Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Robério Martins

Ilha da Forca, 1910

Robério foi o responsável pela morte de dois fidalgos portugueses, que como ele, aqui chegaram em 23 de maio de 1535, junto com Vasco Fernandes Coutinho: D. Jorge de Meneses e D. Simão Castelo Branco. Esses fidalgos tidos como péssimos elementos por todos os historiadores, dão nome a ruas do Sitio Histórico da Prainha.

Robério Martins foi executado na Ilha da Forca, Inhoá, hoje EAMES, em novembro de 1555. O historiador Adelfo Poli Monjardim, em artigo de 1935, por ocasião do quarto centenário da colonização do Espírito Santo, conta em detalhes sua execução e o poeta Antonino Moreno, em poesia do princípio do séc. XX, que descreve a Prainha, cita a morte de Robério Martins, comparando-o a Tiradentes.

Quem foi afinal Robério Martins, Herói ou Traidor? Do ponto de vista da coroa portuguesa, não há dúvidas. Do nosso, vejamos:

D. Jorge de Meneses, muito mais famoso do que Vasco Coutinho, era um navegante experiente. Foi ele quem descobriu a Nova Guiné – Papua, (Segunda maior ilha do mund ) e o Arquipélago das Molucas, ilhas ricas em “especiarias das Índias“. Embora fosse nobre e tivesse prestado relevantes serviços a Portugal, horrorizou o reino pela maneira brutal como tratava os nativos, dificultando novas abordagens. Preso, foi julgado e condenado a um dos piores castigos da época: ao degredo no Brasil. De D. Simão Castelo Branco, pouco se sabe, era fidalgo e degredado como D. Jorge, a quem sucedeu no comando da capitania, sendo morto dois meses depois.

Vasco Coutinho havia retornado à corte para buscar recursos e nomeou D. Jorge seu substituto. Na ausência do Donatário, D. Jorge começou a barbarizar nossos índios, despertando a oposição de outro degredado, Robério Martins, que havia se entrosado bem com os nativos. Este liderou a reação dos índios que o mataram. Assumindo o comando, D. Simão, continuou a barbárie e logo foi morto também por índios de Robério Martins. Tudo isso se passou aqui em Vila Velha, por volta de 1550.

Ao retornar do Reino, Vasco Coutinho tinha ordem para prender e julgar Robério Martins. Condenado, foi enforcado em novembro de 1555.

Embora eu tenha feito uma Instalação exposta na rua, em rente ao meu ateliê e tenha despertado o interesse de milhares de pessoas, de professores de história, de roteirista de filme e autores teatrais capixabas (aos quais oferecemos cópias dos originais da nossa pesquisa) nenhuma instituição oficial mostrou interesse: UFES, IHGES, Conselhos, Secretarias e Departamentos de Cultura. Meu filho cursou história na UFES, sem nunca ouvir falar em Robério Martins e muito pouco da História Capixaba.

Provavelmente foi o primeiro herói branco em solo americano. Reuniu nativos para enfrentar os desmandos do poder estabelecido aqui, por europeus.

 

Fonte: Kleber Galveas, maio de 2000.

LINKS RELACIONADOS:

>> Estranhos hábitos Portugueses  
>> 
Uma Capitania atribulada
>> Mês da Colonização do Solo Espírito Santense 
>> 
Trecho onde surgiu o ES
>>
 
Ouro e Açúcar
>>
 
Capitanias hereditárias  
>>
 
Capitanias ou Feudos? 
>> Personagens ilustres do ES
>> Fatos históricos de Vila Velha
>> 4º Centenário de Vila Velha  

História do ES

Dia do Capixabismo – Por Francisco Aurélio Ribeiro

Dia do Capixabismo – Por Francisco Aurélio Ribeiro

O dia de hoje deveria ser feriado estadual e não apenas municipal. O capixaba tem baixa auto-estima e pouco sabe de sua história e de sua cultura

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

O Espírito Santo na 1ª História do Brasil

Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576

Ver Artigo
O Espírito Santo no Romance Brasileiro

A obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro

Ver Artigo
Primeiros sacrifícios do donatário: a venda das propriedades – Vasco Coutinho

Para prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda

Ver Artigo
Vitória recebe a República sem manifestação e Cachoeiro comemora

No final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações

Ver Artigo
A Vila de Alenquer e a História do ES - Por João Eurípedes Franklin Leal

O nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto... 

Ver Artigo