A pesca do Marlim Azul
No Iate Clube do Espírito Santo é festa do marlim azul. O sol brilha mais forte: é o encontro de pescadores que ganharam fama mundial.
Na Enseada ficam ancorados os iates, lanchas e barcos. O cais da Praça dos Namorados é o cartão postal da cidade de Vitória, sempre atraindo aventureiros da pesca oceânica.
As embarcações são galeões, caravelas, fragatas portuguesas, francesas, fazendo relembrar ataques piratas em séculos passados.
Ao longo do mar, é o local preferido dos praticantes dos esportes náuticos, wind-surf, jet-ski, vela, esqui-aquático. Jogar o anzol na água certo é fisgar robalos, golfinhos que são comuns no litoral.
Dali à Praia da Enseada, os barcos vão navegando em águas verdes transparentes, cheias de peixe; é o lugar ideal para a pesca. Muitos seguem para a Praia de Camburi, outros seguem para o alto mar, visitando a beleza e tranquilidade do local.
A captura do marlim azul atrai pescadores de todo mundo para o Iate Clube do Espírito Santo.
Hoje, a costa brasileira é um dos locais preferidos dos pescadores do marlim azul. Dos 5 maiores exemplos já fisgados no mundo, três estavam em águas nacionais.
Isso acontece porque, no verão, uma corrente de águas mansas originárias da Corrente de Bengala, na África, se aproxima da plataforma continental brasileira, onde a profundidade aumenta rapidamente.
O capixaba Paulo Amorim tornou-se recordista mundial da categoria em 1992, ao tirar do mar, na costa do Espírito Santo, um marlim azul de 636 kg, fazendo inveja a muitos que ali sempre estão, pelo mesmo objetivo.
A pesca oceânica do marlim azul é das espécies mais importantes e diferentes da pescaria tradicional. É completamente diferente da pesca à beira do rio. Para que o marlim fisgue a isca, o peixe morde o anzol, começa a batalha, que pode durar por várias horas a fio.
Outro desafio a ser enfrentado pelos pescadores é localizar o marlim azul, um peixe que não anda em cardumes e procura águas quentes e profundas, nos limites das plataformas continentais, abundantes em peixes menores que lhe servem de alimento.
A pesca oceânica é um esporte caro. Uma lancha equipada tem cerca de 100 adeptos e 50 torneios por ano. O coração dos marlins capturados é enviado para exames na Universidade de Virginia, nos Estados Unidos.
Assim, os cientistas esperam preservar a espécie e de quebra, garantir a diversão dos adeptos da pescaria oceânica.
Há 4 anos, um marlim foi encontrado perto das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, depois de viajar mais de 16 mil km.
Por: Sandra Amorim Bunjes
Livro: Vitória Cidade Portuária, na visão de seus cornistas, poetas e historiadores, 2007
Organizador: Francisco Aurélio Ribeiro - Coleção José Costa, volume 11
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