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Ruas de Vitória

Trecho da Rua Sete de Setembro, 1967 - Grupo ES Memória no FB

Saint-Hilaire, em sua viagem pelo Espírito Santo, em 1818, descreve assim o Centro de Vitoria "As ruas de Vitória são calçadas, porém, o são mal, têm pouca largura, não oferecendo nenhuma regularidade. (...) Não possui, por assim dizer, nenhuma praça pública, posto que aquela existente defronte o palácio é muito pequena e é com muita condescendência que se dá o nome de praça à encruzilhada enlameada, que se prolonga da igreja Nossa Senhora da Conceição até a praia."

Até 1847 as ruas não tinham iluminação. Mas o traçado do arruamento sempre obedecia a um planejamento lógico e demarcatório: na Cidade Alta as ruas abrigavam o movimento residencial e na cidade baixa, como era assim chamada, o comercial.

Somente em 1908, sob o governo Jerônimo Monteiro, Vitória inicia sua fase de urbanização. O Centro cresce, se desenvolve. Assistindo a tal progresso, lamentava o historiador Elmo Elton: "... a partir da década de 60, começa a perder suas características. As ruas se tomam intransitáveis, a população já não convive com a baía, agora simples canal, em decorrência dos aterros para a construção do Cais do Porto. A cidade-presépio se transforma em selva de pedra."

Em homenagem às suas lembranças da "velha e querida cidade de meus pais e de eu menino", Elmo Elton escreveu Logradouros Antigos de Vitória. No livro destaca os antigos logradouros centrais de Vitória, como as ruas 13 de Maio, 7 de Setembro, Caramuru, Duque de Caxias, Barão de Monjardim, José Marcelino, a praça Costa Pereira, a Escadaria Maria Ortiz, a Praça Oito.

Dentre estas ruas, a José Marcelino marca o ponto inicial do povoamento da ilha — nela estão preservadas casas de época, tombadas. A rua era a principal de Vitória, situada na parte alta, sendo conhecida como Rua Grande. Estendia-se do largo do Santa Luzia, defronte à capela, até a ladeira da Pedra. Já a rua Sete, partia da Prainha, hoje praça Costa Pereira, e terminava na rua da Capelinha, atualmente Coronel Monjardim. Por muitos anos foi apenas residencial, mudando sua vocação na década de 60. A Prefeitura de Vitória teve sede ali, em prédio com entrada também pela Praça do Trabalho, atual praça Ubaldo Ramalhete.

A artéria central de Vitória é a Avenida Jerônimo Monteiro, que liga as regiões norte-sul. Conhecida como Rua da Alfândega, na época ainda em que era muito estreita, ia apenas do Cais do Imperador ao Edifício Nicoletti. Diz Elmo Elton: "... aí as firmas importadas tinham sede, o mar a bater-lhes nas portas do fundo, por onde recebiam as cargas desembarcadas dos saveiros e alvarengas". Em 1920 passou a denominar-se Jerônimo Monteiro, alongando-se então da escadaria Bárbara Lindenberg até a Praça Costa Pereira. Atualmente, de tráfego congestionado, principia logo após o Forte de São João até a Avenida da República.

 

Projeto Adelpho Poli Monjardim
Coleção Elmo Elton 2 - Centro de Vitória
Uma publicação da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura Municipal de Vitória, ES
Prefeito Municipal: Luiz Paulo Vellozo Lucas
Secretária de Cultura: Cláudia Cabral
Subsecretária de Cultura: Verônica Gomes
Diretor do Departamento de Cultura: Joca Simonetti
Administradora da Biblioteca Adelpho Poli Monjardim: Lígia Mª Mello Nagato
Conselho Editorial: Adilson Vilaça, Condebaldes de Menezes Borges, Joca Simonetti, Elizete Terezinha Caser Rocha, Ligia Mª Mello Nagato e Lourdes Badke Ferreira
Editor: Adilson Vilaça
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Cristina Xavier
Revisão: Djalma Vazzoler
Impressão: Gráfica Santo Antônio
Tiragem da 1ª Edição - 1000 exemplares.
Fonte: Centro de Vitória, Coleção Elmo Elton nº2 – PMV, 1999
Texto: Maria Cristina Dadalto
Fotos: Judas Tadeu Bianconi
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2020

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