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Meaípe

Igreja Senhora de SantAna - Foto: Walter de Aguiar Filho

Considerada a praia da moda do litoral sul capixaba, Meaípe não conservou muito de sua história nem preservou sua característica de vila de pescadores. Há registros de 1818, quando o botânico francês Auguste Saint-Hilaire visitou o lugarejo, e registrou que ao norte da enseada havia um grupo considerável de casinhas. Além das colinas cobertas de mato, diante da aldeia, no mar, estavam recifes negros.

Apesar daquela população se dizer formada de brancos, Saint-Hilaire reconheceu que a maior parte não pertencia nem por mistura à raça européia. “Eles não têm olhos diferentes e a cor bistrada dos índios. Os colonos de Meaípe tinham peito largo e os ombros sem saliência como os americanos”. Sua cabeça era mais volumosa do que a dos verdadeiros portugueses e os ossos da “maçã” do rosto eram mais salientes do que dos europeus. “A brancura de sua pele tem algo de embaraçado e pálido”. Apesar de cultivar a agricultura, os moradores de Meaípe dedicavam-se mais à pesca, abundante no lugarejo. Tinham hábito de secar os peixes. Pequenas embarcações iam de Vitória para comprar pescado.

Por volta de 1892 foi construída a capela Nossa Senhora de Santana no topo de um morro. Por trás da igrejinha está o lago da Sereia, que leva este nome por causa de uma lenda de que por ali os pescadores esperavam uma linda sereia. Ali já existiu uma fonte de água potável, onde as mulheres lavavam roupas.

Vilarejo

Em 1959 Meaípe ainda mantinha sua economia voltada para a pesca. Segundo o hoteleiro Manoel Duarte havia três vendas, do Caetano, do Nhonhô e do Chiquinho. O povoado era formado de casas de estuque coberta de palhas, que abrigavam os pescadores. Havia também casas mais ajeitadas e cobertas de telhas de pessoas que trabalhavam na Mibra, em Guarapari. “Não tinha nem cerveja gelada para tomar”.

Em 1962 surgiu a pensão da dona Gegê, com três ou quatro quartos. Em 1966 surgiu o primeiro restaurante, o Gaetha, especializado em frutos do mar. Os primeiros turistas começaram a chegar. Mário Gomes, Gil Piroli e Paoblo Dable faziam parte do primeiro grupo de mineiros que freqüentou o balneário. Em 1966 Meaípe contava com cerca de 400 habitantes e aproximadamente 80 casas.

A partir de 1982 passou a ter crescimento mais significativo. Hoje Meaípe está totalmente descaracterizada, apesar de manter a avenida Beira-Mar sem asfalto. A antiga vila de pescadores está sendo substituída por prédios de quatro a cinco andares, contrariando o Plano Diretor Urbano (PDU), que determina construções de até três pavimentos. O balneário dispõe de seis hotéis e pousadas, além de boate, restaurantes de frutos de mar, banca de jornais e lanchonetes.

 

Fonte: Edição Especial de A GAZETA – Municípios do ES - Vitória, segunda-feira, 26 de setembro de 1994.
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2011

 

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