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No Mapa Capixaba, uma herança dos primeiros habitantes

Monte Aghá, que significa o monte de ver Deus - Ilustração: Genildo Ronchi

Sob a denominação geral topônimos, são incluídos nomes de rios, de montanhas e serras que, muitas vezes, acabaram também por identificar cidades e simples povoados das regiões próximas. Os que seguem são de origem indígena, assim como o vocábulo que designa o nascido no Espírito Santo. Capixaba, que significa roçado, preparação da terra para o plantio. A forma primitiva foi kapixaba e também kopeçaba, tendo por base kô, a roça, e capissaba, capinagem, ação de carpir.

AFONSO CLÁUDIO

Ibicaba - ybycaba é o nome de uma mirtácea; de fruta preta, miúda e sabor sofrível, também chamada ubucaba.

Piracema - de pirá-acema, a saída do peixe, o cardume por ocasião da desova.

ALEGRE

Anutiba - De anu-tyba. abundância dc anus, bando de anus (ave da família dos cuculídeos).

Ararai - de arara-y, água ou rio das araras.

Lambari - de arabe-r-i, a baratinha, rio das baratas, ou dos lambaris. Aramberi, o peixinho de água doce semelhante à sardinha.

ALFREDO CHAVES

Crubixá - ribeirão, nas pedras de cujo álveo se cria um gênero ou sorte de coral azevichado e quebradiço com que as índias se ornam.

lbitiroi - de ibyty-roy, o serro frio; a montanha fria.

ANCHIETA

Araraquara - do tupi ara-ra-quara, o paradeiro ou esconderijo dos papagaios. (Rio, afluente Norte do Benevente).

Iriri - o mesmo que riri, a ostra, o molusco. A praia das ostras.

Iriritiba - de riri-tyba, o sítio das ostras; ostras em abundância, a ostreira.

Guanabara - de gua, enseada, seio, bacia, nã, semelhante; pará, mar. Bacia semelhante a um mar (sinus similis mari) (praia).

Indaiá - de andá-yá, amêndoas ou cocos caídos, ou que se despencam. Rio, afluente esquerdo do Benevente.

Jabaquara - de yaba, fujão, quara, refúgio, esconderijo. Refúgio dos fujões. Onde os escravos fugitivos de seus senhores formaram um quilombo.

Orobó - Supõe Martius que seja termo tupi alterado de urubu. Trata-se, no entanto, do nome de um produto vegetal muito usado em cerimônias religiosas de cultura afro-brasileira. Não é de origem tupi.

Parati - de pará-ty, a jazida do mar; o lagamar, o golfo, porto tranqüilo, mar tranqüilo, água tranqüila. Confunde-se freqüentemente com Pirati. pirá-ti, o peixe branco, a tainha. (Mugil Liza, Cuv.) - Rio afluente do benevente; ilha.

Piratininga - de pirá-tininga, o peixe a secar: o seca-peixe. Designa rio que, por efeito dos transbordamentos, deita peixe fora e o deixa em seco, exposto ao sol. É a explicação de Anchieta. Rio, afluente esquerdo do Benevente.

Ponga - gerúndio-supino de pong; o baque, a queda com ruído; o que se lança abaixo. Rio afluente do Benevente.

Ubu - de y-by, a terra, o solo, o chão. Quando os índios transportavam o corpo do venerável padre Anchieta de Reritiba (Anchieta) para Vitória, ele caiu do esquife e os índios gritaram: ubu, ubu.

APIACÁ

Apiacá - de apya, homem, varão; caa, mato. Homem do mato. Alt. de Epiaca, abreviação de Epiacaba, vista, paisagem, panorama.

ARACRUZ

Guaraná - nome dado à planta medicinal amazônica, cultivada pelos índios maués.

Jacupemba - de yacu-pema, o jacu miúdo, inferior (Penelope superciliaris).

Piracema - de pirá-acema, a saída do peixe, o cardume por ocasião da desova (córrego).

Piraguaçu - de pirá-guassu, peixe grande (rio).

Piraquê-Açu - piraque é alteração do tupi pira-kera, a dormida dos peixes, o lugar onde dormem os peixes; açu, grande (rio).

