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Afonso Cláudio - o primeiro estudioso nas questões negras em nosso Estado

Casarão onde nasceu Afonso Cláudio - Foto: Apoena

Afonso Cláudio de Freitas Rosa, (que deu nome à cidade de Afonso Cláudio, no ES), foi o maior intelectual capixaba do final do século 19, nosso primeiro abolicionista, um dos primeiros republicanos.

Homem de cultura, foi o primeiro estudioso nas questões negras em nosso Estado. Autor de vários livros, sintetiza tudo o que de melhor se comemora em novembro: Consciência Negra (dia 20) e Livros (dia 25).

Nasceu em Mangaraí, Cachoeiro de Santa Leopoldina, ES, a 02/8/1859. Estudou no Colégio das Neves, RJ (primeiros estudos) e no Ateneu Provincial, ES. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1878, de onde saiu formado em 1883.

Voltou ao Espírito Santo atuando em sua área inclusive como desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. Em 1889, com a proclamação da República, Afonso Cláudio é escolhido como primeiro governador do Estado após a proclamação da República.

Nessa época todos os órgãos e serviços públicos estavam sediados em Vitória.

O ensino primário era ministrado no Ateneu Provincial (rapazes) e no Colégio Nossa Senhora da Penha (moças).

Na época, quatro jornais circulavam em Vitória: A Província do Espírito Santo, O Espírito-santense, A Gazeta de Vitória e A Folha de Vitória.

Afonso Cláudio escreveu no jornal de Muniz Freire A Província do Espírito Santo. Através desse jornal, Afonso Cláudio publicou vários artigos em oposição à Monarquia e criticando a sociedade da época.

Afonso Cláudio, quando escreveu em 1885 a Insurreição do Queimado foi o primeiro autor capixaba a valorizar a questão do negro. A Insurreição do Queimado é um documento que denuncia a escravidão e a opressão do período.

Participou do movimento republicano, Voltou ao Rio de Janeiro, atuando como advogado e professor (Faculdade de Direito de Niterói). Faleceu no Rio de Janeiro em 16/6/1934.

O professor Estilaque Ferreira, que se doutorou na Universidade de São Paulo (USP) e é professor de História do Brasil na Ufes diz que é necessário que o prédio onde nasceu o primeiro governador capixaba da República seja imediatamente restaurado. Defende que seja criado no casarão um Museu da História do Espírito Santo. Nele haveria o resgate da história da matança dos índios botocudos que ocupavam a região.

O museu também permitiria o registro da escravidão dos negros usados na abertura da área para colonização, além da chegada e do trabalho realizado pelo colonizador europeu no Estado. Registraria ainda história do Rio Santa Maria e do comércio nele praticado, que tinha nos canoeiros uma peça chave.

Obras de sua autoria: A Insurreição do Queimado (1884); História da literatura espírito-santense (1912); Trovas e cantares capixabas (1923); Ensaios de sociologia, etnografia e crítica (1931), além de outras na área de direito.

 

Fontes: A GAZETA, Site Estação Capixaba e Site Século Diário, 2001



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Personalidades Capixabas

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