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Vasco Coutinho de novo na terra – Maracaiaguaçu

Tela da chegada de Vasco Coutinho Fernandes - Em exposição na Casa da Memória de Vila Velha

No primeiro quartel de 1555, Vasco Coutinho regressou à capitania. Um dos seus primeiros atos deve ter sido organizar a expedição de quatro navios mandada à Guanabara salvar Maracaiaguaçu e sua gente das unhas dos tamoios. O padre Luís da Grã herdou à História um relato completo sobre o assunto. Segundo o jesuíta, Gato Grande “ee mui conhecido dos christãos e mui temido entre os gentios”. Vivia no Rio de Janeiro e há muitos anos mantinha guerra com os tamoios, levando sempre a melhor. Quando a sorte mudou, viu-se o cacique em tais aperturas que mandou um filho ao Espírito Santo pedir transporte a fim de que pudesse se passar para cá, alegando que “elle e sua molher e seus filhos e os mais dos seus se queriam fazer christãos”. Todos ficaram muito apiedados da situação, mas o portador foi despedido sem ajuda, por se tratar de pendência ocorrida em capitania alheia. Em viagem, o índio soube do regresso de Vasco Coutinho e tornou a Vitória para implorar seu auxílio. Juntaram-se no apelo os jesuítas e muitas outras pessoas, de que resultou a citada expedição. Constatada a “extrema necessidade” em que se achavam Gato Grande e os seus, fizeram-nos embarcar, trazendo-os a esta terra. De início, foram localizados em um sítio nas proximidades da vila da Vitória.(32)

Essa missiva foi escrita a vinte e quatro de abril de 1555 e prova que Vasco Fernandes Coutinho chegara recentemente à donataria. Contudo, tamanha importância dava ao socorro pedido por Maracaiaguaçu que logo aprestou “quatro navios pera que fossem seguros dos francezes, que sempre aa naquelle Rio [de Janeiro], e que lhe dessem todo favor com artelharia e mantimento que levavão”. (33)

 

NOTAS

(32) - GRÃ, Cartas, II, 226-8.

– Diz SERAFIM LEITE que “esta carta de Luís da Grã dá a primeira origem da Aldeia de Nossa Senhora da Conceição” (HCJB, I, 234).

(33) - GRÃ – Carta de vinte e quatro de abril de 1555 (Cartas, II, 223-8).

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, maio/2017

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