BAIXO GUANDU

Guandu - de guandu, termo de origem africana introduzido na língua tupi do século XVIII para designar a ervilha e o próprio guandu (ervilha d'Angola).

Ibituba - de yby-tyba, a abundância de terras úmidas.

Mutum - certa ave galinácea da família dos cracídeos (córrego).

BARRA DE SÃO FRANCISCO

Itaperuna - de taper-una, a tapera preta, isto é, aldeia extinta que fora queimada, onde há restos de carvão.

Itaúnas - de itá-una, a pedra preta; o ferro, o minério (rio).

Poranga - bonita, bonito. De pó, mão; R. elemento de fonetização lingüística e onga-ongas, cabeça. Obs. Lamparinas que o seringueiro usa na cabeça a maneira de mineiros, para evitar de ocupar as mãos durante a faina de extração do látex da seringueira, à noite.

BOA ESPERANÇA

Guarabu- de guara-b-u, o indivíduo roxo ou escuro; alusão à cor roxa da madeira desta árvore.

Japira - de y-apyra, cabeceira de rio (cachoeira).

BREJETUBA

Brejetuba - de ybyrayá-yba, a árvore da madeira rija. É uma palmeira de cuja madeira se serviam os índios, para fazer arcos. Bosque de brejaúvas, lugar onde há brejaúvas.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

Burarama - de ybyrá-rama, o bosque, reunião de árvores. A região das madeiras, a terra das matas.

Conduru - árvore da família das mirtáceas.

Ipiaçu - de ypeassu, planta medicinal da família das borragináceas.

Itabira - de itá-bira, a pedra levantada ou empinada. Ponta de rocha, pico de rochedo.

Itaoca - de itá-oca, a casa de pedra, a caverna, furna ou lapa.

Itapemirim - de ita-pé-mirim, a laje pequena, a lajinha. De Ita-pera, a pedra rasteira, o penido. De ita, pedra, pé, caminho, mirim, pequeno.

Jaciguá - de yacy-guá, o globo da lua, a lua cheia, lua redonda.

Marapé - de mbrá-apé, o caminho do mar ou que leva ao mar.

CARIACICA

Cangaíba - de canga, caroço, coquinho, e aiba, ruim, que não serve para comer.

Cariacica - de acari-assyca, pedaço de acari, nome de uma variedade de peixe. Acari, um peixe de água doce, cascudo (Loricaria plecostomus).

Ibiraçu - de ybyra-assu, árvore grande e grossa.

Itangua - de ytã-guá, abaixa das conchas ou itans. Itam concha grande, lacustre. Ou itá-guá, pedra redonda.

Itaquari - Este topônimo pode ter muitas interpretações: tacuari, espécie de planta euforbiácea; tacuar-y, rio das taquaras; itá-cuari, pedra furada; itá-cuar-y, rio da pedra furada.

Mochuara - na língua dos índios quer dizer pedra-irmã. Nos relatos históricos, o nome deve-se aos corsários franceses que aportaram na baía de Vitória no século XVI. Para eles, a neblina que encobria o monte lembrava um imenso pano branco. Daí a expressão muchuá, que vem do francês mouchoir, que significa lenço. Muitas lendas envolvem o monte. Uma delas diz respeito a dois jovens índios, de tribo inimigas, que se - - apaixonaram. O rapaz era da Serra e a moça, de Cariacica. Impedidos de manterem o romance, ele se transformou no Monte Álvaro e ela, no Mochuara. Conta-se que o casal, eternizado pelos dois montes, se comunica nas noites de Natal e de São João através de uma bola irradiante que corta o céu. O monte Mestre Álvaro fica entre os rios Caraípe e o dos Reis Magos e teve um vulcão na antiguidade.

Tabajara - de taba-yara, os aldeões, os moradores, os donos das aldeias.

Tucum - de tu-cu, o espinho alongado, a pua. É o nome da palmeira, cuja haste é guarnecida de longos espinhos, e de que se tira uma fibra das mais resistentes para linha de anzóis e para o fabrico de cordas e redes.

