Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Jucutuquara - Por Adelpho Monjardim

Estádio Governador Bley - Abertura dos Jogos Estudantis, anos 50

Saint-Hilaire, Voyages sur Le littoral du Brésil,  dá fiel e pitoresca descrição de Jucutuquara da segunda década do século XX.

Sente-se palpitante ainda a poesia nostálgica da formosa aléia de mangueiras que do Cruzamento ia ter à Casa Grande, residência senhorial do capitão-mor Francisco Pinto Homem de Azevedo.

No morro fronteiro a senzala enfileirava-se, desbordando os seus socalcos. As plantações de fumo, milho, mandioca, algodão e cana, bem cuidadas, cobriam as encostas onde os negros enxameavam, como abelhas, num vai e vem contínuo, na faina laboriosa  e progressista. As lavouras eram bem administradas e os métodos os melhores, segundo o grande naturalista, a exemplo dos jesuítas, hábeis agricultores.

Não desmentindo as tradições de progressista, Jucutuquara evolveu com o surto renovador que rejuvenesce as terras e os povos que se não deixam estagnar. Renovou-se no que não lhe era peculiar e fundamental. Vestiu-se de roupagens novas. Desapareceram as senzalas; os engenhos; as lavouras e as mangueiras ornamentais ao sopro renovador do progresso. Belos rebanhos surgiram nos prados e as antigas roças se transformaram em pastagens, mas se na Casa Grande as gerações se sucediam, ela, entretanto, estacionara. É ainda a que viram Saint-Hilaire, Feijó e Vergueiro. É o solar que o Serviço do Patrimônio Histórico Nacional considerou monumento histórico.

Jucutuquara moderna é uma pequena cidade; o mais populoso e importante bairro da capital, sob o ponto de vista econômico. O casario, denso, ocupa toda a planície que se estende entre as montanhas e galgando-as forma com os seus telhados vermelhos contraste com os altos cimos verdejantes, por vezes sombreados pelo sépia vigoroso das rochas. Ao norte, austero e bizarro, avulta o Frei Leopardi, com as pupilas vazias voltadas para a amplidão.

Jucutuquara é uma colméia de trabalho. Nas suas ruas se agita, febril, a multidão aplicada a misteres diversos, consciente dos seus deveres e de sua contribuição honesta, patriótica à coletividade, à comunhão, que é o Estado. A importante fábrica de tecidos – Jucutuquara Industria Ltda -, é atestado de sua pujança econômica, assim como a Escola Técnica de Vitória, sentinela avançada dos seus domínios, é eloqüente realidade do amor que dedica ao trabalho e ao saber. É ainda aí que se pode admirar o Estádio Governador Bley, dos melhores e mais modernos do país.

Jucutuquara justifica o aforismo: Mens sana in corpore sano.

 

Fonte: Vitória Física, 1995
Autor: Adelpho Monjardim - Prêmio Cidade de Vitória, 1949
1ª Edição: Revista Canaan Editora, 1950
2ª Edição: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Vitória, 1995
Prefeito Municipal de Vitória: Paulo Hartung
Secretário Municipal de Cultura e Turismo: Jorge Alencar
Diretor do Departamento de Cultura: Luiz Cláudio Gobbi
Editor Executivo: Adilson Vilaça
Produtora Executiva: Silvia Helena Selvática
Projeto Gráfico: Ivan Alves
Editoração Eletrônica: Edson Maltez Heringer
Foto e Capa: Léo Bicalho
Revisão: Reinaldo Santos Neves
Chefe da Biblioteca Municipal Aldelpho Poli Monjardim: Ligia Maria Melo Nagato
Bibliotecárias: Elizete Terezinha Caser Rocha e Cybelle Maria Moreira Pinheiro
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro de 2014

Bairros e Ruas

Rua Cais de São Francisco (ex-cais de São Francisco)

Rua Cais de São Francisco (ex-cais de São Francisco)

Quem passa hoje, pela rua Cais de São Francisco, fica intrigado com esta denominação. Ora, por que tal nome, se não há ali cais algum?

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Primeiros moradores do Farol de Santa Luzia

Os primeiros moradores da região do Farol de Santa Luzia, na Praia da Costa, Vila Velha, foram...

Ver Artigo
Arrabaldes de Vitória - Os 10 mais frequentados por Eurípedes Queiroz do Valle

Primitivamente a expressão significava o habitante desse arrabalde. Passou depois a significar os que nascessem em Vitória. Hoje é dado a todo espírito-santense

Ver Artigo
Centro de Vitória

Palco de batalhas ferrenhas contra corsários invasores, espaço para peladas de futebol da garotada, de footings de sábados e domingos, praças, ladeiras e ruas antigas curtas e apertadas, espremidas contra os morros — assim é o Centro de Vitória

Ver Artigo
Cercadinho – Por Edward Athayde D’Alcântara

Ao arredor, encosta do Morro Jaburuna (morro da caixa d’água), ficava o Cercadinho

Ver Artigo
Avenida Jerônimo Monteiro (ex-rua da Alfândega)

Atualmente, é a principal artéria central de Vitória. Chamou-se, antes, Rua da Alfândega, sendo que, em 1872, passou a denominar-se Rua Conde D'Eu

Ver Artigo