Lendas e milagres do Convento da Penha - 2ª parte
O SINO E O FRADE - Certa vez, um frade aceitou o desafio de alguém para subir o monte à meia-noite, tanger o sino da torre da igreja. Assim o fez; mas, notaram os vilavelhenses que, ao tanger o sino lá em cima, ouviram o som no momento exato em que o frade já aparecia, em baixo, de regresso. Milagre... ou excesso de medo, fazendo-o correr à velocidade do som?...
PROMESSA - Em 1837, Gomes Neto testemunhou a Exma. senhora do então Governador da Província, José Tomás Nabuco de Araújo, delicada e franzina, subir, com os pés descalços, a íngreme ladeira da Penha, em piedosa promessa, levando, na mão direita, preciosa esmola.
IA COMER OS FEIJÕES DE NOSSA SENHORA - Oito anos depois, em 1845, o mesmo Gomes Neto presenciou a subida de outro devoto pela histórica ladeira, - mas este era um clérigo mineiro de estranha devoção, forte e muito bem calçado, com fortes sapatões, de mãos limpas, sem nenhuma esmola para a Santa ou para o Convento. Dizia ele que havia feito promessa de "ir comer os feijões de Nossa Senhora". Aboletou-se na casa dos romeiros, por muitos dias, e foi com dificuldade que conseguiram se ver livres de tão devoto comensal.
A ESMOLA E A CHARLATÃ - Estávamos no Santuário da Penha, agora, em pleno agosto de 1945, quando se acercou de nós um modesto homem do interior, perguntando qual era o altar de Nosso Senhor dos Passos. Indicamo-lho e ele nos disse que havia feito promessa de colocar certa importância aos seus pés. Ao mesmo tempo que nos falava, ia desenrolando vasto lenço e dele tirando Cr$ 15,00 para colocar aos pés da imagem.
Aconselhamo-lo a deixar a importância no cofre do Santuário. Dali, certamente, seria recolhida e aplicada de modo conveniente. Assim fez o devoto homem, mas, antes de o fazer, contou-nos que uma senhora, aboletada nas proximidades do Convento, lhe aconselhara que rezasse aos pés do Senhor dos Passos e, durante a prece, deixassse aos seus pés a esmola, mas ao terminar, retirasse o dinheiro e lho entregasse que ela lhe daria destino...
Livro: O Convento da Penha
De: Norbertino Bahiense (1951).
Saltando, do reinol, encontra a porta aberta... E o frei vagando, só, na praia — já deserta — Distante vê, na gruta, o abrigo que buscava
Ver ArtigoCrescia a concorrência do povo às horas da prece, na capelinha de São Francisco, o templo cujas ruínas ainda podemos apreciar, na orla do Campinho
Ver ArtigoTambém ouvida, por Gomes Neto, ao Padre Joaquim de Santa Maria Madalena Duarte
Ver ArtigoDo livro O RELICÁRIO DE UM POVO – Santuário de Nossa Senhora da Penha (1958, 2ª Edição), da autora Maria Stella de Novaes
Ver ArtigoDesde 1570 comemoramos a Festa da Penha oito dias após a Páscoa. Ela é a festa cristã pioneira da América
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