CASTELO

Araçuí - nome tupi de angelim (árvore faseolácea).

COLATINA

Boapaba - de mboia-paba, lugar cheio de cobras.

Sapucaia - Nome de uma árvore silvestre da família das lecitidáceas; no tupi do Norte é o nome que se dá ao galo. De çapucaia, o grito, o clamor; o galo, a galinha.

CONCEIÇÃO DA BARRA

Itaúnas - de itá-una, a pedra preta, ferro, minério (praia).

Taquara - de tá-quara, a haste furada, ou oca.

CONCEIÇÃO DO CASTELO

Angá - de ang-á, a afeição, a ternura, o rogo. Como contração de angaba, significa aparição, visão, fantasma, assombração.

Indaiá - de andá-yá, amêndoas ou cocos caídos, ou que se despencam. Nome de uma palmeira, é o mesmo que inajá.

DIVINO DE SÃO LOURENÇO

Imbuí - de imbui, rio da imbuia (madeira de lei). Este nome pode, também, derivar de mboi-y, rio das cobras, ou água da cobra.

DOMINGOS MARTINS

Aracê - de ara-cê, o dia sai, ou desponta; a aurora.

Araguaia - de ará-guaya, os papagaios mansos. Nome de uma variedade de periquitos (tupi: ará-uáia, rabo de arara).

Cuité - vasilha verdadeira; cuia boa.

Paraju - de para-juba, o rio amarelo.

Perobas - de ipê-roba, a casca amargosa. Conhecida madeira usada em construções. Do tupi yperoba.

Tangará - de atá-cará, andar aos saltos, o pulador, em alusão ao costume da ave deste nome (tanagrá) brincar aos saltos, dois a dois.

Tijuca - de ty-yuca, água podre, o brejo, a lama, o charco, o paul (córrego).

DORES DO RIO PRETO

Caparaó - de cáa-apara-ó, tapada de paus tortos, ou trincheira de paus tortos para vedar a passagem (serra).

ECOPORANGA

Aimorés - de hai, dentes, mbore, pretos. Dentes pretos (serra).

Ecoporanga - beleza, boniteza. Eco, lugar onde se produz a reflexão sonora, visto a cidade estar cercada de montanhas, e poranga, variação do nome de ave nahmbu, devido à existência de muitas delas na região.

Inhambu - de y-nhã-bu, a ave que sai com estrondo, ou que surge com estrépito.

Imburama - de imb-u-rana, o imbu falso; semelhante ao imbu.

Itapeba - de itá-peba, a pedra rasteira, a laje, o penedio.

Jabuti - de ya-u-tí, aquele que não bebe, o cágado, que os índios tinham como insensível à sede, "criando-se pelos pés das árvores sem ir à água (Testudo tabulata). O vocabulário admite outra interpretação, como composto de y-abú-tí, traduzindo-se o que nada respira, ou tem fôlego tenaz. O jabuti é, no folclore indígena, o símbolo da astúcia aliada à perseverança. Manha e paciência é o que o índio vê no jabuti. São elas também as duas virtudes fundamentais do selvagem (córrego).

Joassuba - é uma fruta produzida no juazeiro, que dava no morro. Para pegá-la as pessoas tinham que subir no morro.

Mutum - do tupi mytu, mutum, ave galinácea (córrego).

Muritiba - de muri-tyba, lugar de muitas palmeiras muri. De merí-tyba, o sítio das moscas, o mosqueiro.

FUNDÃO

Timbui - de timbu-y, rio dos gambás.

GUAÇUÍ

Guaçui - de guaçu, veado; y, rio. Rio veado. Guaçu, no tupi do Sul, exprime veado. No tupi costeiro diz-se suaçu, aliás, çoo-açu, que quer dizer: a caça grande, animal de vulto. Como adjetivo, exprime grande, grosso, largo, amplo. No tupi primitivo, dizia-se uaçu. Com o contato português, apareceu a letra "g" inicial e se passou a dizer, na língua geral, guaçu, como em quase todas as palavras começadas por "u", da língua primitiva. Y, a água, o líquido, o rio, a corrente. É uma vogal gutural no tupi. Segundo o tema com que se combina, toma as formas: hy, gy, yg. E conforme as corruptelas: hu, u, cu.

