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Busca por água no subsolo - São Mateus

Mapa de Distribuição Hídrica do Espírito Santo

Com o problema do assoreamento e do lançamento de esgoto nos rios capixabas, a falta de água passou a ser um fantasma real para a sociedade moderna. O mapa desta página mostra, inclusive, como é a distribuição de recursos hídricos, sendo as partes em vermelho e amarelo as regiões onde se encontra água em menor quantidade na superfície.

Para driblar o problema, uma ação inédita foi iniciada no Estado: estudos vão avaliar a quantidade e a qualidade da água existente no subsolo, em especial na bacia do rio São Mateus, uma área susceptível à desertificação.

Trata-se do Projeto de Levantamento Hidrogeológico do Estado, uma parceria entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras) e Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Também está sendo firmado um termo de cooperação com a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia, que visa conhecer melhor os recursos hídricos subterrâneos.

De acordo com o gerente interino de Recursos Hídricos do Iema, Cláudio de Almeida, estudos preliminares apontam que, a uma profundidade de aproximadamente 160 metros, é possível encontrar água de altíssima qualidade.

“Entretanto, é preciso estudar mais para saber a quantidade e em que nível está a qualidade dessa água, a extensão desse aqüífero, para fazermos uma grande divulgação. Por enquanto, não temos condições técnicas, com base em dados sólidos,para isso”, explicou.

Segundo ele, o Iema fez o levantamento dos dados já existentes e repassou à Petrobras, que ficou responsável pela execução de toda a parte técnica.

“A próxima fase será a realização de levantamentos geofísicos, o que será feito nos próximos dias, na própria superfície, para aproveitarmos o período de estiagem, que é quando as equipes de campo podem se deslocar com mais facilidade”, contou Cláudio.

Testes mostram boa qualidade

Outro caminho para aumentar a oferta hídrica ao longo da bacia do rio São Mateus, que apresenta características naturais semelhantes àquelas encontradas no Nordeste do País, é o reaproveitamento da água da chuva.

Para isso, o Iema estuda a possibilidade de implementar programa semelhante ao que vem sendo empregado com sucesso em regiões semi-áridas do sertão nordestino.

Por meio dele, um sistema de calhas, colocadas na cobertura das casas, armazena a água da chuva, que é canalizada para uma cisterna.

“Essa prática é difundida no Nordeste e a idéia é disseminá-la aqui no Estado, principalmente na bacia do rio São Mateus, que enfrenta longos períodos de estiagem”, explicou o gerente interino de Recursos Hídricos do Iema, Cláudio de Almeida.

Segundo ele, a bacia do rio São Mateus foi incluída no Plano Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca e, dessa forma, receberá atenção especial por parte dos governos federal e estadual.

Água de chuva é uma alternativa

Monitoramento do Iema aponta que a qualidade da água da bacia do rio São Mateus é boa. A informação é do gerente interino de Recursos Hídricos, Cláudio de Almeida.

O instituto dispõe de 76 pontos de monitoramento em bacias hidrográficas, onde são analisados, semestralmente, parâmetros como: PH, coliformes fecais, oxigênio dissolvido, nitrogênio, entre outros.

Almeida explica que, apesar dos problemas, a bacia possui um bom volume de água, o que permite diluir as impurezas. “Juntamos todos os parâmetros. Através deles, chegamos a um número que nos dá o Índice de Qualidade da Água (IQA). No caso do rio São Mateus, ele é de 68, o que está numa faixa tolerável”, explicou. E completou: “O fato do IQA ainda ser bom não significa que possamos ficar descansados, já que os problemas continuam existindo ali.”

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rio São Mateus – 15/07/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Flávia Martins
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Sérgio Venturin
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

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