demonstram o desejo de iniciá-las o mais breve possível.

Uma possibilidade é que se tenham iniciado quando aqui esteve, em princípios de 1552, o padre Manoel de Paiva que se dirigia a São Vicente, mas se demorou no Espírito Santo por algum tempo em substituição a Afonso Brás que teve necessidade de ir à Bahia. Manoel de Paiva trazia consigo três meninos que, provavelmente, foram os primeiros alunos do Colégio: “... e foi onde ordenado por Nosso Senhor; porque levava três meninos, com os quais principiou aquela casa..." (8)

Informações mais esclarecedoras sabre essa questão são encontradas numa carta escrita em São Vicente, por um irmão jesuíta... Além de confinar as boas instalações do Colégio, ela deixa clara a existência de atividades de instrução no último trimestre de 1552, época em que o missivista aqui esteve acompanhando a expedição de Tomé de Souza que se dirigia ao sul do país:

"Aqui en esta casa, coma en las otras de las Capitanias, se ensenan algunos índios de la tierra y los esclavos que son muchos. Ahora embía el Pe. Nóbrega de aqui de S. Vicente para esta Capitania más niños de los Indios para se criaren y enseñaren par ser la casa grande y la tierra de muchos mantenimentos". (9 )

Funcionava, pois, a escola com alguns índios e muitos escravos. Nenhuma referência sobre os meninos órfãos que teriam vindo de Lisboa, no ano anterior, e com os quais ter-se-ia organizado a "confraria", segundo relato de Nóbrega já referido, e nem aos três que acompanhavam Manoel de Paiva.

Afonso Brás demorou-se na direção do Colégio até 1554 quando foi transferido para São Paulo. Para substituí-lo veio o padre Brás Lourenço.

As primeiras dificuldades transparecem em carta de Luís da Grã, de 1555, que, apesar do julgamento favorável sobre o trabalho desenvolvido por Brás Lourenço, indica problemas de relacionamento com os indígenas "que estavam mui apartados" e relutavam em entregar seus filhos.

E isto parece um fato lamentável para Luís da Grã que afirma em seguida: "é esta terra mui fértil dos mantimentos da terra, onde melhor se poderiam manter os meninos dos gentios que em nenhuma outra Capitania. (10)

É um inequívoco depoimento em favor das boas perspectivas futuras para o Colégio e das esperanças que os primeiros jesuítas depositavam na obra iniciada no Espírito Santo.

Brusca mudança de orientação política da Companhia de Jesus, a partir de 1553, com as novas "Constituições", vai culminar com a proibição dos "recolhimentos" e das "confrarias". Diante desse novo quadro a situação no Espírito Santo se apresenta de forma bastante singular. Além de ter sido a última "confraria" a ser extinta naquela oportunidade, nela foram recebidos, durante certo tempo, pelo menos até 1558, os meninos que eram mandados de outras Capitanias.

É Nóbrega, defensor ardoroso da política dos recolhimentos e das confrarias, que escreve:

"E posto que eu tinha contrária opinião,(...) contudo comecei a desandar a roda, que tinha andado, e a diminuir os meninos, e a tirar confrarias, o quanto pude, sem escândalo, mormente depois que vieram as Constituições,(...) com assaz compaixão minha e dor, porque muitos filhos dos índios sabiam ler e escrever, e oficiavam as missas,(...) o mesmo se fez nas outras partes, e tiraram-se as confiarias, exceto no Espírito Santo, onde por devoção da gente a sustentaram..." (11)

Não há pois, diante desses fatos, uma explicação muito razoável para o rebaixamento do Colégio a uma categoria inferior, a Casa Reitoral, que ocorreu em 1556, deixando frustradas todas as esperanças inicialmente manifestadas.

Permaneceria, em termos de ensino, apenas a escola de ler escrever e contar. Estudos maiores somente na Bahia ou no Rio de Janeiro, quando ali se instalou o Colégio e do qual ficaria dependente a Casa do Espírito Santo até meados do século XVII.