GUARAPARI

Bacutiá - de bac, virar, mudar de direção; cutia, passar adiante. Mudar de direção, adiante (ponta).

Caraís  - de caraíbas, homens brancos, estrangeiros (praia).

Graçaí - de graça, agrado, atrativo, gracejo; y, a água. Água agradável (praia).

Guarapari - de guará, garça, pari, curral. Curral das garças. Armadilha de pegar garças. Bacia onde as garças se reúnem (mangue).

Guararema - de guara-r-ema, a madeira fétida; é o chamado pau d'alho (Scorododendron), com a sua casca rescendendo a alho (ilha).

Iguapé - deve ser alteração de igua-pe, rio dos musgos. No lagamar, na baía fluvial.

Itaúnas - de ita-una, pedra preta (monte).

Jabuti - São João do Jabuti. Veja em Ecoporanga (ribeirão).

Jacarandá - de y-acã-rantã, o de âmago ou cerne rijo. É árvore de madeira negra preciosa, incorruptível, de folhagem penada e flores amarelas (Machaerium sp), da família das leguminosas (rio).

Meaípe - de ubeim, torta doce; aipê, mandioca. Torta de mandioca doce (praia).

Una - de una, preto (rio).

IBATIBA

Ibatiba - de ybá-tyba, o frutal, o pomar, o sítio das frutas.

IBIRAÇU

Aricanga - de airi-canga, o coco de airi (Astrocaryum ayri, Mart.).

Ibiraçu - de ybyra-assu, árvore grande e grossa.

Piraquê-Açu - de piraquê, é alter, do tupi pira-kera, a dormida dos peixes, lugar onde dormem os peixes; assu, grande.

IBITIRAMA

Ibitirama - de ybytyr-am, o monte alto; a montanha.

ICONHA

Iconha - de y-cõia, rios unidos, rio duplo. Iconha, serra ligada à outra.

ITAGUAÇU

Itaçu - de ita-gassu, pedra grande.

Itaguaçu - de ita-guassu, pedra grande, pedra furada que serve de âncora às embarcações.

Itaimbé - de itá-aimbé, a pedra afiada, o penedo pontiagudo.

ITAPEMIRIM Caxangá - nome primitivo de Itapemirim. De caá-sanga, mato espraiado, porém sanga não é termo tupi; caxangá nada mais é que nasalação de acajacá, nome de um cedro brasileiro. Observação: nada tem a ver com o topônimo, e sim uma homenagem à família Freitas Caxangá, que ergueu uma pequena capela em sua propriedade, conhecida como Fazendinha.

Itaipava - de itai-paba, a estância ou pouso de pedregulho, e banco de seixos ou de cascalhos, formando travessão no leito dos rios.

Itaoca - de itá-oca, a casa de pedra, a caverna, furna ou lapa.

Itapecoá - de ita-pycuá, concha bivalente.

Itapemirim - de itapé-mirim, a laje pequena, a lajinha. Caminho pequeno de pedra.

Jacarandá - de jacarandá, árvore da família das bignoniáceas.

Suruí - alteração de sururu-y, rio dos sururus.

Sururu - de coó-rurú, o bicho úmido ou encharcado. O sururu é mexilhão que vive apinhado e metido na lama do mangue, onde denuncia a sua presença pela água que verte (praia).

ITARANA

Itarana - de ita-rana, espécie de filito ou rocha fragmentária.

IÚNA

Irupi - de eirub-y, rio do enxame de abelhas. Irupi, por si ou por ele ou ela.

Iúna - de y-una, rio pardo, rio preto.

Uberaba - de y-beraba, a água brilhante, clara, transparente, cristalina. Rio brilhante.

JAGUARÉ

Jaguaré - de jaguaré, homem cruel, homem selvagem (entre os tupinambás). O primeiro nome ao lugarejo foi Lagoa do Jaguaré, ligado à existência de um capim que contornava a lagoa, na época. Depois que a lagoa secou, o local passou a ser chamado somente de Jaguaré.

