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Oportunidade de futuro – Escola de Pesca em Piúma

Rio Piúma, atividade pesqueira tem papel de destaque - Foto: Ady Brunini

Oferecer aos filhos de pescadores a oportunidade de se qualificarem para a atividade pesqueira, profissionalizando-os em diversas etapas da cadeia produtiva. Com esse objetivo, foi criado, no ano de 1986, pelo governo do Estado, a Escola de Pesca de Piúma, uma das primeiras do País.

“O litoral capixaba estava perdendo não apenas uma importante fonte de renda, mas também o conhecimento do mar e a arte da pesca, pois as gerações mais antigas deixaram de ter para quem repassar essa riqueza”, justifica o ex-diretor da Escola de Pesca e atual secretário da Educação e da Cultura de Piúma, Jonacy Xavier Garcindo.

De acordo com Jonacy, mais recentemente, no ano de 2005, a escola foi municipalizada. Ela conta hoje com cerca de 100 alunos, com idades que variam de 11 a 17 anos, vindos do próprio município, além de Anchieta, Itapemirim e Marataízes, região em que a pesca tem papel de destaque na economia.

Os alunos, que estão distribuídos em quatro turmas, estudam em período integral, das 7h30 às 15h30. A escola é aberta, tendo sido construída num terreno da Marinha, onde o rio encontra o mar.

Não há obrigatoriedade para que o aluno seja filho de pescadores e tampouco se faz restrição ao ingresso de meninas.

Além das aulas das matérias do núcleo comum (5ª a 8ª séries do ensino fundamental), os alunos também aprendem disciplinas relacionadas ao setor pesqueiro, o que inclui beneficiamento de pescado, construção naval, legislação pesqueira, arte de pesca, mecânica naval, captura e navegação. Também são oferecidas aulas de informática, natação e de educação ambiental.

“Atualmente, a escola desenvolve vários projetos junto à comunidade local e é um importante aliado na preservação do rio Piúma. Além disso, possibilita que os postos de trabalho gerados pela cadeia produtiva da pesca na região sejam ocupados pelos moradores da própria região”, frisa Jonacy. E complementa: “O inovador de lá não é só a capacitação de mãode-obra para a economia local, mas é o fato de a escola prestar atenção à cultura local, respeitando a dinâmica da comunidade.”

Projetos em que a escola participa

Salvamar – Consiste na retirada do óleo das embarcações e devolução de lubrificante novo a preço de custo. A estratégia visa contribuir para a retirada do produto, que anteriormente era jogado no rio e matava as espécies que habitam os manguezais.

Maricultura – Trabalha as famílias de pescadores no intuito de aumentar a renda com o cultivo do mexilhão. Esse projeto conta com módulos da escola que são manuseados pelos alunos. A produção também é destinada ao consumo da escola.

Telecentro – É voltado para a inclusão digital e está inserido na grade curricular dos alunos, além de atender a comunidade com cursos de informática e utilização gratuita da internet.

Núcleo de Integração Cultural – Dá visibilidade a alguns projetos audiovisual do município e a um outro de Itapemirim.

Ecovida – Alunos da Escola Municipal Lacerda de Aguiar desenvolvem atividades na área do ecoturismo, trazendo escolas até o município e realizando educação ambiental nos mangues, rios, ilhas, praias, Monte Aghá e Vale do Orobó.

Produção de fraudes geriátricas – A Associação das Famílias de Pescadores (Afapes) atende a 100 idosos.

Artesãs do Guanandy – Mulheres desenvolvem o artesanato local a partir da produção de colares e pulseiras feitas a partir de sementes da Área de Proteção Ambiental (APA) do Guanandy, em Itapemirim. O produto é vendido aos turistas.

Obs: Todos esses projetos têm o apoio da Petrobras, Samarco, Iema, Prefeitura Municipal de Piúma, além da Colônia de Pescadores.