Porém, mesmo essa escola elementar teve um funcionamento precário e irregular. Em 1558 os resultados dos trabalhos de catequese e instrução eram pouco animadores. Francisco Pires informa:

"Vendo o Padre quanta falta de Fé e acrescentamento de maus e torpes costumes por falta de doutrina em os princípios, pareceu-lhe bem tomar cargo dos meninos e escola, dos quaes agora é mestre e os ensina com muita caridade, não tão somente a ler, mas, o que mais e melhor é para sua salvação, ensinando-lhes o caminho do eterno fim glorioso para que foram criados, scilicet: o Padre Nosso, o Credo, etc., por modo de dialogo, e não tão somente aos meninos, que vêm cada dia a uma cèrta hora à egreja..." (12)

Em linguagem simples e direta essa carta fornece com precisão todo o esquema programático desse ensino incipiente. Em primeiro lugar, o conteúdo que consistia em leitura e doutrina cristã; em segundo lugar a finalidade a que se destinava: a salvação eterna; e, finalmente, o método utilizado que era o do diálogo.

No ano seguinte a doutrina era ensinada pelo irmão Antônio de Sá que reclama da falta de meios para um melhor desempenho de suas tarefas: "Si lá tiverem alguma maneira de ensinarem na língua brasílica, mandem-nol-a, por que de outra maneira dificultosamente se lhes meterá na cabeça, ainda que lhes vozeem cada hora e cada momento." (13)

Esta reclamação e outras no mesmo sentido viriam a dar resultado em 1595 com a publicação da "Arte de Gramática" do padre José de Anchieta e em 1618 quando se publicou sob a direção do padre Antônio de Araújo, o "Catecismo na Língua Brasílica" que já vinha sendo elaborado desde os "primeiros anos da catequese jesuítica, havendo fundados motivos para crer que na sua composição e revisões intervieram, entre outros, Pero Correia, Leonardo do Vale e José de Anchieta". Principalmente José de Anchieta.

O padre Lemos Barbosa, na apresentação do "Catecismo..."(reprodução fac-similar da edição de 1618) faz o seguinte comentário:

"Várias dúvidas surgem quanta à autoria do núcleo primitivo do 'Catecismo'.

Pero Correia? Leonardo do Vale? José de Anchieta? Uma coisa é incontestável. Anchieta, se não o autor, foi quem deu a última demão na 'Doutrina Cristã' ou 'Diálogos' que foram mandados com a 'Arte' a Portugal, para impressão. Na licença se diz que 'Gramática' e 'Diálogos' são 'compostos pelo padre José de Anchieta' e 'obras suas'. Não é compreensível que se lhe atribuísse, ainda em vida, uma obra de que tenha sido mero revisor. “Não temos, porém, nenhuma prova de que a obra impressa em 1618 seja a mesma que se apresentou e foi aprovada para impressão em 1594”. (14)

É, pois, indiscutível a contribuição efetiva do padre José de Anchieta nessas duas obras de cunho didático que tiveram larga utilização na fase jesuítica da educação brasileira, sobretudo nos seus primórdios, pois, em 1560, já se estudava, obrigatoriamente, no Colégio da Bahia, a língua dos indígenas utilizando-se a "arte da língua brasílica que compoz o irmão Joseph". (15)

Apesar de todas as dificuldades relatadas, constata-se a existência, em 1562, de dois alunos de latim: um deles era um dos irmãos; rapaz entre dezoito e vinte anos, de boa inteligência e hábil para tudo; e o outro um menino de doze anos considerado de boa índole. O mestre era o próprio padre Brás Lourenço.

Entretanto, essas aulas de Latim não chegariam a ter, nesse primeiro século uma ocorrência regular que permitisse a realização prática do plano de estudos idealizado por Nóbrega para os Colégios do Brasil. Assim, o ensino de nível médio somente se organizaria, no Espírito Santo, um século mais tarde, após o restabelecimento do Colégio.