Jirau - de jurá, estrado, armação.

Jundiaí - de yundiá-y, o rio dos jundiás. Jundiá, de yu-ndi-á, a cabeça armada de barbatanas. É o peixe d'água doce Platystoma spatula (córrego).

Macuco - de ma-cú-cú, a coisa de muito comer, ou muito bom de comer; alusão ao físico da ave deste nome, a qual... "tem no peito mais titelas que dois galipavos" (lagoa).

LINHARES

Humaitá - do guarani humbá-etá, muitos animais domésticos, onde há criação de animais domésticos. Mbaitá — o papagaio pequeno, também conhecido por maitaca.

Ipiranga - de y-piranga, rio vermelho (praia).

Japira - de y-apyra, cabeceira de rio, o princípio do rio.

Juparanã - de juiparanã, rio das rãs. Lagoa à margem esquerda do rio Doce. De yu, espinho, paranã, grande água, mar. O mar de espinhos.

MARATAÍZES

Marataízes - de mara-tahy, canais do mar. Mará, mbra, bará, mar e tahy, canal, braço de rio. São lagoas ligadas ao mar por canais. O topônimo Marataízes é muito expressivo. Diz do escoamento para o mar das águas de chuva; o terreno fora sulcado de distância em distância em forma de canais.

MIMOSO DO SUL

Itabapoana - de itabapoana, pedra levantada, pedra suspensa.

MUCURICI

Itabaiana - de ita, pedra, e baiana. Baiana de pedra.

Itamira - de ita, pedra; myra, gente, figura de gente de pedra.

Mucurici - de mucuri-sy, sementes de mucuri; ou seria: mucuri-yssy, fileiras, renque de mucuris. Mucuri, nome de uma planta da família das gutíferas.

Mucury - de mocur-y, rio das mucuras ou gambás (Dydelphis).

MUNIZ FREIRE

Itaici - de ita, pedra, ici, cortada. Pedra cortada. Ou itá-yssy, fileira de pedras.

MUQUI

Camará - de caá-mbrá, planta variegada, a planta de folhas de várias cores. Espécie de madeira de lei.

Muqui - de mbiqui, a ponta de lança, significa também o uropígio, o assento, ou traseiro. De mycui, espécie de pequeno carrapato. Obs.: Muqui já se chamou São João do Lagarto, lugar onde morreram os remanescentes dos índios puris, ou coroados.

NOVA VENÉCIA

Cricaré - antigo nome do rio São Mateus, segundo Teodoro Sampaio, é o nome de uma planta. De kiri-kerê, o que é propenso a dormir, o dorminhoco. Nome que davam os índios a uma planta mimosácea, como a sensitiva. Esta denominação provém de curukeré, nome de larva de um himenóptero que ataca o algodoeiro.

Guararema - de guara-r-ema, a madeira fétida; é o chamado pau-d'alho (Scorododendron), com a sua casca rescendendo a alho.

PANCAS

Ubá - de ybá, contração de yba-á, o que se colhe da árvore, o fruto. Também significa canoas, mas das fabricadas com casca de árvores (córrego). U-mba-ia, canoa feita de um só tronco, escavada com fogo.

PIÚMA

Agha - quer dizer "monte de ver Deus".

Itapetinga - de itapé-tinga, a laje branca, a chã de pedra branca.

Gambá - de gambá, o ventre aberto, a barriga oca por causa da bolsa onde cria os filhos (ilha).

Piúma - de Py-uma, a epiderme ou casca anegrada, escura. É uma mirtácea de fruto preto, redondo. Segundo historiadores e moradores mais antigos, existe uma versão quanto à origem de seu nome: afirmam que vem da língua tupi, ipiuna, que significa água preta ou água escura, que é a coloração das águas de seu rio. Quanto à peuma, significa genro, mas nada tem a ver com o topônimo. Este nome teria sido corruptela de pé-una, caminho preto, caminho escuro.

PRESIDENTE KENNEDY

Caeté - de caá-etê, a mata real, constituída de árvores grandes, a mata virgem; a folha larga (córrego).

