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História Popular do Convento da Penha

Convento da Penha

O MANTÉU MILAGROSO

O primeiro prodígio que a tradição guardou e divulga acerca de Frei Pedro Palácios ocorreu durante a viagem que o trouxe até nós.

Relata-o Frei Jaboatão: "Da sua passagem do Reino para o Brasil, só achamos escrito, fora o ano de 1558, e sendo o navio que o transportara, acometido na viagem de uma rija e furiosa tormenta, nos últimos apertos, recorrendo os navegantes a Frei Pedro pelo bom conceito que já haviam formado de sua virtude, e tomando-lhe o manto o lançaram ao mar, e foi o mesmo estender-se sobre as águas, que baixaram logo a soberba de suas empoladas ondas; ausentaram-se os ventos que as moviam contrários, e soprando outros mais favoráveis, tomaram o porto com feliz viagem no de Vila Velha, capitania do Espírito Santo."

AS PALMEIRAS DA PENHA

"Tendo os moradores encontrado o penitente Religioso na solidão da montanha, tomaram-lhe a bênção e 'lhe rogaram quisesse descer ao povoado e pedir esmola para seu sustento, e se lhe ofereceram para tudo mais que quisesse'."

Frei Pedro, porém, "apontando para duas palmeiras que estavam no cume do rochedo, lhes disse, com muita alegria, que já achara o que buscava".

"Que já achara o que buscava" - estas palavras de Frei Apolinário deixam supor que o "cronista da província" tinha conhecimento de outra tradição que atribui às duas palmeiras a função de guia antes de Palácios chegar ao Espírito Santo. Efetivamente, assim lemos no fragmento de manuscrito já mencionado de que o copista afirma que esta vida do Servo de Deus foi composta pelo Padre Mestre Guerra: "É tradição que lhe servia de carta de marear uma imagem de Nossa Senhora, que trazia em um painel; a qual lhe destinava para teatro de suas virtudes um monte, o qual conheceria pelo sinal de duas palmeiras que veria no cume de tal monte." As duas palmeiras existiam de fato no vértice da rocha, "expostas de dia e de noite ao ar violento agitado pelas asas da ventania, tremendo como o caniço nos brejos; mas não cedendo o lugar, que só deveria pertencer a um altar". 

 

Autor: Guilherme Santos Neves
Fonte: História Popular do Convento da Penha - 3ª edição, 2008 

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