Em 1571, quem cuidava da escola dos meninos portugueses, que contava quarenta alunos, era o padre Manoel de Paiva que aqui já estivera antes e parece ter passado, no Espírito Santo, os últimos vinte anos de sua vida, ensinando os meninos, catequizando os índios e assistindo aos broncos.

Além das atividades na Vila de Vitória, os jesuítas organizaram, ainda no século XVI, várias aldeias no interior. Em certo momento o seu número teria atingido a dez, embora não se tenha certeza exata de suas localizações. As mais importantes foram as de São João, em Carapina; Nossa Senhora da Conceição, em Guarapari; Nossa Senhora da Assunção, em Reritiba (Anchieta); e Reis Magos, em Nova Almeida. Nelas permanecem, até hoje, muitas das construções primitivas.

Os trabalhos que os jesuítas desenvolviam nessas aldeias junto aos indígenas eram, sobretudo, as de catequese, mas que sempre estiveram acompanhados de atividades de instrução. É o que se deduz do testemunho do padre José de Anchieta: "Ensinam - lhes os padres todos os dias pela manhã a doutrina, esta geral, e lhes dizem missa para os que quiserem ouvir antes de irem para suas roças; depois disto ficam os meninos na escola, onde aprendem a ler escrever, contar e outros bons costumes pertencentes à policia cristã; à tarde tem outra doutrina particular a gente, que toma o Santíssimo Sacramento". (16)

Levando-se em conta a organização, a unidade de métodos e o código de disciplina dos inacianos pode-se concluir que este era o programa educacional, adotado em todas as aldeias do Brasil. A isso, portanto, devia reduzir-se a educação no Espírito Santo em seus principais núcleos populacionais em fins do século XVI e princípios do XVII.

Não muito diferente seria a situação na vila de Vitória onde, coma se sabe, não se efetivaram os planos iniciais de implantação do Colégio permanecendo apenas, durante o primeiro século a escola de ler e escrever.

A freqüente utilização, com fins educativos, que os jesuítas fizeram do teatro, nesses primórdios, não pode ser esquecida. Neste particular sobressai a figura de José de Anchieta, autor de vários autos dos quais oito estrearam em terras capixabas entre 1585 e 1597.

Todas essas pegas tinham um sentido nitidamente doutrinário, buscando difundir e inculcar no espírito dos indígenas os princípios da moral cristã, segundo a concepção da Igreja Católica. E alcançaram grande repercussão. "Os índios prestavam-se com prazer a esses divertimentos, acorrendo dos arraiais como para uma de suas ‘poracés’, a admirar os catecúmenos que exteriorizavam em suas representações fatos e movimentos jamais imaginados por eles. (17)

Em fins do século XVI a ação catequética dos jesuítas foi gradativamente se concentrando em determinados núcleos. Isso decorreu principalmente de dois fatores: o primeiro deles foi a determinação de ordem interna da Companhia exigindo que em cada Aldeia houvesse quatro religiosos e o segundo foi a expansão missionária ao norte e ao sul do Brasil. Com isso, não havia pessoal suficiente para dar atendimento a todas as aldeias.

O resultado disso no Espírito Santo foi que, além de Vitória, os trabalhos se fixaram em dois pontos que se tornaram aldeias de residência permanente: Reis Magos (hoje Nova Almeida) ao norte e Reritiba (hoje Anchieta) ao sul.

O catálogo da Companhia, de janeiro de 1600, como conseqüência dessas novas determinações, aponta significativo aumento no número de jesuítas presentes Espírito Santo, o que indica, obviamente, um incremento das atividades desenvolvidas nesses três núcleos. Na Casa Reitoral, em Vitória, estavam cinco religiosos, dentre eles um "mestre de meninos", o padre Domingos de Sequeira; na aldeia de Santo Inácio (Reis Magos) quatro e na aldeia de Reritiba também quatro. Desse total de treze religiosos, dez eram padres e três eram irmãos.

Quase vinte anos depois a situação permanece inalterada, segundo informação do padre Antônio de Matos, reitor do Colégio do Rio de Janeiro.

