Prefácio do Livro - Luiz Buaiz, biografia de um homem incomum
Luiz Buaiz fez da Medicina um apostolado. Ele é um médico humanitário, que atenua e cura doenças sem pensar em outra recompensa que não seja o bem-estar do paciente.
Uma pessoa para quem, acima de tudo, está a vontade de fazer o bem. Cuidar do semelhante é uma vontade inata em Luiz Buaiz, que a profissão escolhida facilitou. Ele é médico desde 21 de dezembro de 1946, data da sua formatura, aos 25 anos.
Desde então, é só o que tem feito, todo o tempo, a qualquer hora, em qualquer lugar: INPS, Santa Casa, Centro de Saúde, Hospital Cassiano Antônio de Moraes. Onde estivesse a porta não fechava, lembram médicos, amigos e pacientes. E ainda é assim, porque, apesar da idade avançada, Dr. Luiz mantém a vitalidade e trabalha regularmente, na Unimed e em seu consultório. E, ainda que soe estranho dizer, é um privilégio ficar doente, só para ser atendido pelo Dr. Luiz.
Os médicos que com ele trabalharam admiram o empenho moral e ético daquele que é o dermatologista mais antigo de Vitória: são 66 anos de Medicina. Onde trabalhou, ele resolvia os problemas burocráticos e atendia, não importando a quantidade daqueles que buscavam a sua ajuda. Poucas vezes podia sentar, às vezes eram quatro, cinco pessoas dentro do consultório, quando a fila reunia 70. Tratava o pobre e o rico com a mesma atenção, usando os mesmos materiais, ao contrário do que acontecia e ainda acontece em muito consultório médico.
Os que foram seus alunos no Colégio Estadual, no São Vicente, no Carmo, não esquecem o quanto aprenderam, o quanto ganharam.
Se todos os médicos, amigos e familiares apontam a sua capacidade inata para fazer o bem, poucos privilegiados que com ele convivem apontam ainda a sua impetuosidade e a lucidez com que analisa e aborda os mais diferentes temas, da economia à política, do sistema educacional ao sistema médico.
Na Medicina ele permanece. Na política ele esteve, e apesar dos muitos amigos que fez, guarda uma grande decepção: não foi possível fazer o que quis, aqueles que ocupam os postos mais altos manobram, impedem, conduzem. E poucas vezes é para o bem comum. Luiz Buaiz cresceu numa família unida e de fortes princípios, num tempo em que a vida era muito diferente. Ele não compactuaria com o que não é certo.
O mundo era outro, Vitória era outra. As crianças brincavam livres, não eram importunadas por carros, não estavam vulneráveis à violência, porque ela era episódica. Os governantes não tinham reservas ou constrangimento de ir à Praça 8 para conversar, ouvir as pessoas, e ouvir algumas vezes o que não queriam ouvir. Os políticos existiam para servir. O bonde, a lancha, os botes faziam parte de uma rotina que era franca e alegre. A religiosidade era presente, clara e desinteressada. Os amigos eram verdadeiros. Luiz Buaiz conheceu Vitória como uma ilha de reciprocidade.
Desse tempo, tudo ele guarda na memória e lamenta que hoje, apesar dos bons momentos e de muitas conquistas tecnológicas positivas, muito se perdeu, a começar pelos valores humanos.
Do que se perdeu ele se lembra dos princípios morais e de lugares, como o quartel da Polícia Militar, no Parque Moscoso. Sua demolição, para ele, foi “um crime. Era um monumento que devia ser conservado como um museu da Polícia Militar. Quando se hasteava a bandeira a garotada ia atrás, marchando, se congraçando com a Polícia. Era uma brincadeira pura.” Lembra com pena a substituição do coreto do Parque Moscoso pela concha acústica. Lamenta que o ensino, nas escolas e em família, tenha perdido a qualidade. Lamenta que médicos tenham se transformado em profissionais de saúde e que não mais existam irmãs de caridade trabalhando como enfermeiras. Fala, sentido, de uma ignorância endêmica e da ausência de memória: ninguém conhece pessoas importantes na formação da nossa história. Pessoas de um passado ainda tão próximo e que hoje são desconhecidos nomes de escolas, ruas, avenidas e praças. Nada mais que isso.
Mas ele segue a sua cruzada: cuidar, ensinar e amar.
Assim é Luiz Buaiz, um homem incomum, em quem as qualidades são superlativas.
PRODUÇÃO
Copyright by © Luiz Buaiz – 2012
Coordenação do Projeto: Angela Buaiz
Captação de Recursos: ABZ Projetos
Texto e Edição: Sandra Medeiros
Colaboraram nas entrevistas:
Leonardo Quarto
Angela Buaiz
Ruth Vieira Gabriel
Revisão: Herbert Farias
Projeto e Edição Gráfica: Sandra Medeiros
Editoração Eletrônica: Rafael Teixeira e Sandra Medeiros
Digitalização: Shan Med
Tratamento de Imagens: TrioStudio; Shan Med
Fonte: Luiz Buaiz, biografia de um homem incomum – Vitória, ES – 2012.
Autora: Sandra Medeiros
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2020
A do Tribunal de Justiça. (Palácio Moniz Freire) -E subdividida em duas: - a especial, constituída pelos que exerceram a Presidência, e a Geral, formada por todos os Desembargadores
Ver ArtigoFoi também a primeira mulher a ingressar na Academia Espírito-Santense de Letras. Sem dúvida, ela foi um exemplo de mulher pioneira e batalhadora
Ver ArtigoIgnácio Vicente Bermudes, morador de Timbuí, merece especial celebração ao atingir os 100 anos de vida
Ver ArtigoAs manifestações de pesar pelo seu falecimento - O Velório na Câmara Ardente - O Enterro - As Homenagens Oficiais - Outras Notas
Ver Artigo3) Carlos Teixeira Campos. Natural do Município de Calçado, no Espírito Santo, no então Distrito de Bom Jesus do Norte. Nasceu em 6-3-1908
Ver Artigo