Gibóia - de gihi-boy, a cobra de rãs; o ofídio que se alimenta de rãs.

Marobá - de marupá, nome de uma árvore da família das simarubáceas (praia).

SANTA LEOPOLDINA

Jiquitibá - de yikí-t-ybá, o fruto de jiqui, isto é, fruto com a forma de covo. O fruto de jiquitibá é pequeno e afunilado à semelhança de um jiqui.

Mangarái - de mangará-y, rio dos mangarás (planta da família das aráceas). Mangará, de mã-cará, o tubérculo ou raiz de montão. Uma espécie de Caladium.

SÃO JOSÉ DO CALÇADO

Airituba - de ayri, nome de uma palmeira de pequeno porte, e tyba, sítio. Palmeira em abundância, sítio de palmeiras. Palmital.

SÃO MATEUS

Itaúna - de itau-una, a pedra preta; o ferro, o minério.

Curiri - de cuyri-ry, o rio dos bagres (praia).

SERRA

Carapebus - de acarapb-û, as carapebas escuras (o acará miúdo inferior).

Carapina - de carapin, tirar a casca grossa; descascar, lavrar. Como Adjetivo: aparado, cortado curto, breve. Marceneiro pouco hábil.

Jacunê - o jacu fétido ou catinguento (praia, lagoa).

VIANA

Araçatuba - de araça-tyba, o sítio dos araçás, onde há araçás em abundância. Araçazal.

Itapoca ou Itaboca - de itá-boca, a pedra furada; o penedo solapado; a lapa, a caverna.

Jucu - jucu, espécie de canela brasileira.

Perobas - de ypê-roba, a casca amargosa (Aspidosperma) (córrego).

VILA VELHA

Aribiri - de arabé-r-y, o rio das baratas, ou dos lambaris.

Itapoã - de ita-poâ, a pedra erguida, o penedo levantado (praia).

Itatiaia - de ita-tiâi, o penhasco cheio de pontas; a crista eriçada (ilha).

VITÓRIA

Boi - de mboi, boya, cobras, serpentes (ilha). Obs: a Ilha do Boi tinha criação de gado e funcionou como local de quarentena para os navios que chegavam da Europa na época da gripe espanhola.

Boipeba - de mboy-peba, a cobra chata; a que tem a propriedade, quando acuada, de se achatar. Rio que de-ságua no Santa Maria.

Camburi - de camury, robalo, ou camby-r-y, o rio de leite, isto é, de espuma branca.

Carahipe - de caraí-y-pe, o rio dos caraís, ao norte da ponta do tubarão. Carahi, uma espécie de símio.

Carapebus - de acarapeb-û, as carapebas escuras. Acarapebas, o acará miúdo, interior. Ribeirão na ponta do Piraem.

Carapina - de carapin, tirar a casca grossa, descascar, lavrar. Como adjetivo, aparado, cortado curto, breve.

Itapeboçu - de itapeb-uçu, a laje grande; o lajeado (morro na Praia do Suá).

Inhanguetá - variação de anhanguitá, do tupi, diabo, alucinado. Pedra do diabo (bairro entre Santo Antônio e São Pedro).

Jaburuna - de jabiru, espécie de pássaro, una, preto. Pássaro preto (morro).

Jucutuquara - de jucuacoara. Sem dúvida quer dizer buraco da ponta. Com efeito, coara significa, certamente, buraco; jucutu, cutuca por golpe de uma pedra.

Maricoré - de mairy-coré, cidade recente, cidade nova. Rio que deságua no Santa Maria.

Piraém - de Pirá-ee, peixe salgado (ponta ao norte da de Tubarão). De Pira, peixe, hem, lugar, abundante.

 

Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 19/08/1999
Autor(a) do texto: J.W.Emery de Carvalho
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz    
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2016

História do ES

Engenhos de açúcar no ES

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O texto abaixo é transcrito do que é considerado o primeiro livro sobre o Brasil. Em 1576, em Lisboa, Pero de Magalhães de Gândavo imprimiu as páginas de sua História da Província de Santa Cruz (um dos primeiros nomes do Brasil) no mesmo local onde foi editado os “Lusíadas”.

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