Em meados do século XVII a instituição jesuítica no Espírito Santo seria novamente elevada à categoria de Colégio. Foi em 1647 que o padre Simão de Vasconcelos, reitor do Colégio do Rio de Janeiro, "propôs ao geral se fundasse' em 'Colégio' a Casa Reitoral da Capitania do Espírito Santo e fosse dotada com renda deste do Rio de Janeiro". Previa-se que a dotação fosse suficiente para manter vinte religiosos. A proposta de elevação hierárquica foi reiterada no ano seguinte, a 21 de dezembro, pelo mesmo padre Vasconcelos, agora de forma mais explícita e acompanhada de parecer de consultores e de outros padres. (18)

Contudo, somente no catálogo de 1654 a "Casa" de Vitória vai aparecer como Colégio. Porém, continuava a dependência econômica do Rio de Janeiro, o que só deixaria de ocorrer a partir de 1725 quando já se tinham organizado três fazendas que garantiam a subsistência do Colégio e a continuidade das obras necessárias à sua exportação assegurando-lhe independência autárquica, significado jurídico da palavra Colégio, além da sua função especifica de ensino.

Essas três fazendas, localizadas em Itapoca, que substituíra a de Carapina, em Muribeca, na região sul e em Araçatiba, tiveram uma significativa influência na vida econômica da capitania uma vez que se constituíram nos mais importantes centros de produção da época.

Por seu turno, o funcionamento das fazendas implicava a criação de oficinas, as mais variadas, para produção e a manutenção das ferramentas e outros meios necessários.

Tais fazendas e oficinas, além da função econômica, tiveram, em todo o Brasil, ainda que circunstancialmente, uma importante função educativa, pois nelas, apesar de não se incluir dentre os principais objetivos educacionais da Ordem Jesuítica, o ensino dos mais variados ofícios tornou-se um imperativo desde os primeiros tempos.

É Nóbrega quem declara em 1553: "Mando ensinar a alguns moços da terra por o sertão, a ferreiros e a tecelões". Luís da Grã dizia naquele mesmo ano: "destes moços, pus a prender ofícios quanta ou cinco, e isto se há de fazer com outros". Em 1555, Anchieta confessa: "aprendi cá um oficio que me ensinou a necessidade que é fazer alpargatas, e sou já bom mestre...".

Essas manifestações mostram que a escassez de artífices e oficiais obrigava os jesuítas a se tornarem também mestres de ofícios, ensejando a que formassem numerosos discípulos nas artes de tecelagem, da carpintaria, da ferraria ou da sapataria.

Com o passar do tempo, à medida que o processo de produção se torna mais complexo e outras exigências da vida comunitária se ampliam, essas fazendas e oficinas sem poderem contar com uma estrutura capaz de lhes fornecer a mão-de-obra necessária, tornaram-se elas mesmas, verdadeiras escolas de indústria. Nesses centros de produção e, ao mesmo tempo escolas de ofícios "os colonos, que eram índios, aprenderam os melhores métodos de cultivar a terra, de construir casas, estradas e obras de arte, assim como a beneficiar o couro, ou fabricar o açúcar, que era abundante”. (19)

Fazia-se, assim, na prática, o ensino de ofícios, ainda que sem um caráter sistemático ou obediência a um determinado plano. Tudo era feito conforme a exigência do momento, tudo de acordo com as necessidades imediatas (20)

Algumas das primeiras informações sobre o ensino de ofícios no Espírito Santo remontam a 1562. “Naquele ano, estavam na aldeia de Nossa Senhora da Conceição “um homem devote com sua mulher” que ensinava a “muitas moças daquelles Índios (...) a alfaiatas e a e a fiar...” Alguns rapazes que tinham vindo da Bahia aprenderam o oficio da tecelagem.