Fonte: ex-diretor da Escola de Pesca e atual secretário da Educação e da Cultura de Piúma, Jonacy Xavier Garcindo

Outras ações na Bahia

Comitê

• Primeiro Fórum das Águas, realizado em Piúma

• Segundo Fórum das Águas, realizado em Iconha

• Primeira e segunda descidas ecológicas de reconhecimento do rio Iconha, entre o trecho de Iconha e Piúma

• Primeira gincana ecológica, realizada em Iconha em parceria com a pastoral ecológica

• Capacitação para membros do comitê em parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Benevente

• Participação nos três fóruns do Rio Doce

Associação de Agropecuaristas do Vale do Orobó

• Limpeza de 12Km do rio Novo e 5,4 Km do Canal do Pinto, em Piúma

• Criação de viveiro para distribuição de mudas de plantas nativas e frutíferas

• Coleta de sementes de genipapo, jaca, pitanga, acerola, entre outros. Há proposta de criar uma cooperativa para o plantio de acerola no Vale do Orobó, como forma de gerar emprego e renda para a região Prefeitura Municipal de Iconha

• Produção e distribuição de mudas pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural por meio do horto municipal

• Articulação com entidades para o programa de revitalização de nascentes através da Comissão pelas Águas em Iconha

• A secretaria avalia que, para a conservação e recuperação da Bacia do Rio Novo, faz-se necessário o diagnóstico da bacia, a elaboração de leis municipais, como o Código de Meio Ambiente, o Plano Diretor Municipal (PDM) e as campanhas de educação ambiental.

Fontes: Eduardo José de Souza, secretário executivo do CBH Rio Novo; Roseli Coelho Silva, primeira-tesoureira da Associação de Agropecuaristas do Vale do Orobó; e Reginaldo Drago Lovati, secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Iconha

Os números da pesca

Pescadores – Os núcleos de Piúma, Anchieta, Itapemirim e Marataízes representam 45,10% do total de pescadores do Espírito Santo, concentram 56,13% das embarcações de pesca artesanal e respondem por 68,02% da produção anual de pescado do Estado (cerca de 15 mil toneladas).

Mercados – Pouco vendido nos mercados locais, o pescado do Litoral Sul do Espírito Santo abastece Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, e uma parte é exportada para países europeus e para o Japão.

Atividades – Além do trabalho dos pescadores a bordo dos barcos, o setor pesqueiro envolve muitas outras atividades, que se estabelecem em torno da pesca artesanal. Desde a fabricação de redes e tarrafas até a construção e reforma de embarcações.

Cadeia produtiva – Outras atividades da cadeia produtiva são a produção de gelo, o fornecimento de alimentos para as tripulações, o descarregamento do Pescado, a avaliação de sua qualidade e a comercialização. Antes de chegar ao consumidor, o peixe passa por diversas etapas, que movimentam a economia local durante todo o ano.

Fonte: Pesquisa A Tribuna

Exemplos em Piúma e Iconha

Duas importantes ações foram realizadas na Bacia do Rio Novo - uma voltada para conscientizar a população dos prejuízos causados pelo lançamento de lixos plásticos na Boca da Barra, em Piúma, e a outra junto aos produtores rurais de Iconha, que passaram a utilizar a agricultura orgânica como estratégia de desenvolvimento sustentável.

No primeiro caso, foi realizada uma pesquisa junto aos alunos do município e da comunidade pesqueira. "O lixo plástico representa um grande vilão dentro do processo de degeneração do rio Piúma, já que ele prejudica as condições de vida de peixes e crustáceos", justificou o secretário da Educação e da Cultura de Piúma, Jonacy Xavier Garcindo.

Segundo ele, foi feita uma coleta mensal para se ver a incidência do lixo. "Os resultados foram satisfatórios, visto que a comunidade passou a enxergar o seu papel no trabalho de preservação do rio", comemorou.

Em Iconha, um trabalho foi feito junto a famílias de produtores rurais, com fornecimento de assistência técnica, o que permitiu fazer da atividade econômica um aliado da preservação dos recursos hídricos, contou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, Reginaldo Drago Lovati.

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios de Guarapari, Rio Benevente e Rio Novo  09/09/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Flávia Martins
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Sérgio Venturin
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

Rios do ES

Rio Jucu

Rio Jucu

Sabe-se que o rio Jucu foi responsável pela penetração no interior dos municípios de Vila Velha, Cariacica e Viana, no final do século XIX

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