Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Os pobres na literatura do Espírito Santo - Por Francisco Aurélio Ribeiro

Aninhanha é um libelo contra a exploração social, a miséria, o machismo. Narrativa-catártica, é uma história real, segundo depoimento do autor, mas é, sobretudo, uma extraordinária construção literária

Acontece que esse thatcherismo de província é praticado num país que exibe a pior distribuição de renda do mundo, numa sociedade que manteve a escravidão em funcionamento aberto durante quatro séculos e ainda a mantém atuante na mentalidade coletiva. Pois é isso que significa considerar tradicionalmente os pobres como componentes de uma sub-raça, meio humana e meio animal, a ser tratada eventualmente com cordialidade, mas que só nasceu para obedecer e servir até a morte, sem direitos nem esperanças.*

 

Foi Fernando Tatagiba quem lançou o Manifesto "Por uma Literatura-Povo, por uma Literatura-Rua", publicado em 1986.  Nele, pode-se ler:

 

A Literatura Capixaba, excetuando-se a poesia, sempre foi feita pela burguesia - beletrista por excelência.

Sendo assim, essa burguesia-fascista ou "liberal", mas definitivamente alienada, estava obviamente afastada do povo, das ruas, do cheiro muitas vezes doloroso do ser humano comum da esquina.(...)

É necessário que a Literatura Capixaba deixe de lado, definitivamente o "bom mocismo" dos sonetos, das tramas, do Convento da Penha, do Dia dos Namorados, das Mães e do Natal, dos pontos turísticos, dos cartões postais, e mergulhe de vez na rua, na passarela comum, se encharque de povo, de pessoas simples, gente da esquina e da praça.(1)

 

Toda uma geração de escritores capixabas seguiu Fernando Tatagiba e os princípios de seu "manifesto-povo": Lacy Ribeiro, Bernadette Lyra, Ivan Castilho, Marcos Tavares, Francisco Grijó, Sebastião Lyrio, Miguel Marvilha, Pedro Nunes. Destaquei, para análise neste tópico, três obras representativas desse tipo de literatura, por sua qualidade literária e pelo universo enfocado. A primeira, O pavão desiludido, o primeiro romance de José Carlos Oliveira, publicado em 1972; o segundo, a narrativa-depoimento de Helvécio de Siqueira e Silva, Joca Pivete, de 1987; e o terceiro, o romance-novela Aninhanha, de Pedro J. Nunes, de 1993.

Três Gerações e três décadas (70, 80, 90), enfocando a miséria da população brasileira, que é abordada pela sensibilidade de três grandes escritores brasileiros, também capixabas. Um retrato cruel da desigualdade social que nega o "milagre econômico brasileiro" apregoado pela ditadura militar pós-64.

José Carlos Oliveira (1934-1986) viveu em Jucutuquara, bairro periférico de Vitória (na época), era de família pobre. Iniciou-se no jornalismo em Vitória e muito cedo foi para o Rio de Janeiro, tentar realizar o sonho de ser escritor. Conseguiu, jornalista brilhante, escritor sarcástico e boêmio inveterado, de personalidade carismática, tornou-se ídolo dos cariocas e mito em Ipanema, com sua cadeira cativa no Antônio's. Foi cronista do Jornal do Brasil por mais de vinte anos, revezando-se, em suas páginas, com Carlos Drummond de Andrade.

O pavão desiludido pode ser lido como um romance memorialista. Narrado em primeira pessoa, sua primeira frase é chocante: “Quando vi o mundo pela primeira vez eu estava nu, com vermes, com perebas e com fome".(2) A partir daí, o narrador, personagem-duplo do autor, descreve sua vida em Vitória, os sofrimentos por que passa para sobreviver, até sua ida para o Rio de Janeiro e as primeiras tentativas de sobreviver como escritor. A última parte é uma ruptura definitiva com a província, a família e, principalmente, a libertação do jugo materno. Ao bilhete que lhe manda a mãe, "Deixe de escrever besteira e venha trabalhar, seu vagabundo", o personagem narrador-autor responde com vômito, "vomitando fome, bílis, mamãe"(p.129). E, no alto do morro carioca, contemplando a cidade "hostil e desagradável'', profere a decisão de ruptura com o passado:

 

Fico aqui, habitando as ruas, dormindo nas calçadas até que a fome me devore por inteiro; ou num gesto brusco de navalha extirpo os meus testículos, irrisória oferenda que só terá valor aos olhos de mamãe (...) Se quem viveu no morro merece morrer na vida, conforme eu mesmo estabeleci na primeira infância, quero todas as viagens, todas as mulheres, todos os desregramentos, quero ser livre por mim e para mim. Que meu corpo regresse à terra, quando o tempo for chegado, sem levar um só prazer que não se tenha esgotado em meu espírito.(p. 129)

 

Destino traçado e cumprido à risca. José Carlos Oliveira só regressa a Vitória, em 1985, já próximo da morte. Toda sua vida literária é produzida, no Rio, ou em Paris, onde passa algum tempo. Vitória foi seu berço e túmulo e o Pavão desiludido é o romance de toda uma geração que, como ele, teve de romper as amarras familiares, provincianas, desafiando o destino de uma vida miserável, para seguir o seu caminho pessoal.