Durante os séculos XVI, XVII, e XVIII estiveram no Espírito Santo inúmeros padres e irmão jesuítas que aqui exerceram, e certamente ensinaram seus ofícios. Destacam-se: Diogo Jácome, torneiro; Pedro Gonçalves, agricultor; Ascânio Bonaiuto, alfaiate e enfermeiro; António Domingues, sapateiro; Antônio Pinto, carpinteiro; Francisco Araújo, oleiro; Domingos Trigueiros, carpinteiro e entalhador; José Inácio, correeiro e seleiro; Mateus Afonso, alfaiate, conservador de biblioteca e encadernador; e João Delgado, carpinteiro, sobretudo de arte mobiliária.

Restaurado o Colégio, em 1654, foi organizado o Curso de Humanidades, já que era praxe a existência nessas instituições de "algumas aulas de ensino secundário, pelo menos Gramática ou Humanidades".

No plano educacional da Companhia, definido no "Ratio Studiorum", edição de 1599, o Curso de Humanidades compreendia cinco classes: três de Gramática (inferior, média e superior); uma de Humanidades e uma de Retórica. Eram os chamados "studia inferiora’, correspondentes ao nível médio moderno.

As classes se caracterizavam por graus ou estágios de avanço que representavam o domínio de um determinado conjunto de conhecimentos e não propriamente uma unidade de tempo. Assim, só se permitia a promoção a uma classe superior ao aluno que houvesse completamente dominado os conteúdos daquela em que se encontrava por este motivo, não raramente, o estudo completo do currículo, constituído principalmente de Latim e Grego, se prolongava por seis ou sete anos.(22)

O Curso de Humanidades possuía um caráter eminentemente lingüístico-literário, dentro da mais pura tradição clássica e o objetivo era "a arte acabada da composição, oral e escrita". A Gramática deveria "assegurar uma expressão clara e exata"; as Humanidades "uma expressão rica e elegante", e a Retórica "mestria perfeita na expressão poderosa e convincente..."

Certamente, pela famosa rigorosidade de disciplina da Companhia, pode-se prever que, no Brasil, tentativas foram feitas no sentido de se adaptar o Curso de Humanidades ao plano geral do "Ratio", mas as dificuldades foram inevitáveis. Na verdade, segundo Serafim Leite, seguiu-se sempre muito mais o programa do Colégio de Évora de 1563 que, por sua maior simplicidade, melhor se adequava às condições aqui existentes.

Por esse programa de Évora eram cinco as classes de Gramática Latina, iniciando-se os estudos pela 5ª (quinta) que compreendia os rudimentos da Gramática e uma seleção das "Cartas" de Cícero.

Na classe de Humanidades os estudos se concentravam no "De Bello Gallico", de Cesar; no 10° (décimo) livro da "Eneida", de Virgílio e na Gramática Grega.

Finalmente, na classe de Retórica estudava-se o 6° (sexto) livro da "Eneida"; o 3° (terceiro) livro das "Odes, de Horácio”; e "De lege agraria" e "De Oratore, de Cícero”. Na parte de grego eram vistos os "Diálogos", de Luciano.

Esta programação de Évora, anterior à edição definitiva do "Ratio" de 1599, teve posteriormente, ampliada a sua extensão, mas é certo que corresponde sensivelmente aos estudos usados sempre no Brasil. "Sensivelmente, porque há diversidade no número de classes e entre os autores lidos no Brasil aparecem Quinto Cúrcio e Sêneca, não mencionados nesse programa de Évora. (23)

Os dados disponíveis pesquisados não permitiram precisar a data de implantação desse curso, o grau de organização que alcançou no Espírito Santo e nem a regularidade do seu funcionamento no século que se seguiu, após a restauração do Colégio. Todavia, deve ter sofrido as adaptações necessárias às circunstâncias locais e aquelas relativas às disponibilidades da Companhia.

A julgar pelo catálogo de 1757, quase à época da expulsão, em que se registra a presença no Colégio de um único mestre de Gramática, o padre Miguel da Fonseca, pode-se imaginar que a qualidade e a normalidade de funcionamento do curso sempre esteveram na dependência da presença de jesuítas possuidores das qualificações necessárias para assumir a regência das aulas. Considerando-se essa particularidade, é muito provável que o curso, em algumas oportunidades, tenha alcançado um bom nível quando aqui estiveram algumas das celebridades da Companhia. Este é o caso, por exemplo, do período compreendido entre 1674 e 1677 quando aqui esteve como vice-reitor, o padre Antônio de Sá considerado um dos expoentes maiores dos jesuítas no século XVII.

