Arte que não se perde
O artista plástico Celso Adolfo consegue “salvar” obra do mosaísta Raphael Samú. O mosaico seria demolido.
Por conta de demolições, reformas e ampliações, além do abandono e exposição ao tempo e outros agentes, obras de arte em edificações podem se perder para sempre se não forem protegidas ou resgatadas a tempo. Uma ação nesse sentido aconteceu recentemente quando o artista plástico e mosaísta Celso Adolfo usando técnicas de remoção, salvou um mural do artista plástico Raphael Samú que ornamentava a varanda de uma residência em Bento Ferreira, e que está destinada a demolição. A obra será restaurada e deverá ganhar um novo lar, em um prédio público.
O mural residencial em mosaico com pastilhas coloridas, medindo 3,40 x 3,20 m foi construído por Samú em 1965 e estava em estado precário de conservação. O trabalho de restauro e recomposição da obra ainda segue e está sendo desenvolvido Celso Adolfo em seu ateliê, na Prainha de Vila Velha.
Enquanto retirava as pastilhas do mural, Celso Adolfo comentou: “Esta casa será demolida e a obra artística está sendo resgatada e salva. Isso, infelizmente, não acontece no Brasil; quando vão demolir uma construção que fica velha, a obra de arte que ali existem vão no mesmo pacote, como ocorreu com um belíssimo painel da Marian na Rua Sete, que acabou se perdendo para sempre”.
Celso, que trabalha com pastilhas, azulejaria, vitrais, e esmaltação cerâmica, tem obras espalhadas pelo estado, como na Igreja de Santa Luzia, na Praia da Costa e na igreja Sagrada Família, em Piúma, além de residências particulares. Conforme explicou, essa transposição do painel de Samú é uma ação contemplada pelo edital de Preservação de Memória e Patrimônio, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Atenção
Outros murais em Vitória necessitam de cuidados ou restauros pois encontram-se em estado precário de conservação, como os murais de Samú na fachada do edifício Aldebaran, no Centro, e na entrada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com dimensões de 34,21 x 4,09 m.
Outro mural em pastilhas de vidro, com ilustração de peixes, destaca-se na fachada da Escola da Ciência, anexa ao Parque Moscoso, no Centro. A obra, que precisa de atenção, foi produzida por Anísio Medeiros. O prédio foi construído em 1952 por Francisco Bolonha e está entre os mais importantes do movimento modernista na cidade.
Fonte: Revista SIM Nº 74, julho/2014
Autor: Bartolomeu Boeno
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2014
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