Administração e serviços públicos na República

Principais órgãos administrativos – Todos sediados em Vitória(25) – eram: a Secretaria do Governo, a Inspetoria Geral da Instrução Pública, o Correio Geral, a Repartição Geral dos Telégrafos,(26) a Catequese e Civilização dos Índios, a Inspetoria de Higiene Pública, a Inspetoria da Saúde do Porto, a Polícia,(27) a Tesouraria de Fazenda, a Alfândega, o Tesouro Público Provincial, a Administração das Rendas Provinciais da Capital, a Capitania do Porto.
Dentre os serviços públicos de mais interesse na Capital, contavam-se a Iluminação a Gás, o Serviço de Limpeza e Asseio Público, o Matadouro, a Assistência Médica – prestada por um médico dos pobres e uma parteira da pobreza.(28)
Aqui poderiam ser incluídos, também, os faróis – de Santa Luzia e da Ilha do Francês;(29) as fortalezas – de S. João e S. Francisco Xavier,(30) as Companhias de Infantaria e de Polícia e o Batalhão da Guarda Nacional.
Desde dezesseis de setembro de 1887, funcionava a Estrada de Ferro Caravelas, no trecho de cinqüenta quilômetros, compreendido entre Cachoeiro de Itapemirim e a estação de Pombal, hoje Rive. Na mesma data foi inaugurado o ramal Matosinho (atual Coutinho) a Castelo, com vinte e um quilômetros de extensão.(31)
NOTAS
(25) - Em 1882, Inglês de Sousa sugerira a mudança da Capital para o interior da província. Eis os trechos mais expressivos do Relatório em que aborda o assunto: “Estou convencido de que a mudança da capital da Província é uma necessidade inadiável, não só pelo futuro desenvolvimento desta Província, como pelas condições higiênicas que deve ter toda a cidade destinada a ser o centro de uma aglomeração de população mais ou menos numerosa. [...] A futura capital do Espírito Santo deve ser colocada em um ponto central da Província, em lugar que mais apropriado for, comunicando-se por meio de via férrea com o porto da Vitória, que será sempre o entreposto do comércio de toda a Província.
Esta cidade nada perderá se se retirar dela o mundo oficial; as forças de um comércio rico e poderoso erguê-la-ão em pouco tempo do abatimento em que tiver caído. Santos e Paranaguá o demonstram.
A colocação da capital no centro ativará o desenvolvimento da Província e regularizará a circulação das idéias e dos produtos” (Relatório com que o exmo. snr. dr. Herculano Marcos Inglês de Sousa entregou no dia nove de dezembro de 1882 ao exmo. sr. dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada Júnior a administração da província do Espírito Santo – Vitória – 1882).
(26) - O distrito da província começava à margem esquerda do Itabapoana e terminava na vila de Canavieiras, Bahia, compreendendo dezenove estações telegráficas, das quais dez no Espírito Santo e nove na Bahia. A extensão dos fios ia a cerca de dois mil quilômetros.
(27) - O lugar de chefe de Polícia da província foi criado pelo decreto n.º 1.295, de dezesseis de dezembro de 1853.
(28) - O Almanaque de 1889 não faz referência à Casa de Banhos “d’água fria”, inaugurada em Vitória a dois de dezembro de 1877 e que fora instalada à custa da municipalidade (Relatório de 1889, já citado). Possivelmente teria sido fechada.
(29) - Inaugurado a primeiro de janeiro de 1883.
(30) - A segunda à disposição do Ministério da Fazenda.
(31) - Estudos sobre estradas de ferro espírito santenses na RIHGES, vol. XIV, da autoria de GILBERTO SANTOS NEVES; Vida Capichaba (revista editada em Vitória), de trinta de abril de 1940, quinze e trinta de junho de 1940, por Mário Aristides Freire; MARINS, Minha Terra, 65-6.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, novembro/2017
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