Morro do Moreno: Desde 1535
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Ano de 1508 e 1526 – Por Basílio Daemon

Praça Cristóvão Jaques, conhecida como Praça do Cauê - Fonte Foto: Blog de Olho na Ilha, de Willis de Faria

1508. Por alguns cronistas e historiadores consta ter neste ano percorrido as costas desta província os dois navegantes Vicente Yáñez Pinzón e João Dias de Solis, que juntos tinham vindo a mandado de el-rei de Castela D. Fernando V, o Católico, a verificar todo o litoral do Brasil para o sul do cabo de Santo Agostinho;(4) nesse costeamento desembarcaram os dois navegantes em alguns portos e enseadas, erigindo até cruzes e fincando marcos possessórios, como confirmam autores de nota, dando isso causa a explicações entre el-rei de Portugal e o de Castela.(5)

1526. Em fins deste ano vem Cristóvão Jaques pela segunda vez à terra de Santa Cruz, já então denominada pelos arrendatários e contratadores de Terra do Brasil, em razão da abundância da madeira desse nome de que se fazia já grande comércio.(6) Cristóvão Jaques fora nomeado capitão-mor de uma nau e cinco caravelas, trazendo por companheiros Gonçalo Leite, Diogo Leite e Gaspar Correia; assim como também vinha como governador de uma das capitanias, pelo alvará de 5 de junho de 1526, que o mandava render a Pero Capico que completara os três anos de estada.(7) Segundo este alvará tinha por obrigação guardar toda a costa brasílica, o que com efeito executou percorrendo-a por si e seus subalternos desde Pernambuco até o rio da Prata, tocando necessariamente nesta província em algumas paragens, o que não foi mencionado nos diários dos navegantes, nem cronista algum disso deu notícia, ocasionando uma falta sensível, pois que melhor se encaminhariam os historiadores na confecção de suas obras e narrativas. Cristóvão Jaques foi rendido no comando da expedição e no governo da capitania a 26 de outubro de 1528 por Antônio Ribeiro, não completando assim os três anos destas nomeações, não sabendo-se ao certo qual o motivo de sua retirada para Portugal.

 

(4) “João Dias Solis ao serviço da Espanha percorre a costa do Brasil desde o cabo de Santo Agostinho até o rio da Prata…” [Pizarro, Memórias; e Varnhagen, Notas ao Roteiro de Pero Lopes, apud Malheiro, Índice cronológico, 1515]

(5) “Queixou-se o rei de Portugal desta viagem, como de violação dos seus limites…” [Southey, HB, I, p. 51]

(6) Para Capistrano, a data seria 1527 e não 1526: “Uma armada de guarda-costa veio em 1527 ao Brasil comandada por Cristóvão Jaques, que já estivera antes na terra e deixara uma feitoria junto a Itamaracá, de volta de uma expedição ao Prata.” [Capítulos, p. 18]

(7) “Em alvará de 1526, autorizado Pero Capido a voltar a Portugal, por estar findo o termo de sua capitania, no Brasil, substituiu-o Cristóvão Jacques…” [Varnhagen, História Geral, I, p. 125, apud Freire, Capitania, p. 40, nota 2]

 

Nota: 1ª edição do livro foi publicada em 1879
Fonte: Província do Espírito Santo - 2ª edição, SECULT/2010
Autor: Basílio Carvalho Daemon
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2019

 

 

Seguem abaixo curiosidades e Informações da Praça Cristóvão Jacques, em Vitória - Por Willis de Faria em seu blog: http://deolhonailha-vix.blogspot.com/2013/08/praca-cristovao-jacques-ou-caue-uma.html

POR QUÊ O NOME PRAÇA CRISTOVÃO JACQUES?

Cristóvão Jacques - biografia

Cristóvão Jaques (Algarve, Portugal - 1480) - Após 1530, foi um nobre português. Pouco se sabe a seu respeito. De ascendência aragonesa, era também conhecido como Cristóvão Valjaques. Era filho bastardo de Pero Jaques, tendo sido legitimado por D. João II (1481-1495) e, posteriormente, sido feito fidalgo da Casa Real por D. Manuel I (1495-1521). Casou-se com uma filha de Francisco Portocarreiro, com quem teve três filhos. Em 1503 veio pela primeira vez à costa do Brasil na frota de Gonçalo Coelho. 

Em 1516, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses.  1516 e 1526 – expedições guarda-costa: Durante o século XVI, franceses e portugueses teve vários confrontos disputando o comércio do pau-brasil, madeira cobiçada pela indústria têxtil europeia. Para conter o intenso contrabando francês do pau-brasil, foram organizadas as expedições guarda-costas. Essas expedições foram comandadas por Cristovão Jacques e tinham um caráter basicamente militar, pois sua missão era aprisionar os navios franceses e sem pagar tributos à Coroa Portuguesa retirava enormes quantidades de pau-brasil do nosso litoral. 

O resultado alcançado por essas expedições foi pouco significativo. A grande extensão da costa brasileira tornava impossível policiá-la integralmente e impedir o tráfico ilícito dos contrabandistas. Em Novembro de 1516, aportou em uma grande baia, à qual deu o nome de baía de Todos os Santos. No rio da Prata venceu e aprisionou muitos franceses. Percorreu a costa até 1519. 