Escrito em uma linguagem realista-naturalista, embora sem perder o lirismo, Carlinhos Oliveira consegue realizar uma obra-prima de narrativa memorialista. Ainda que predomine o ponto de vista e a visão crítica e cética do adulto-narrador, há uma poesia, um lirismo não sentimentalóide extraídos mesmo da descrição da infância miserável e das descobertas da miséria do mundo: a mãe amarga e castradora; o pai violento, estuprador da irmã e suicida; a iniciação sexual com o padeiro em troca de alimento; a madame devoradora e desumana a quem entrega marmita. Apesar de toda a desgraça de sua vida, o narrador descreve, também, a inocência da criança que descobre a beleza do arco-íris criado pela irmã com a água que esguicha da mangueira ou o desejo de ter o zepelim, que viu passar nos ares de Vitória. O próprio adulto narrador se admira de a criança não ter perdido sua inocência em meio a tanta miséria:

 

Há de parecer absurdo que, não tendo saúde, nem higiene, nem conforto, nem roupa, nem comida, nem consolo, nem amor, alguém possa receber em troca nada menos que o arco-íris; mas foi assim que aconteceu.(p. 10)

 

Nos anos 70, ocorre o auge do autoritarismo militar, no Brasil. As artes a as ciências ficam impedidas de se expressarem livremente com a censura institucionalizada aos meios de comunicação, a perseguição política a jornalistas, professores, escritores e artistas. A literatura acaba por exercer uma função parajornalistica, de denúncia, ocupando o lugar dos meios de comunicação de massa, e os contos e os romances escritos, naquela década, são do tipo realista ou jornalístico. João Antônio, José Louzeiro, Aguinaldo Silva são os escritores mais vendidos na época. No Espírito Santo, Fernando Tatagiba foi o principal representante dessa geração, além de José Carlos Oliveira, que escrevia e publicava no Rio. Terror e êxtase, romance publicado em 1977, pode ser enquadrado nessa categoria de "literatura-verdade", retratando a violência dos sequestros, a desumanização das grandes cidades iniciada nos anos 70 e que ocorre nos dias atuais, com maior frequência.

Joca Pivete, publicado em 1987, foi escrito pelo psicólogo Helvécio de Siqueira e Silva, falecido, tragicamente, pouco tempo depois. Dedicado "às crianças tristes e sozinhas, que sofrem para nos instruir", é uma obra escrita como denúncia da situação social das crianças brasileiras abandonadas pela sociedade.

Assumindo, também, a narração em primeira pessoa, como Carlinhos Oliveira, mas sem a preocupação de falar de si, já que focaliza o outro, Helvécio Siqueira inicia seu relato descrevendo os "Cães perdidos sem coleira", que lhe apresentam os assistentes sociais, para que leve para Gritza, uma clinica-fazenda que o autor-narrador possuía, em Domingos Martins. O personagem título é assim apresentado, no início da narrativa.

 

Eu o vi pela primeira vez, com aquele jeito bamboleante de andar de todo malandro, no corredor da Universidade. Acompanhava-o uma Assistente Social da Fundação Estadual. Ela foi logo dizendo:

-Olha aqui o menino de que lhe falamos, já fez 14 anos inda agora. Prá tantos anos ele está bem pequeno, né? Mas também depois de tanto tempo lá na Fundação, acho que uns oito anos, só poderia ficar assim mesmo...

Na verdade, era um adolescente mal enjambrado, feio, de olhar desconfiado, olhando sempre de banda e nunca fitando as pessoas com quem falava. Criança infeliz, vestida ridiculamente com um uniforme que não lhe assentava, produzia, naquele momento, o efeito de um total mal entendido: o defunto deveria ter sido bem maior...(...)

