Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Notas e Evolução dos Logradouros de Vitória – Por Serafim Derenzi

Praça João Clímaco, 1908

Largo Afonso Brás — hoje João Clímaco, praça fronteira ao Palácio e Congresso. Até 1910 ela era toda inclinada para a baía. O terraço onde está situado o coreto é aterro efetuado nessa época. Na administração Jerônimo Monteiro, este largo sofreu transformação radical em planta e perfil. Para aplainá-la, construiu-se um muro de arrimo, coroado por balaustrada, fronteiro à atual Rua Nestor Gomes, que não é outra senão o final da antiga Rua Professor Santos Pinto. Inácio dos Santos Pinto foi político no começo de sua carreira pública; abandonando-a, dedicou-se à advocacia, jornalismo e magistério. Professor de francês, inglês, italiano, latim, grego e filosofia, foi verdadeiro humanista do meado do século passado. Parece-me que habitou nessa via. A Rua Santos Pinto começava no topo da ladeira da Misericórdia e findava na entrada do Palácio Anchieta. O quarteirão, montado sobre a gruta que serve de moldura ao busto de Domingos Martins, é habitado antes de 1750. Foi chão dos Jesuítas. Onde se ergue o Congresso, houve até 1910, a igreja de N. S. da Misericórdia, construída em fins do século XVII. Tinha pequeno cemitério ao lado, cujas ossadas foram encontradas quando das escavações para concordância das Ruas S. Gonçalo, Moniz Freire e a praça. Sofreu, o antigo Largo, nova reforma em 1926, quando se abriu a Rua Nestor Gomes, que, prolongando a Santos Pinto até Maria Ortiz, alargou-a para montante, demolindo o muro e compondo a rampa resultante do ajardinamento. O autor da jardinagem foi Paulo Mota e do movimento da terra a firma Politti Derenzi & Cia. O Largo Afonso Brás, nome do venerando jesuíta, construtor do colégio e catequista dos índios, que habitavam a região de Goiabeiras até Nova Almeida, devia ter-se conservado nesse logradouro de tantas recordações históricas e religiosas. Chamou-se, também entre o povo, Largo Santiago.

Por volta de 1850, com o prestígio sempre crescente do Padre João Clímaco de Alvarenga Rangel, doutor em leis e direito canônico, deputado à Assembléia Provincial na sua instalação, em 1835. Manteve o mandato por mais de trinta anos. Passou então o Largo a se chamar Praça João Clímaco, nome que guarda até hoje.

Foi, indubitavelmente, grande capixaba o ilustre Padre Rangel: professor de latim e gramática, orador inflamado e político de prestígio. Orou na Capela Imperial, na Corte, onde o padrão dos pregadores se afinava por Monte Alverne. Faleceu em 23 de julho de 1866 sem ter sofrido ocaso na sua brilhante carreira.

 

Fonte: Biografia de uma ilha, 1965
Autor: Luiz Serafim Derenzi
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2017

Bairros e Ruas

Arrabaldes de Vitória - Os 10 mais frequentados por Eurípedes  Queiroz do Valle

Arrabaldes de Vitória - Os 10 mais frequentados por Eurípedes Queiroz do Valle

Primitivamente a expressão significava o habitante desse arrabalde. Passou depois a significar os que nascessem em Vitória. Hoje é dado a todo espírito-santense

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Arrabaldes de Vitória - Os 10 mais frequentados por Eurípedes Queiroz do Valle

Primitivamente a expressão significava o habitante desse arrabalde. Passou depois a significar os que nascessem em Vitória. Hoje é dado a todo espírito-santense

Ver Artigo
Centro de Vitória

Palco de batalhas ferrenhas contra corsários invasores, espaço para peladas de futebol da garotada, de footings de sábados e domingos, praças, ladeiras e ruas antigas curtas e apertadas, espremidas contra os morros — assim é o Centro de Vitória

Ver Artigo
Cercadinho – Por Edward Athayde D’Alcântara

Ao arredor, encosta do Morro Jaburuna (morro da caixa d’água), ficava o Cercadinho

Ver Artigo
Avenida Jerônimo Monteiro (ex-rua da Alfândega)

Atualmente, é a principal artéria central de Vitória. Chamou-se, antes, Rua da Alfândega, sendo que, em 1872, passou a denominar-se Rua Conde D'Eu

Ver Artigo
Poema-passeio com Elmo Elton - Por Adilson Vilaça

“Logradouros antigos de Vitória” sempre me impressionou. Mais de década depois, eu faria a segunda edição desta obra pela Coleção José Costa, dedicada à memória e história da cidade, e que foi por mim criada na década de 90

Ver Artigo