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Encontro internacional em Linhares – Rio Doce

Rio Doce em Linhares município vai sediar encontro para discutir o uso racional da água - Foto: PML

O município de Linhares já está em ritmo acelerado rumo a um grande desafio. Entre os dias 2 e 5 de abril de 2008 a cidade vai sediar o IV Fórum das Águas do Rio Doce e 1º Fórum Internacional das Águas do Rio, sendo esta a primeira vez que o encontro ganha dimensão mundial.

O evento faz parte do projeto Águas do Rio Doce, que desde 2004 vem atuando junto aos vários segmentos da sociedade da bacia hidrográfica do rio Doce sobre a importância da água como fator determinante do desenvolvimento e da qualidade de vida.

O primeiro Fórum das Águas aconteceu em Governador Valadares, em 2005; o segundo foi em Colatina, em 2006; e o terceiro, em Ipatinga, este ano.

PRESENÇAS

De acordo com uma das coordenadoras do fórum, Zaira de Andrade Paiva, já estão confirmadas as presenças das delegações da França, Espanha, Holanda, Moçambique e Suécia.

“Estamos buscando a participação de países que podem nos acrescentar de forma técnico-científica e também financeiramente. A economia da bacia do rio Doce é voltada principalmente para a exportação, por isso é importante que existam estas parcerias”, afirmou ela.

O fórum reúne as três camadas responsáveis pela gestão das águas: a sociedade, por meio do espaço aberto para discussões e também através da apresentação de trabalhos e pesquisas de estudantes; os governos, por meio de assinatura de convênios; e as empresas, através da apresentação de propostas e possíveis soluções para a administração dos recursos hídricos.

O prefeito de Linhares, José Carlos Elias, que participou do Fórum das Águas de 2007, realizado em Ipatinga (MG), afirmou que o evento é uma oportunidade de crescimento para o município.

“Por ser aberto, transparente e democrático, o Fórum das Águas do Rio Doce já se tornou um dos eventos mais importantes do Brasil, para aqueles que se preocupam com a gestão dos recursos hídricos nacionais”, afirmou o prefeito.

Espaço para realizações

Para a equipe responsável pela organização do VI Fórum das Águas do Rio Doce, o grande desafio é promover um evento que fique marcado não só como um espaço para debates e exposição de idéias e trabalhos, mas também como uma base para futuras ações concretas e continuadas.

“Não queremos que as discussões aconteçam em Linhares e se encerrem quando acabar o fórum. Queremos que o evento seja apenas uma parte de uma caminhada em torno das questões ambientais que envolvem a bacia do rio Doce e seus municípios”, afirmou a secretária municipal da Educação e Cultura, Maria de Lourdes Franco Alves.

Dentre as ações a serem desenvolvidas durante o Fórum Internacional acontecerão várias atividades, como: oficinas infantis e para adultos, mostra de trabalhos técnico-científicos, ciclo de palestras/debates, mostra de experiências e de projetos técnicos.

Os quatro fóruns

1º – Governador Valadares (MG) – 29 a 31 de março de 2005 – Tema: “Unidade e maturidade”

2º – Colatina (ES) – 29 a 31 de março 2006 – Tema: “Eu sou do Doce”

3º – Ipatinga (MG) – 28 a 31 de março 2007 – Tema: “Integração”

4º – Linhares (ES) – 2 a 5 de abril de

2008 – Tema: “O Doce para o mundo”

Comitê do Rio Guandu em ação

O Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Guandu (CBHGuandu) – criado no último dia 13 de março e do qual fazem parte os municípios de Baixo Guandu, Brejetuba, Laranja da Terra e Afonso Cláudio, já marca presença com uma ação importante.

Filho caçula da bacia do rio Doce, o CBH-Guandu firmou parceria para, ao longo de 30 meses, realizar atividades de recuperação de 18 hectares de florestas em áreas de topo e encostas de morros, além de trabalhar para formação de outros 12 hectares de vegetação ciliar na região dos quatro municípios.

Também estão previstas atividades para recuperar 39 nascentes, diagnosticar e monitorar a qualidade e quantidade de recursos hídricos ao longo da bacia do Guandu, produzir e plantar cerca de 75,5 mil mudas de espécies nativas, capacitar 375 produtores rurais através de cursos, além de elaborar plano de adequação das propriedades rurais envolvidas no projeto.

O orçamento total é de R$ 634,2 mil, sendo que R$ 496,7 mil serão financiados por meio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e outros R$ 137,4mil virão de recursos do Instituto Terra, por meio da doação de parceiros, entre eles o Principado das Astúrias, na Espanha; a Província de Roma, na Itália; e pessoas físicas dos Estados Unidos.

“Para a recuperação ambiental serão trabalhadas especificamente: áreas de preservação permanente (topos e encostas de morro, nascentes e matas ciliares), além do fomento à recuperação de reservas legais.

Será utilizado o conceito de conectividade de áreas ou corredores ecológicos no delineamento das ações de restauração ambiental”, informou o superintendente executivo do Instituto Terra, Ricardo Salgado Rocha.

O projeto é fruto de parceria entre o Instituto Terra, o Consórcio Intermunicipal para Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, a Companhia de Saneamento do Espírito Santo (Cesan), o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e as prefeituras municipais de Afonso Cláudio, Baixo Guandu, Brejetuba e Laranja da Terra.

A gestão da bacia hidrográfica do rio Guandu também tem atividades voltadas para a educação ambiental de 400 estudantes e professores do ensino fundamental dos municípios de Afonso Cláudio, Baixo Guandu, Brejetuba e Laranja da Terra.

Colatina preserva área verde

A reserva de Itapina, uma área de cobertura florestal com aproximadamente 200 hectares no município de Colatina, vai ganhar um centro de educação ambiental.

O projeto, que é uma parceria entre o Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto (Sanear) de Colatina, o Instituto Terra e a ONG Acode Rio Doce, também tem como objetivo este ano plantar 20 mil mudas de espécies nativas numa área de 10 hectares da reserva.

Iniciada há cerca de um mês, a parceria busca recursos para construção de cercas, onde a vegetação será limpa para que, no caso de incêndio, o fogo não se alastre de uma área para outra.

“O objetivo é melhorar a qualidade da água que chega na calha do rio Doce e manter um fluxo mais homogêneo ao longo do ano”, explicou o superintendente executivo do Instituto Terra, Ricardo Salgado Rocha.

Vale ressaltar que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Santa Maria do Rio Doce, o CBH – Santa Maria – formado pelos municípios de Colatina, Santa Teresa e São Roque do Canaã – escolheu como foco de suas ações o trabalho com o segmento agrícola, onde investe na capacitação dos agricultores, orientado-os sobre a importância da outorga de direito do uso da água.

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rio Doce - 01/07/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Nelson Gomes, Wilton Junior e Lívia Scandian
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Sérgio Venturim
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

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