Despedindo-se assim, a Assistente Social saiu apressadamente sem olhar para trás, com muito medo de que lhe devolvêssemos o menino. Ficamos os dois no corredor e não sentíamos vontade de falar nada. Aliás, seria desnecessário perguntar ao Joca Pivete qualquer coisa, pois seu rosto já revelava tudo. Tudo, ou seja, a única coisa importante: era mais uma criança abandonada que sofria...(3)

 

Escrito com sentimento e habilidade literária, Helvécio vai construindo, para o leitor, a vida de Joca Pivete na Gritza, para onde o levara, e a sua maneira de relacionar-se com aquelas crianças abandonadas pela sociedade. Sem pieguismos, o autor-narrador vai descrevendo sua "psicologia" para tratar aquelas crianças desprovidas dos sentimentos que nunca receberam e seu espanto diante daqueles seres:

 

Fico me perguntando então que mil pequenos fatos psicológicos prepararam talvez, sem que ele soubesse, inserindo-se no tecido banal das misérias que compunham sua vida, sua desdita atual. (p. 25)

 

Joca Pivete, sem o ser, pode ser lido como um romance. Após a entrada do personagem em seu novo meio (como em O Ateneu), o autor-narrador passa a descrever a rotina daquelas crianças, entre o trabalho, o estudo e o acompanhamento psicológico. Às vezes intercala comentários clínicos da dolorosa realidade:

 

Todas estas crianças têm um traço em comum: não são mais do que arremedo de um ser humano, muitas desde o nascimento, onde o útero social não satisfez suas necessidades completamente. Outras crianças foram horrivelmente massacradas pelo asfalto que lhes retirou sem dó nem piedade a alma. Todas são mais ou menos uns robozinhos.(p.29)

 

Liberdade e trabalho. Estes são os princípios norteadores da vida na comunidade agrícola de Gritza. E um princípio tem precedência sobre todos os outros: "aprender a viver"(p. 67). Nesse ambiente, Joca Pivete cresce, educa-se, começa a trabalhar, vai embora, volta, põe fogo na casa, foge outra vez, é procurado pela polícia como assaltante e assassino, e, um dia, vai embora para sempre.

O final de Joca Pivete é relatado com desânimo.

 

Infelizmente não pudemos completar-lhe a educação. O tempo não houve(...) Lá nos confins da alma algo me dizia que todo o trabalho talvez fora vão. O fim rondava por perto e eu não poderia evitá-lo, nem ninguém. (p. 15)

 

Encerrada a narração de Joca Pivete, cuja história não se encerra, surge a história do autor-narrador, contada nas "Notas" (p 157- 1 68) e da obra que escreve. O autor foi denunciado, condenado e preso como corruptor de menores, protetor de bandidos, incentivador do uso de drogas e do homossexualismo. A obra Joca Pivete foi iniciada na prisão, em 1981, e concluída em 1985, na Gritza que não mais existia. O autor imaginava que temporariamente. Sabemos, hoje, que seu fim era definitivo.

Nessas "notas", o autor explica a construção de sua obra, literária e ideologicamente. Por isso, possui um tom de "De Profundis" oscarwildeano, de desilusão amarga contra a injustiça social. Seu livro termina com o relato triste de sua experiência com as crianças rejeitadas pela sociedade:

 

GRITZA - Comunidade Agrícola, é uma sociedade civil sem finalidades lucrativas. Localiza-se no antigo povoado de Panelas, hoje despovoado! (...) Fundada em 1977, encerra suas atividades no inicio de 1985. Nunca tendo urbanizado as crianças que lhe foram confiadas, temendo violentá-las, não encontra mais motivação para continuar ajudando-as d'agora em diante: (...) Nossas crianças, tornando-se adultas, devem voltar para as cidades, onde recomeça o círculo infernal que elas conheceram: marginalização - criminalidade ... (p. 167).

 

E o seu sentimento incisivo, de quem iria morrer de acidente de carro, alguns anos depois, sem a certeza, de que temos hoje, da realidade de suas palavras:

 

A estas crianças de ontem a sociedade continua dedicando este sentimento tão espalhado de que somos mais ricos: a indiferença, já que nós o devotamos a três bilhões de seres humanos! (p. 168).

 

Aninhanha, de Pedro J. Nunes (1962), foi escrito, inicialmente, com o nome de "Maria trinta cruzes", na década de 80, tendo sido publicado em 1992, com o nome modificado, assim como o texto. Carlos Nejar, na orelha do livro, diz que a obra "É forte, sabe gritar sombras, pedras e luz. Um ritmo poderoso(...) Aninhanha é um grito. Gritamos juntos".(4)

A história de Aninhanha é contada em primeira pessoa, por uma personagem protagonista, que a narra a um "senhor", que não se manifesta verbalmente, mas que é citada pelo narrador como pessoa instruída, capaz de ouvir, de argumentar, dar conselhos. Este narrador-personagem anônimo de Aninhanha é uma mulher, um resto humano, que, após ter cometido um crime de infanticídio (ter matado o próprio filho após o nascimento) faz o depoimento de sua vida trágica e miserável ao delegado/juiz/médico/leitor que a ouve.