O mesmo se pode dizer no caso do padre Manoel de Leão, Mestre de Filosofia, que aqui residiu muitos anos, após 1720. Outro exemplo é o do padre José Álvares, reitor do Colégio entre 1747 e 1749, professor de Teologia e Filosofia.

E, assim, de acordo com essas circunstâncias, o Colégio buscou manter, durante todo o segundo século de existência da instituição, o curso de Humanidades. Além disso, desde os primeiros tempos a catequese e o ensino elementar jamais foram interrompidos.

Porém, a verdade é que, nesses dois séculos, a educação jesuítica envelhecera, já não mais correspondia às novas aspirações e necessidades.

Durante o século XVIII acentuaram-se na Europa, especialmente na França, os movimentos filosóficos que traduziam a reação contra todas as formas e instituições que representavam um longo domínio dos antigos conceitos. Buscando integrar o racionalismo de Descartes com o empirismo de John Locke, o novo movimento afirmava a crença absoluta no poder da razão auxiliada, exclusivamente, pela experiência sensorial. Introduzida nos círculos culturais franceses por Voltaire esta nova concepção teve a sua mais alta expressão elaborada por um grupo de literatos e filósofos conhecidos como "enciclopedistas". (24)

Um dos principais alvos da crítica desse movimento revolucionário foram os dogmas do Cristianismo personificados por sua principal representante, a Igreja Católica Romana.

A Influência dessas novas idéias produz, em muitos cases, um processo de ruptura em que o Estado busca subtrair da Igreja o predomínio exercido sobre a sociedade nas áreas política, socioeconômica e educacional. Como conseqüência, a Companhia de Jesus, principal divulgadora das idéias cristãs, através de seus Colégios espalhados por todas as partes, passa a sofrer intensa contestação que iria culminar com a sua supressão.

Em Portugal as condições se apresentariam ainda mais propícias a esses ataques. Os jesuítas, desde D.João III, detinham o domínio quase absoluto, sobre a educação no reino e em suas colônias. Além disso, exerciam grande influência e eram, por este motivo, acusados do grande atraso cultural e econômico em que se encontrava a nação portuguesa. Já no reinado de D. João V (1706 a 1750) algumas tentativas de reforma se tinham manifestado. Em 1746, publica-se o "Verdadeiro Método de Estudar" de Luís Antônio Verney que representa uma das críticas mais severas da pedagogia jesuítica. O processo se intensifica com Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, adepto da nova "filosofia das luzes" e ministro de D José I que assumiu o trono português em 1750.

Em 1755 e 1758 subtrai-se da Companhia a administração das aldeias indígenas. Finalmente, em 1759, proíbe-se, em junho, o funcionamento das escolas jesuíticas e, em setembro, decreta-se a expulsão do reino português e seus domínios. Interrompe-se, assim, essa obra educacional construída ao longo desses dois primeiros séculos.

A saída da Companhia de Jesus iria determinar um sem número de dificuldades, pois ela constituía a despeito de todas as falhas que lhe possam ser atribuída, a fonte mais comum e mais ampla de oportunidades educacionais.

Na apreciação abalizada de Fernando de Azevedo, o que aconteceu com a expulsão:

"não foi uma reforma de ensino, mas a destruição pura e simples de todo o sistema colonial do ensino jesuítico. Não foi um sistema ou tipo pedagógico que se transformou ou se substituiu por outro, mas uma organização escolar que se extinguiu sem que essa destruição fosse acompanhada de medidas imediatas, bastante eficazes para lhe atenuar os efeitos ou reduzir a sua extensão”. (25)

Para se avaliar as conseqüências do ato de Pombal basta lembrar que os jesuítas mantinham, somente na Colônia, "25 residências, 36 missões e 17 Colégios e seminários, sem contar os seminários menores e as escolas de ler e escrever, instaladas em quase todas as aldeias e povoações onde existiam casas da Companhia". (26)

No Espírito Santo estavam 17 jesuítas distribuídos pelo Colégio, em Vitória, pelas casas das aldeias de Reis Magos (Nova Almeida) e Reritiba (Anchieta) e pelas fazendas de Muribeca, Itapoca e Araçatiba.

