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A luz elétrica em Cachoeiro

A usina localizou-se na Ilha da Luz, com aproveitamento de desnível do rio Itapemirim

Cachoeiro, a primeira cidade capixaba iluminada a luz elétrica, teve o importante melhoramento inaugurado, oficialmente, em 1º de novembro de 1903. O contrato para instalação da usina geradora, firmado com o engenheiro Antônio Gonçalves Neves, foi executado no ano anterior. A usina localizou-se na Ilha da Luz, com aproveitamento de desnível do rio Itapemirim.

Houve uma iluminação a lampiões que funcionava a cargo da municipalidade, desde janeiro de 1887. Nessa data, constava de vinte e quatro lampiões belgas, zelados pelo fiscal, subvencionado por doze mil réis mensais e tornou-se precaríssima. Tal serviço logo relaxou e a cidade vivia às escuras, salvo nas noites de lua cheia... Daí, a importância do ato público, realizado há setenta e três anos e registrado pelo fotógrafo Feliz Joaquim de Souza Machado, em duas poses: uma junto à represa, onde aparecem o engenheiro Florentino Avidos; o técnico alemão de uma importante firma do Rio de Janeiro, encarregado de presidir e dirigir os trabalhos de instalação da usina, e duas outras personalidades não identificadas trajadas de ternos brancos, botinas, chapéus de lebre e guarda-chuvas pretos. A outra fotografia, que agora pode ser revelada a público, graças ao desvelo de seu possuidor, prof. João Madureira, tirada em frente à casa de máquinas, põe em relevo, de um lado, personalidades que com sua presença prestigiaram a cerimônia: do outro lado, populares da cidade, e, no centro, a banda de música de São João do Muqui, regida pelo maestro Geraldo Viana e que fora convidada para abrilhantar a festa. Um dos figurantes, vestido em terno escuro, ao lado do músico, tocador de caixa, então nos seus vinte anos de idade, conseguiu reconhecer-se na foto: Emílio Coelho da Rocha, integrante da caravana da cidade vizinha. Ele recordava muito bem o episódio do encontro das duas bandas de música, convidadas a enriquecer o variado programa o qual contou, também, com a inauguração da Câmara Municipal, no palacete que pertencera ao 2º Barão de Itapemirim e veio a ceder lugar ao atual edifício do Forum.

 Na alvorada daquele dia, as duas bandas, de Cachoeiro e Muqui desfilavam, garbosas, em sentidos contrários, pela rua principal da cidade, indo se defrontar na praça Visconde de Matosinhos, hoje, Jerônimo Monteiro, em frente ao Hotel Toledo, desaparecido, para ceder lugar ao atual edifício do Banco do Brasil. As duas bandas, sob aclamação dos populares, pararam frente a frente, e os dois maestros trocaram as partituras dos músicos, os quais, por coincidência, executavam, no momento, a protofonia do Guarany, de Carlos Gomes.

Tempos românticos, de “la belle époque”, em que se consagravam melhoramentos populares com “tiradas” cavalheirescas.

 

Fonte: De Vasco Coutinho aos Contemporâneos, 1977
Autor: Levy Rocha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2012 



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