Esmeraldas! Esmeraldas! – Governo de Antônio Luis Gonçalves da Câmara Coutinho

O acontecimento culminante do seu período governamental foi – segundo a memória dos arquivos – a descoberta de minas (de esmeraldas?) pelo capitão Antônio Luís de Espinha. A notícia chegou à Bahia e provocou missiva modelar do representante del-rei ao descobridor – ao lado do pedido de informações sobre as minas, promessas de graças e favores régios: tudo feito com mestria e elegante sobriedade de linguagem.(12) O esquecimento em que ficou o nome de Antônio Espinha é a melhor prova de que se tratava de rebate falso.
Dentro em breve, o governador geral escreveria ao sucessor de Mendes de Figueiredo: (13) “Espero faça V. M. grandes serviços a S. A. E porque o mais consideravel será o das esmeraldas se se descobrirem; encommendo muito a V. M. a diligencia, que sobre ellas deve fazer”.(14)
NOTAS
(12) - DH, VI, 183.
(13) - A doze de dezembro de 1663, Brás do Couto de Aguiar foi nomeado para o posto de capitão-mor do Espírito Santo, em substituição a José Lopes (DH, XXI, 251). No dia seguinte, lavrava-se a patente de sua nomeação para o cargo de comandante da Companhia de Infantaria da mesma capitania, onde foi substituir a Manuel de Almeida do Couto – então “preso na cadeia desta Cidade [do Salvador] por culpas cometidas na Capitania do Espírito Santo” (DH, XXI, 249).
Brás do Couto foi substituído por Diogo de Seixas Barraca, nomeado a quinze de fevereiro de 1664 por proposta de D. Filipa de Menezes, mãe e tutora de Antônio Luís Coutinho da Câmara, donatário (DH, XXII, 30). É curioso que a carta do vice-rei apresentando Couto de Aguiar ao seu antecessor é datada da Bahia, dezenove de fevereiro de 1664 (DH, VI, 45), isto é, quatro dias depois do ato real supracitado, lavrado em Lisboa. Em 1667 (onze de março), o soberano assina patente nomeando Antônio Mendes de Figueiredo* para dirigir a capitania (DH, XXIII, 87). Foi seu sucessor Inácio de Lercar (ou Lercaro, pois encontramos ambas as grafias nos documentos), nomeado a quinze de julho de 1671 (DH, XXIV, 254-7). Em 1675, vamos encontrar à frente da administração capixaba José Gonçalves de Oliveira (DH, XI, passim), que fora nomeado capitão (da infantaria?) a dezesseis de julho de 1671 (DH, XXV, 93-8). A onze de junho de 1676 o governo da Bahia levantava o preito e homenagem de José Gonçalves de Oliveira “por haver Sua Alteza (que Deus guarde) feito mercê della a Francisco Gil de Araujo” (DH, XI, 136).
* “Consulta do Cons Ult e relatório do Dr. Pedro Alves Seco de Macedo, sobre a devassa de residencia que tirara o ouvidor geral do Rio de Janeiro, do Capitão da capitania do ES Antonio Mendes de Figueiredo. Lisboa, vinte e seis de maio de 1674” (ALMEIDA, Inventário, VI, 134).
(14) - DH, VI, 211.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2017
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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