A narradora anônima de Aninhanha define-se como "um mosaico mal feito"(p.74), por isso não possui sequer a marca do nome que distingue plantas, animais e gente. Foi achada no lixo e criada por Aninhanha, uma mulher pobre, prostituta, catadora de lixo, bêbada. Vivendo na miséria, não tem infância de criança, separando garrafas, desde cedo, para vender e poder comer. O conhecimento da vida lhe chega pelo olhar. Por isso, recusa a vida que vê à sua volta. Quer escapar à prostituição e entregar-se a um homem só, sem retribuição pecuniária, mas é a própria Aninhanha que vende sua virgindade ao garrafeiro, por trinta dinheiros, como Judas, e como ele, também, se suicida, enforcando-se, pondo fim à sua vida miserável e desgraçada.

Aninhanha tematiza a marginalidade social da mulher pobre e negra e a opressão masculina, segundo estudo de Maria Thereza Ceotto(5). Seres humanos são iguais a animais irracionais, nesse universo de pobreza social e miséria. O espaço em que vivem é o mangue, o barraco miserável, as palafitas "úmidas e tortas", a vegetação “sombria”, o lixo. As palafitas são habitadas por uma fauna humana: prostitutas doentes, loucos, homens fracos, homens-bichos, que oprimem as mulheres, subjugando-as, explorando-lhes o corpo e a força de trabalho: "o homem está sobre todas as coisas e (..) nada se pode contra as moedas: os dois se fundem na estrutura do poder que elas conhecem".(p.57)

Aninhanha é um libelo contra a exploração social, a miséria, o machismo. Narrativa-catártica, é uma história real, segundo depoimento do autor, mas é, sobretudo, uma extraordinária construção literária. Mesmo abordando universos e temáticas diferentes, Pedro J. Nunes constrói um diálogo intelectual com Guimarães Rosa (lá citado no trabalho de Maria Thereza Ceotto), sobretudo em relação à linguagem. E é a linguagem o elemento básico da vida, da literatura e da personagem-anônima, narradora de Aninhanha. É o que esta afirma: "Eu existo e tenho consciência de existir agora sim. Completa. Um mosaico mal feito".(p.74) Sua existência é afirmada  pela própria linguagem. E este me parece ser o principal papel da Literatura, em sociedades injustamente divididas como a nossa: dar vida, linguagem, àqueles que são condenados ao silêncio, à discriminação, à marginalização. Aninhanha é o relato fiel da dor, da angústia, da opressão, da miséria. Mas também é o lugar da palavra, da liberação, da solidariedade, da construção. Um grito solitário e solidário contra a injustiça e a miséria.

 

Referências Bibliográficas

*COMPARATO, Fábio K. "A loucura moral na política". Folha de São Paulo, 25/06/95.

 

1. TATAGIBA, Fernando. Rua. Vitória: FCAA/BANDES, 1986,  p. 13 a 17

2. OLIVEIRA, José C. O pavão desiludido. Rio de Janeiro: Bloch, 1972, p. 09.

3. SILVA, Helvécio de S. Joca Pivete. Vitória: SEDU, 1987, p. 19.

4. NUNES, Pedro J. Aninhanha. Vitória: SPDC/UFES, 1992. 74 p.

5. CEOTTO, Maria Thereza L. C. Aninhanha e Grande Sertão, veredas que se cruzam. Trabalho apresentado na disciplina Literatura do Espírito Santo. Mestrado em Literatura Brasileira, UFES, 95/1.

 

Fonte: Literatura do Espírito Santo: uma marginalidade periférica, 1996, Vitória/ES
Autor: Francisco Aurélio Ribeiro
Capa (execução eletrônica): Renato Costa Neto e Luiz Alexandre Mess
Ilustração: Attílio Colnago
Editoração Eletrônica (texto): Antonio Gil e Alexandre Moraes
Revisão: Reinaldo Santos Neves
Agradecimento especial: Idelze Maria Vieira Pinto
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2021

Literatura e Crônicas

Volta para dentro, pavão - Por Chico Neto

Volta para dentro, pavão - Por Chico Neto

É mágico entrar ali de manhã cedo ou à tardinha, quando a noite já avisa de sua chegada próxima

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Ano Novo - Ano Velho - Por Nelson Abel de Almeida

O ano que passou, o ano que está chegando ao seu fim já não desperta mais interesse; ele é água passada e água passada não toca moinho, lá diz o ditado

Ver Artigo
Ano Novo - Por Eugênio Sette

Papai Noel só me trouxe avisos bancários anunciando próximos vencimentos e o meu Dever está maior do que o meu Haver

Ver Artigo
Cronistas - Os 10 mais antigos de ES

4) Areobaldo Lelis Horta. Médico, jornalista e historiador. Escreveu: “Vitória de meu tempo” (Crônicas históricas). 1951

Ver Artigo
Cariocas X Capixabas - Por Sérgio Figueira Sarkis

Estava programado um jogo de futebol, no campo do Fluminense, entre as seleções dos Cariocas e a dos Capixabas

Ver Artigo
Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu

Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista

Ver Artigo