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Filosofia e Poesia - Por General Pacheco de Queiroz

Capa do Livro: Travos em Trovas, 1973 - Autor: Kosciuszko Barbosa Leão

Sob esse título, o Jornal do Comércio, de 21 de fevereiro findo, traz, assinado pelo conhecido crítico literário Modesto de Abreu, da Academia de Letras da Guanabara, um artigo sobre os livros Alma e Deus e Travos em Trovas, do nosso conterrâneo Kosciuszko Barbosa Leão, do qual transcrevo este trecho inicial:

“Poeta dramaturgo e filósofo, Kosciuszko Barbosa Leão publicou recentemente dois belíssimos trabalhos, um em verso, o outro em prosa. Este último intitula-se Alma e Deus e, conforme o título indica, desenvolve temas transcendentes sobre os problemas máximos do conhecimento humano, quais sejam a imortalidade da alma e a existência do ser supremo, a quem se atribui a criação de todas as coisas, além de discutir com profundidade e notável extensão de saber, a questão, sempre controvertida, da classificação das ciências. Quando ao trabalho de natureza poética, trata-se de uma sugestiva e variada coleção de trovas, que vem alinhar seu autor entre os nossos autênticos trovadores”.

Sobre essas trovas, escreve o festejado homem de letras: “O que as caracteriza em geral, seja qual for seu significado particular, é o mesmo savoir faire, sintetizado na fluência do verso, na espontaneidade da rima e no espírito adequado à expressão de cada tema”. E o crítico transcreve várias das trovas, por ele qualificadas como “todas modelares”.

A respeito do livro Alma e Deus, o articulista, aludindo, de ligeiro, às metas metafísicas, declara ater-se à classificação comteana das ciências, para a qual – diz, referindo-se ao criticado – “nosso erudito e arguto filósofo propõe a intercalação necessária de uma ciência, que o fundador do positivismo não levou em conta” etc. E acrescenta: “A ciência posta em relevo por Kosciuszko Barbosa Leão, para ser encaixada entre as sete propostas por Augusto Comte, é a psicologia”. A psicologia, para uma corrente de filósofos – esclarece o notável escritor em sua crítica – é “esse elo necessário entre a ciência dos seres vivos em geral e a ciência das sociedades humanas”, isto é, a biologia e a sociologia. E conclui o crítico: “Kosciuszko Barbosa Leão coloca-se sob esse último ângulo. E coloca-se bem. Embora me coloque em outro ponto de vista”.

Confessa, assim Modesto de Abreu a sua filiação ao Positivismo, de que, aliás, é sabidamente grande devoto. É, portanto, insuspeito o seu honroso pronunciamento sobre o livro Alma e Deus.

Aproveitamos a este ensejo para informar que Kosciuszko Barbosa Leão tem pronto para o prelo, um livro de versos filosóficos e líricos sob o título Meu Inverno – coleção de poesias publicadas no Correio da Manhã, no período de 942 a 944. E promete outro livro de trovas, ora em preparo. Dessa nova produção transcrevemos, por sua oportunidade, três amostras:

 

Primeiro de abril

É, como os outros, um dia

De engano e desenganos,

Em que se busca alegria,

Falaz em todos os anos.

 

Revolução de 64

Contra tanto mal esparso,

Norte a sul deu o Brasil

Remédio em trinta e um de março,

Não no primeiro de abril.

E, porque Minas foi o berço dessa Revolução redentora, cabe aqui mais esta trova, contraditória de um princípio de razão, com um argumento de razão:

É maior o conteúdo

Que o continente e há razão:

O Espírito Santo, em tudo,

Tem Minas no coração.

 

Fonte: Jornal A Gazeta – 03/05/1974 Pág 23
Autor: D. Pacheco de Queiroz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2014



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