Para dar cumprimento à ordem de expulsão chegou a Vitória, no dia 4 de dezembro de 1759, o desembargador João Pedro de Souza Sequeira Ferraz. Os padres e irmãos foram reunidos no Colégio e, a 22 de janeiro de 1760, embarcaram no navio Libúrnia partindo para o Rio de Janeiro de onde seguiram para o exílio.

Nos 208 anos de trabalho desenvolvidos no Espírito Santo a instituição jesuítica teve quarenta e oito dirigentes, dentre eles José de Anchieta por volta de 1587 ou 1593.

Com a obra educacional desenvolvida pela Companhia de Jesus nesses dois primeiros séculos, construiu-se a primeira das grandes linhas que caracterizam a educação brasileira: a orientação humanístico-cristã da qual os padres jesuítas foram aqui os principais representantes e divulgadores.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - Regimento de Tomé de Souza. Apud, TAPAJÓS, Vicente et alii. História administrativa do Brasil, v. 2. Rio de Janeiro: DASP, Serviço de Documentação, 1966,p. 261.

2- _________ p.260.

3 - PEIXOTO, Afrânio (org). Cartas jesuíticas II (Cartas avulsas 1550- 1568). Rio de Janeiro: Oficina Industrial Graphica (Publicação da Academia Brasileira), 1931,p.37.

4 - DERENZI, Luiz Serafim. História do Palácio Anchieta. (Publicação da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Espírito Santo). Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1971, p23.

5 - LEITE, Serafim (org.). Novas cartas jesuíticas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940, p. 24.

6 - ___________  p. 104,

7- ____________  p. 26,

8 - PEIXOTO, Afrânio (org. ). Opus cit. p. 127.

9 - LEITE, Serafim (org.). Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, v. 1. São Paulo: Confissão do 4° Centenário da cidade de São Paulo, 1954, p.428.

10 - Novas cartas jesuíticas. São Paulo: Companhia Editora Nacional

11 - __________  p. 104 - 5,

12 - PEIXOTO, Afrânio (org.), opus cit. p. 196 - 7.

13 - _____________p.221,

14 - BARBOSA, A Lemos Apud, ARAÚJO, Antônio Catecismo na língua brasileira (apresentação).Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica, 19 XIV.

15 - PEIXOTO, Afrânio (org.). Opus cit., p. 253.

16 - Cantos, informações, fragmentos históricos e sermões do padre Joseph de Anchieta 1554 - 1594 (Cartas jesuíticas In). Rio de Janeiro: Civilização Brasi, 1933,p. 381.

17 - GAMA Oscar, História do teatro capixaba: 395 anos. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida / Fundação Cultural do Espírito Santo , 1981, p. 57.

18 - LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. v. 3. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945, p. 133.

19 - FONSECA, Celso Suckow da. História do ensino industrial no Brasil v. I , Rio de Janeiro, 1961, p. 16.

20 - ________________p. 17.

21 - PEIXOTO, Afrânio . Opus cit., p. 340

22 - FRANCA, Leonel. O método pedagógico dos jesuítas. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1952, p. 48.

23 - LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil, v. 7. Rio Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1949, p.152.

24 - EBY, Frederick. História da educação moderna. Porto Alegre: Edita Globo, 1962, p. 265.

25 - AZEVEDO, Fernando. A cultura brasileira, (publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),v.3. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1958, p.47

 

Fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Nº 49, ano 1997
Autor: Ivantir Antonio Borgo
Compilação: Walter de Aguiar Filho, 03 de abril de 2014 

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