Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Porto de Vila Velha

Porto de Vila Velha

No final do século XX começaram a falar de porto de Vila Velha, referindo-se aos cais pelos lados de Paul, que passaram a existir a partir do cais de Argolas.

Por ali vê-se em fotos antigas, que a Estrada de Ferro Vitória a Minas desembarcava seus insumos e justamente nas proximidades, construiu a estação de Diamantina, depois Pedro Nolasco e hoje Museu Ferroviário.

Com a criação da CVRD em 1942, para incrementar exportações pelo cais de Vitória, o Governo do Estado construiu por volta de 1945 o ramal ferroviário, acessando o Porto de Vitória pela ponte Florentino Avidos. Os primeiros carregamentos de minério de ferro haviam sido feito por lá, só que transbordavam minério para caminhões que levavam para a ilha.

A seguir, a CVRD construiu o caís de Atalaia, o Pela Macaco, grandiosa obra, que constava até no selo fiscal do Governo do Estado.

Nos anos seguintes veio o "Cais da Usiminas" mais perto de Paul, usado na importação de carvão de pedra.

Nessa época já funcionava o terminal de combustível.

Depois veio a época da esteira transportadora e os viradores de vagões de minério em Paul, quando a CVRD teve que paralisar o uso do paredão do Pela Macaco.

Nos anos 70 surgiu o cais de Capuaba; e olha, tudo em Vila Velha.

Nos anos 90 surgiu o terminal particular no saco do Aribiri logo depois da pedra dos ovos junto ao Penedo.

Com os arrendamentos de trechos de cais pelo lado de Vila Velha, a partir do final do século XX é que voltaram a falar de porto de Vila Velha. Contudo desde o ínicio da colonização que Vila Velha tinha um portinho na Prainha, que tanto assim piratas chegaram a tomá-lo ainda que por curtíssimo tempo.

Nessa época porto era um ponto com algum aterro de pedras que possibilitava algum atracamento que facilitava o transbordo de cargas.

Esse porto de Vila Velha, acredito que existiu onde havia um fortim para protege-lo na Prainha, mais ou menos em frente do bar do Bereco, onde depois, muito depois surgiu o célebre barraco que só foi removido no mandato de Max Filho.

Junto a atual guarita do 38º BI existiu até outubro de 1960 o cais dos padres, que fora construído para receber os materias de construção que edificaram o Convento a partir de 1651, quando teve seu início.

Esse cais tinha um pequeno depósito, onde os padres guardavam utensílios para a navegação com canoas que utilizavam para ir e vir pela baía de Vitória.

Diga-se de passagem, que tais portinhos haviam diversos na baía de Vitória, como o de Santana na foz do rio Itacibá em Cariacica, Velho junto a foz do Rio, e em Vitória um deles era o cais São Francisco, justamente um portinho para uso do convento de São Francisco em Vitória.

Tal cais ficava próximo onde é hoje o Centro de Saúde do Parque Moscoso.

O cais dos padres da Prainha, com a decadência do que onde havia junto ao fortim, foi ficando o mais importante.

O do fortim foi aproveitado suas ruínas e construídas duas casas em cima, que Antonio Ataíde cita em seu relatório e conseguiu demolir, já que inclusive o esgoto jogava direto na Prainha.Temos foto desses imóveis.

Então o cais dos Padres era usado por visitantes que se dirigiam tanto ao Convento como à municipalidade de Vila Velha. Tanto assim ali desembarcou em 1860 a comitiva de D.Pedro II quando aqui visitou. André Carloni imortalizou tal cais com gravura que fez a respeito. Afonso Pena e Arthur Bernardes também ali desembarcaram.

Com o surgimento do automobilismo e o fim das lanchas que faziam travessia para Vitória, logo depois da inauguração da linha de bonde em 1912, tal cais ficou para uso dos pescadores, e os franciscanos quando muito citam em livro histórico que houve um esbulho da referida benfeitoria, e que não houve jeito de tirar-se alguma indenização.

Com o aterro da colônia de pescadores de Inhoá (para construir a EAMES), o cais dos padres ficou sob uso mais intenso, e desde essa época não tinha mais o depósito sobre ele.

Nos anos 50 havia então o cais dos Padres à direita, e à esquerda o Cais de Dona Celeste, (esposa de Anselmo Cruz, português que foi dono de imóvel junto a entrada principal da EAMES).