A 21 de julho de 1521, zarpou de novo da foz do rio Tejo com destino ao Brasil, fundando em Pernambuco a feitoria de Itamaracá, num dos ancoradouros mais conhecidos do litoral brasileiro, onde havia abundância de pau-brasil (Caesalpinia echinata) e freqüentes contatos entre indígenas e europeus, antes de prosseguir para o Sul até ao rio da Prata. Por fim, em 1526, foi nomeado por D. João III como Governador das Partes do Brasil, em substituição a Pero Capico, tendo retornado outra vez no comando de uma nau e cinco caravelas, travando inúmeros combates com corsários franceses. 

Em 1527 aprisionou três galeões franceses no Recôncavo da Bahia neste que é considerado o primeiro combate naval no Brasil. Mas tendo agido com barbaridade contra os prisioneiros, esse gesto acabou lhe causando grandes problemas junto a D. João III (1521-1557). Ao regressar a Portugal, ofereceu-se ao soberano para, às próprias expensas, com mil colonos, dar início à ocupação permanente das novas terras, mas nada resultou da proposta. Apenas quatro anos depois de os portugueses terem chegado ao Brasil, há registro de que já andavam franceses pelas margens do rio Paraguaçu, negociando com os nativos. A descoberta oficial do rio é, porém, atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da expedição guarda-costas em 1526. Três rios deságuam na baía de Todos os Santos - o Jaguaripe, o Subaé e o Paraguaçu. O Paraguaçu é o mais longo, com 600 km de extensão, o que o fez ser chamado de “rio grande” em língua indígena. O rio Subaé, que banha Santo Amaro (Bahia), ficaria sendo o rio dos engenhos de açúcar, o rio Jaguaripe que passa na cidade atual de Nazaré, o rio da farinha, e o Paraguaçu, por sua extensão, o rio de penetração na capitania. 

Numa carta de Frei Vicente do Salvador, registra-se que Cristóvão Jacques encontrou numa ilha (já denominada “dos franceses”), no baixo curso do rio Paraguaçu, duas naus que negociavam com os indígenas, e foram devidamente afundadas. No local surgiria a povoação mais tarde chamada vila de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira, nos começos do século XVII sesmaria de Gaspar Dias Adorno, sítio ideal para a penetração da capitania.

HISTÓRIA DE FORMAÇÃO DO BAIRRO SANTA HELENA

O Bairro Santa Helena e o Bairro Praia do Canto se originaram de um loteamento - Plano Novo Arrabalde, cujo autor foi o Engenheiro Saturnino de Brito, que baseado em influências do urbanismo sanitarista, projetou ruas largas, tendo como eixo central a Avenida Nossa Senhora da Penha, formando um desenho semelhante a uma espinha de peixe. O loteamento abrangia parte do bairro Santa Lúcia, devido ao prolongamento das avenidas Rio Branco, Aleixo Neto e Constante Sodré. 

Na época, o bairro era utilizado como área de lazer e moradia junto ao mar. Existiam as Praias do Barracão, das Castanheiras, do Canto, Comprida e de Santa Helena, além das Ilhas do Boi e do Frade. Com o aterro realizado pela COMDUSA, em 1972, as referências dessas praias desapareceram e o nome Praia do Canto se consolidou. Até o final da década de 50, quando saíram de circulação, os bondes faziam ponto final na Rua Aleixo Neto, trazendo moradores do Centro e Jucutuquara para a Praia do Barracão. 

Na Praia de Santa Helena, próximo à atual Praça do Cauê, sobre o morro Itapebuçu, localizava-se a Western Telegraph Ltda que "ligava Vitória ao mundo". Em 1970, o terreno foi vendido e loteado para a construção de grandes casas para classe média alta.

A PRAÇA CRISTÓVÃO JACQUES

Criada pelo Decreto Municipal nº0021/1948, com área de 4.204,61m², possui quadra poliesportiva, quadra de tênis, Brinquedos infantis, caixa de areia, equipamentos para ginástica e é fechada com grades e muros.

POR QUÊ PRAÇA DO CAUÊ?  

Onde hoje  está a antiga Escola de Aplicação Estadual, havia um clube que a velha Vale do Rio Doce construiu em frente à praça para seus afortunados servidores e hospedes especiais, e chamava-se Cauê, uma homenagem a sua jazida de minério de ferro que ainda é extraído na cidade de Itabira (MG). O morro é chamado de Cauê.

Os militares da Revolução de 64 mandou a empresa se desfazer dele. Nele hospedou-se em 1963, o Presidente João Goularth e sua esposa D.Maria Teresa, quando em visita ao estado. Foi o maior alvoroço, pois a primeira dama, de uma beleza ímpar, se banhava de maiô na piscina do clube, e os paparazzi, tentavam a qualquer custo fotografa-la. Ela foi até música do cantor bossa-nova, Juca Chaves,  intitulado "Presidente Bossa-nova", e sucesso musical na época. 

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