Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Recepção festiva ao Des. Augusto Botelho

Therezinha Botelho, na varanda do casarão. Ela, irmã da autora da crônica, Eny Botelho. Elas, filhas do Des. Augusto Botelho. Local: Rua Luciano da Neves, Vila Velha - Prainha

A varanda, lugar onde passávamos grande parte do nosso tempo. Comprida, revestida de ladrilhos claros, com enfeites coloridos, sempre limpos, brilhantes e bem cuidados.

Na rede, ficávamos lendo, estudando ou conversando com amigas. Também lá foram os primeiros treinos de patins, com muitas quedas, sem maiores conseqüências.

Eram entradas e saídas, um movimento constante.

Na parede, um espelho incrustado num quadrado de azulejos, era parada obrigatória para conferir o visual e dar os últimos retoques, antes de sair.

Na frente, o movimento da rua, pessoas que iam e vinham e a passagem do bonde, a cada meia hora, dava um toque bucólico ao cenário.

Olhando para o alto, como diante de uma tela, a bela paisagem do Convento da Penha, nos levava a orar com fé, para pedir e agradecer.

Ao cair da tarde, quando papai voltava do trabalho, abria o portão e pigarreava, era recebido festivamente...

O pachorrento cão saía do seu marasmo e ia ao seu encontro abanando a cauda. O velho passarinho de cabaça vermelha, “o cardeal”, batia as asinhas se arrepiando todo e, com um lindo trinado, anunciava a sua chegada.

Lá, no interior da casa, diante de tanto rebuliço, com certeza, já se tinha percebido a sua presença e o aguardava com a maior alegria.

E ele, de terno, gravata e chapéu, pasta de couro preta e carregando alguns pacotes de guloseimas para nós, atravessava feliz aquele varandão, para encontrar com a família.

---------------------------------------------------------------------------------
Eny Botelho Baptista morava na Prainha, em Vila Velha, na Rua Luciano das Neves, de frente para a Rua Dom Jorge de Menezes, com a varanda voltada para o Convento da Penha.

 

Livro: Retalhos Coloridos, 2002
Autora: Eny Botelho Baptista
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2013

Literatura e Crônicas

D. Josefa - Por Maria Beatriz Ferreira Abaurre

D. Josefa - Por Maria Beatriz Ferreira Abaurre

D. Josefa imperava em toda a sua imponência no casarão misterioso que permanecia quieto e silencioso sem chamar a atenção e não ser da garotada curiosa e das fofoqueiras que, através das persianas das casas fronteiriças, vigiavam sorrateiras o entra-e-sai de “pessoas ilustres” e cheias de dignidade

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Ano Novo - Ano Velho - Por Nelson Abel de Almeida

O ano que passou, o ano que está chegando ao seu fim já não desperta mais interesse; ele é água passada e água passada não toca moinho, lá diz o ditado

Ver Artigo
Ano Novo - Por Eugênio Sette

Papai Noel só me trouxe avisos bancários anunciando próximos vencimentos e o meu Dever está maior do que o meu Haver

Ver Artigo
Cronistas - Os 10 mais antigos de ES

4) Areobaldo Lelis Horta. Médico, jornalista e historiador. Escreveu: “Vitória de meu tempo” (Crônicas históricas). 1951

Ver Artigo
Cariocas X Capixabas - Por Sérgio Figueira Sarkis

Estava programado um jogo de futebol, no campo do Fluminense, entre as seleções dos Cariocas e a dos Capixabas

Ver Artigo
Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu

Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista

Ver Artigo