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O Bar Globo da Praça Oito

Capa do Livro de Hélio de Oliveira Santos, 1978

O Bar Globo era um bar típico da época, com suas mesas de madeira, cadeiras também de madeira, sem nada de especial. Tinha na entrada uma porta tipo vai-vem, uns 15 metros de comprimento, por uns 6 de largura. Nos fundos ficava a cozinha, à direita, ficava um balcão tipo prateleira onde acima tinha a caixa registradora onde o Zé Gordinho ficava olhando o ambiente, sempre de charuto na mão (assim como o Eurico Rezende) dando baforadas, e também sempre com seu copo de cerveja ao lado, pois ele era um tremendo bebedor da dita cuja. No meio do bar, havia uma coluna que ia desde o chão até o teto, coluna esta de madeira.

Logo que o Zé Gordinho comprou o Globo, pendurou nesta coluna mais ou menos a uns 3 metros de altura, um bacalhau, bacalhau mesmo, de carne e osso, próprio para bacalhoada. Esse bacalhau ficou lá, pendurado meses. Entrava dia, saía dia e o bicho estava lá pendurado, duro, já escuro de tanta poeira, pedindo a Deus que o colocassem logo numa panela. Até que um dia entrou no Bar Globo o Roberto Ribeiro de Souza. O Roberto era frequentador do Globo, porém não era de beber, ia só bater papo com os amigos. Ele entrou, sério, não olhando, nem cumprimentando ninguém, parou em frente ao bacalhau, olhou-o bem, foi até a um canto onde era guardado o material de limpeza do bar, e apanhou um espanador, daqueles de cabo de madeira e penas de peru. E o Zé Gordinho na registradora só de olho no que Roberto ia fazer. Ele, sério como entrou, pediu uma cadeira emprestada a um dos fregueses (a casa estava cheia), encostou-a na coluna, subiu na cadeira e com o espanador começou a espanar o bacalhau. Saía poeira para todos os lados. A turma que estava no bar caiu na gargalhada. O Zé Gordinho, que estava na registradora quase teve um colapso. Não sabia se tomava o charuto e fumava o copo de cerveja ou vice-versa.

E Zé Gordinho berrava pro Roberto que se retirava, sério, sem ter dito uma palavra:

- "Seu Roberto, se o Sr. vem aqui para desmoralizar meu restaurante não precisa vir mais!" E por aí afora. E a turma morrendo de rir. Foi uma luta para acalmar o Zé Gordinho. E até hoje ninguém sabe onde foram parar o charuto e a garrafa de cerveja que ele estava fumando e tomando... Nós achamos que ele tinha engolido os dois.

 

Fonte: "Estórias de Boemios e Outras Estórias". Vitória - 1978
Autor: Helio de Oliveira Santos
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2012 

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