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A criação da Vale - Parte III (História da Vale)

Governo Brasileiro e Britânico - representados por Oswaldo Aranha, e pelo embaixador Noel Charles -, ratificando os termos dos Acordos de Washington de março de 1942, transf. para o Brasil das minas, da EFVM, dos bens e dependências da Itabira

A CVRD seria constituída como uma sociedade anônima, de economia mista, com capital inicial de 200 mil contos de réis. Sua diretoria seria composta por cinco membros: um presidente e dois diretores de nacionalidade brasileira e mais dois diretores norte-americanos. A Companhia seria organizada em dois departamentos básicos: o da Estrada de Ferro Vitória a Minas, a ser administrado por diretores brasileiros, e o das Minas de Itabira, dirigido conjuntamente por brasileiros e norte-americanos.

Israel Pinheiro manteve o status provisório de superintendente durante seis meses – entre junho de 1942 e janeiro de 1943 –, período que antecedeu a constituição, de fato, da Companhia. O tempo era curto e a tarefa, das mais complicadas. Pinheiro teria que administrar os bens

incorporados ao patrimônio da União e à EFVM, dar prosseguimento às obras de prolongamento da ferrovia no trecho entre Desembargador Drumond e Itabira, explorar as minas itabiranas de ferro, construir um embarcadouro especial e ampliar o Porto de Vitória.

Ao longo desses meses, importantes iniciativas foram tomadas. Abriram-se as negociações com o Eximbank para a concessão de um empréstimo de US$ 14 milhões e contratou-se a firma de consultoria norte-americana Parsons, Klapp, Brinckerhoff & Douglas (PKBD) para realizar os estudos técnicos e os projetos necessários à exploração das minas e ao reaparelhamento e remodelação da EFVM. A PKBD deveria também adquirir equipamentos e materiais a serem usados na execução do programa. No período, foram enviadas dos EUA cerca de 8 mil toneladas de material, em sua maioria trilhos e acessórios.

A compra (ou arrendamento) de 90 vagões e nove locomotivas permitiu o transporte, naqueles meses, de 41 mil toneladas de minério de ferro. Além disso, foram iniciadas as obras de construção do ramal entre Itabira e as jazidas do Cauê. Por fim, foram colocados os primeiros trilhos do trecho entre Capoeirana e Itabira. As obras do cais de minério, em Vitória, tiveram prosseguimento.

No final de 1942, o superintendente divulgou manifesto referente à subscrição das ações da CVRD: 110 mil contos de réis seriam subscritos pelo Tesouro Nacional (ações ordinárias) e 90 mil ficariam à disposição do público (ações preferenciais). Na ocasião, os bens patrimoniais da Companhia foram estimados em 739 mil contos de réis.

Em 11 de janeiro de 1943, foi realizada, no Rio de Janeiro, a Assembleia de Constituição de!nitiva da Companhia Vale do Rio Doce. Ali, foram aprovados seus estatutos e a transferência ao seu patrimônio das minas de Itabira, “tal como a União as recebeu”, além da EFVM e de todos os bens que haviam pertencido à Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia S.A. e à Itabira de Mineração S.A. O valor total do negócio chegava a 80 milhões de cruzeiros. Ficou determinado que a sede administrativa da CVRD ficaria localizada na cidade de Itabira e que o domicílio para todos os efeitos jurídicos seria no município do Rio de Janeiro.

A diretoria da Companhia seria composta por um diretor-presidente, de livre escolha pelo presidente da República, e por quatro diretores escolhidos pela assembleia geral. Depois de seis meses como superintendente, Israel Pinheiro foi indicado para ocupar a presidência, continuando, assim, à frente da CVRD. Os diretores eleitos foram os norte-americanos Robert K. West e C. Alvin Lawrenson, representantes do próprio Eximbank, e os brasileiros general Denis Desiderato Horta Barbosa, a quem coube a vice- presidência, e o major João Punaro Bley, interventor no Espírito Santo. A presença de

Israel Pinheiro e Punaro Bley, figuras destacadas das políticas mineira e capixaba, revela a preocupação do Governo Federal em compor a diretoria com as forças políticas daqueles estados, os mais diretamente envolvidos com a atuação da CVRD.

 

Fonte: Vale 70 anos: Nossa História, 2012
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2013



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Portos do ES

Minério do Vale do Rio Doce e a Americana U.S. Steel Corp

Minério do Vale do Rio Doce e a Americana U.S. Steel Corp

E, somente agora, após a revelação que aquela Companhia americana fez, ao mundo inteiro, de que havia obtido da Venezuela manifestos de jazidas com o potencial de 1 bilhão de ton.

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