Morro do Moreno: Desde 1535
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Saudações - Fernando Antonio de Oliveira

Capa do livro VERSOS PROFUNDOS. Na foto vemos Fernando Oiveira, autor do livro, ao lado de Altamiro Carrilho

Está certo que nosso site não é nenhum Big Brother, mas publicamos esta carta endereçada ao escritor Walter de Aguiar Filho, autor do livro "Krikati, Tio Clê e o Morro do Moreno", pelas lembranças que nos traz sobre Vila Velha de outrora e pelo alerta sobre a identidade e cultura do canela-verde. Confira:

"Meu amigo, com estima, Walter Aguiar Filho,

Saudações “Clementinistas”

Para iniciar este papo gostoso, desejo assegurar-lhe que o faço sem nenhuma postulação teórica mais sofisticada. Faço-o, muito pelo contrário, com os pés no chão: você encantou a tantos quantos tiveram a felicidade de comparecerem ao lançamento do livro” “KRIKATI, TIO CLÊ E O MORRO DO MORENO”, parabéns!

Seu livro é, sem sombra de dúvida, sutil, e brejeiro, contudo, simples. Tem um poder espetacular de persuasão, dado a sua forma pitoresca de comunicar-se com as pessoas.

Gozado, parece até que você leu o artigo por mim elaborado, que intitulei de “Vila Velha e a Sua Real Memória”! Nele eu cobro histórias como a sua.

A sua sensibilidade é notável, tão agradável que conseguiu arrancar lágrimas saudosistas dos meus olhos e, quiçá, de outras pessoas.

Em assim sendo, querendo, ou não, você passa a ser o mais novo escritor que busca a redenção folclórica total Vilavelhense, que “RONCA EM BERÇO INCULTO”.

A minha proposição de ver Vila Velha compendiada em uma obra completa é coisa antiga e que se justifica plenamente, não?

Temos lido ótimos livros sobre a Mãe desta Civilização. Mas, em que pesem o real valor desses livros, nenhum deles é completo. Daí a minha imorredoura vontade de, um dia, ganhar semelhante presente.

De outra coisa você fique certo: a caneta através da qual você pintou semelhante quadro, isto é, dos três personagens do seu doce livro, principalmente o MESTRE CLÊ, essa caneta foi ofertada pelos Arcanjos e Serafins que ficaram o tempo todo do seu lado, a mando do Mestre, o Divino Maior!!!

Embora tivesse conhecido o saudoso Tio Clê em 1959/60/61, só tive a felicidade de conviver com ele a partir de 1970, quando fixei residência definitiva em Vila Velha, pela 2ª vez.

Foi uma convivência feliz e proveitosa a ponto de ele se juntar a mim (eu chefiava o Setor Turístico de Vila Velha) para que a peça natalina / folclórica a LAPINHA pudesse ser resgatada.

Dava gosto a gente ver os ENCARNADOS “brigando” com os AZUIS! Que graça! Que saudade!

Falar em Clê é falar de alegria e diversão inocentes. Realmente nunca houve por parte do Mestre Clê uma conotação de maldade em suas obras, de um modo geral.

Mas, é bom que aqui fique registrado que ao final de cada apresentação dessa ou daquela peça teatral, Folia de Reis, etc., o povo se entristecia fazendo-nos lembrar daquele poeta que disse, se referindo ao final de carnaval:

“QUARTA-FEIRA DE CINZAS AMANHECE / NA CIDADE É UM SILÊNCIO QUE PARECE / QUE O PRÓPRIO MUNDO SE DESPOVOOU”...

Outra constatação: A LAPINHA CORRE O RISCO DE SER FATALMENTE ESQUECIDA, POIS SÃO POUCAS AS PESSOAS QUE SABEM O ENREDO DA MESMA. ESSAS PESSOAS JÁ ESTÃO IDOSAS...

Abraços fraternos

Fernando Antonio de Oliveira
Biblioteca Municipal

Outubro/2010

NOTA: Quando eu digo "Ronca em Berço Inculto", refiro-me às belas e inigualáveis histórias que, até hoje, não foram contadas."

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