Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Enseada da Prainha – Por Jair Santos

Vista da Prainha em 1910

Esse é o nome do ancoradouro original onde aportou, em 1535, o donatário da capitania do Espírito Santo. O seu contorno era bem definido e adornado de graça e beleza quando ainda conservava os perfis dos morros da Ucharia, do Convento e do Inhoá cobertos pela exuberante mata que descia até as proximidades do mar. Também as pequeninas praias das Timbebas, no pé do monte do Convento, ao lado do portão de entrada dos fiéis, no santuário da Penha, e a de Inhoá, que ganhou o nome do morro adjacente. As ilhas da Forca e Caturé completavam o sítio de indescritível beleza natural, hoje desfigurado pela ação do homem incauto.

A Prainha recebeu este nome por questão de gosto popular porque, sendo Vila Velha um município litorâneo, pode orgulhar-se de ser privilegiado pelo encanto das suas imensas praias oceânicas como a da Costa, a de Itaparica, a de Coqueiral, a da Barrinha, a da Concha e as de Ponta da Fruta, sendo muito difícil apontar a mais bonita. Por essa razão, o povo, carinhosamente, sempre se referiu à pequenina praia da enseada como sendo a Prainha. Ela fazia parte do centro urbano da cidade, uma vez que se situava bem na frente da igreja do Rosário, no mesmo espaço onde o Espírito Santo começou. Na lembrança de todos os filhos de Vila Velha ainda vivos, estão as imagens das tardes de maré cheia atraindo grande quantidade de jovens que iam ali tomar banho e brincar, de mães que levavam seus filhos, por menores que fossem e sem temer perigo algum, porque era rasa, calma e de águas mornas. Por isso, a Prainha sempre foi o recanto preferido de todos os moradores antigos.

A enseada tinha profundidade média de cerca de dois metros nas proximidades da orla, chegando a quatro metros na linha entre os morros da Ucharia e Inhoá. O seu fundo era lodoso, rico em algas e, portanto, um excelente viveiro de camarões. Nas proximidades da ilha da Forca e da praia de Inhoá o fundo era de areia, mais rasa e de águas claras.

Entre 1970 e 1975, esse marco da nossa história, idílico cenário da primitiva enseada, foi sepultado por gigantesco aterro que se transformou em conquista urbana para a nova Escola de Aprendizes-marinheiros, para algumas novas instalações do Trigésimo Oitavo Batalhão de Infantaria e para a cidade, com o atual parque da Prainha.

 

Fonte: Vila Velha Onde começou o Estado do Espírito Santo, 1ª edição, 1999
Autor: Jair Santos
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2015

Prainha

Canela-Verde - Por Jair Santos (Edição 1999)

Canela-Verde - Por Jair Santos (Edição 1999)

Por causa desse amarrado de folhas ou ramos verdes nas pernas teriam sido alcunhados canelas-verdes

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Pedra do Cruzeiro - Por Jair Santos

Trata-se de um imponente maciço de granito que separa a Prainha da pequena Praia de Inhoá

Ver Artigo
Fábrica de sabão e explosivos de Inhoá – Por Seu Dedê

No ano de 1912 residiu sobre uma pequena colina o Comendador Evaristo Pessoa e dizem que pouco mais além, na linha do mar, foi construída a primeira fábrica de sabão do Estado

Ver Artigo
Banho de Mar na Prainha

Entre o Cais das Timbebas e o Exército, de frente para a subida do Convento da Penha (ladeira das 7 voltas), havia uma pequena, linda e bucólica praia conhecida como Praia das Timbebas

Ver Artigo
Cemitério da Praínha

No local foi enterrado o primeiro donatário da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho. Tudo leva a crer que esse foi o primeiro cemitério de Vila Velha

Ver Artigo
Aterro da Prainha – Por Jair Santos

A Enseada da Prainha, onde aportou Vasco Fernandes Coutinho, está se transformando em imenso aterro, sem qualquer objetivo técnico ou interesse estético

Ver Artigo