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A Escola Normal Pedro II

Escola Normal Pedro II

Quem conheceu o Centro de Vitória há dez, quinze ou vinte anos atrás, e o vê hoje, sente a dolorosa sensação de que o Centro morreu. O longo processo de esvaziamento que o vitimou, no curso desses decênios, nada poupou: o Sagres, com suas cadeiras e mesinhas do lado de fora, o Hotel Majestic, o Globo, o Brasil, o Marrocos, o Magazin, o Empório Capixaba, o Hidrolitol, a Rio Doce, a Cipó, o QG dos Esportes, o saudoso e insubstituível Menezes, o Orlando Guimarães, o Cine Juparanã, o Caldo Lira e a Escola Normal Pedro II. É verdade que da Escola Normal restou o antigo e majestoso prédio, ao lado do Palácio Anchieta, com seus janelões e grandes portas e um pátio enorme cheio de árvores. Ali, nos áureos tempos da escola pública, quando uma remuneração condigna e um punhado de intelectuais do mais alto valor contribuíam para que se ministrasse um ensino de elevado nível, funcionou a Escola Normal Pedro II.

Numa época em que, de fato, a Praça Oito era o coração de Vitória, a saída das alunas da Escola Normal, com suas sais azuis e esvoaçantes – diziam até que o vento, depois de agosto, entrando em setembro, era macho, porquanto não havia saia que ele não levantasse – era um acontecimento realmente gratificante. Nas proximidades da Escola, ou mesmo na Praça Oito, os namoradinhos aguardavam suas amadas, para as levarem, mãos dadas, às suas casas.

Posso dizer que tive a felicidade de integrar o quadro de professores da Escola Normal quando por lá despontavam Halza Fraga Ramalhete, Magdalena Pisa, Nair Miranda, Inácio Pessoa, Júlio César Grandi Ribeiro, Américo Menezes, Milton e Shirley Saliba, Hélcio Leão Borges e, é claro, dona Neném, a chefe de disciplina e tantos outros que também emprestaram sua colaboração para o ensino público.

Era um tempo risonho e franco, quando as notícias antes de baterem nos linotipos, circulavam à boca pequena pelas rodinhas da Praça Oito.

Com a reforma educacional, a Escola Normal Pedro II foi transformada no atual Instituto de Educação e teve de buscar outro pouso, indo se instalar na praça do Cauê, onde se encontra até hoje.

Sem as normalistas, a Praça Oito perdeu muito do seu primitivo encanto e nunca mais voltaria a ser a mesma dentro do melancólico processo que, a longo prazo, esvaziou o Centro de Vitória. Hoje, olhando a Praça Oito, tomada por uma multidão de apressados, preocupados exclusivamente com os ônibus que os conduzirão às suas casas, não se pode ter ideia de como era a praça, quando, nos fins de tarde, as colegiais, aos bandos, desciam e as convertiam numa alegre passarela.

A essa altura, o leitor mais atento já estará pronto para reclamar: - afinal, o tema não é escola? – É, leitor amigo, é. Mas a Escola Normal e o Centro estavam de tal forma associados, que não tenho a menor dúvida de que o segundo começou a morrer, quando mudaram de lugar a primeira.

 

Fonte: Escritos de Vitória. 10 – Escolas, 1995
Por: Miguel Depes Tallon
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2012 

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