Em meados dos anos 50 a Administração do Porto de Vitória conseguiu que fosse feita uma batimetria na enseada da Prainha, e idealizaram aproveitar a linha de bonde, para interligar com a Linha de Leopoldina e com a da Vitória a Minas, e construir-se um cais para navios de carga entre o cais de Dona Celeste e o cais dos Padres, o que acabaria de vez com a Prainha.

Nessa época o que o DNPVN fez foi do cais de saneamento da Prainha, de Vila Velha, o paredão que o velho Sr. Mota construiu em alvenaria de Pedra.

Chamava-se assim a semelhança do que fora feito em Vitória, na esplanada capixaba, demitando o mar, de tal forma que parassem de jogar entulho e lixo por ali, dando uma visão mais saneada para a capital capixaba, que 
foi completada com um aterro hidráulico.

O paredão durou até meados de outubro de 1960 quando a Administração do Porto de Vitória, dragando o canal (draga Ster) jogou areia por ali, engolindo-o parcialmente, inciando o grande aterro da Prainha, quando em página interna do Jornal A Gazeta, trouxe matéria com o título:Acabaram com a Praia de Frei Pedro Palácios. A história é longa até chegarmos a proposta atual de dotar Vila Velha de um porto que seria de passageiros e para belonaves.

Com isso no programa de revitalização do Parque da Prainha proposto no início deste ano (2009), haveria o seguinte programa:

- cais para belonaves e visitações.
- cais para cruzeiros de grande porte que não entram até ao cais de Vitória.
- cais para embarcações de recreio e para pesca tradicional de pequeno porte.
- cais para o sistema aquaviário de transporte público remunerado de passageiros.

Assim Vila Velha teria uma grandiosa e magnifíca estrututra portuária, pertinho da área urbana, e com ela integrada, tendo ainda adjacentes:

- eixo esportivo, com duas quadras de futebol de salão, um cancha de bocha, um campinho de futebol de areia
- eixo histórico para lazer contemplativo, com monumentos e uma réplica da caravela Glória.
- eixo de utilidades, com terminal aquaviário, peixaria, lojinhas, etc.
- uma bateria de balanços e similares, para lazer das crianças.
- estacionamento de veículos e ônibus, em magnífica esplanada para uso também em grandes eventos e feiras.

Coroando tudo isso haveria a escavação e resgate do cais dos padres para ficar àvista (está um metro do piso perto do atual rink de patinação), e até se for o caso do fortim.

 

Fonte: Roberto Brochado Abreu. Membro da Casa da Memória de Vila Velha. (16/05/2009)

 

LINKS RELACIONADOS:


>> Casa da Memória 
>>  
Visita de D. Pedro II ao ES 
>> Vida nova com o cais 
>> A maria-fumaça sai de cena
>>
 
Estrada de Ferro Vitória a Minas 
>> O porto de Vitória 
>> Estação Ferroviária de Muqui

Editor Roberto Abreu

Ponta da Fruta - Por Roberto Abreu

Ponta da Fruta - Por Roberto Abreu

A toponímia Ponta da Fruta refere na certa porque ali há uma ponta, um cabo, que marca uma mudança de direção do litoral, e provavelmente era um local onde se encontrava facilmente algum tipo de fruta

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

A origem do calendário da Festa da Penha - Por Roberto Abreu

Como o calendário da Igreja obedece o ciclo lunar, o calendário civil vinha dando uma discrepância na marcação das datas das festas de suma importância, como por exemplo:a Festa da Páscoa

Ver Artigo
Cemitérios de Vila Velha

O dia de finados sucede a festa católica de Todos os Santos (1º de novembro que já foi feriado federal). Na maioria das culturas, o cemitério tem um aspecto simbólico enorme, funcionando como um dormitório onde espera-se a ressurreição... 

Ver Artigo
Pá - Bubu

Atualmente já existe  falta de água doce motivada pela mudança climática. Por isso, há de se resgatar as fontes que tínhamos, ou melhor, ainda possuímos, mas devemos revigorá-las

Ver Artigo
Mercado Municipal de Vila Velha

Inaugurado na gestão do Interventor Municipal, Macieira em1948 com uma planta idêntica ao Mercado São Sebastião em Jucutuquara

Ver Artigo
Apelidos em Vila Velha

Os canela verde não eram fáceis, impiedosos e colocavam facilmente apelidos

Ver Artigo