Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Obra de arte que vem do barro

Paneleiras - Fonte: Jornal A Tribuna 08.09.2001

Paneleiras – uma das mais antigas expressões culturais capixabas. À primeira vista, esse trabalho poderia até ser motivo de preconceito, mas em pouco tempo passou a ser considerado quase que uma obra de arte. A confecção das panelas de barro, feita pelas paneleiras de Goiabeiras, é uma tradição secular herdada dos indígenas e que hoje é, sem dúvida, uma das mais antigas e importantes manifestações culturais capixabas.

A arte das paneleiras é a fonte de renda de mais de 100 pessoas, que diariamente se concentram no galpão da Associação das Paneleiras de Goiabeiras, criada em março de 1987, e nos quintais de muitas moradias para confeccionar as panelas.

A confecção dos artefatos em Goiabeiras, segundo as próprias paneleiras, é uma atividade estritamente familiar e que vem passando de geração para geração. As paneleiras mais velhas geralmente têm domínio completo de todas as etapas da confecção das panelas.

As mais jovens, por inexperiência, só executam algumas estapas do processo. A presidente da Associação, Benenice Corrêa, explicou que, para confeccionar as panelas, são utilizados diversos elementos naturais e artificiais, além de procedimentos técnicos específicos.

A argila, por exemplo, é extraída de um barreiro do Vale do Mulembá, no bairro Joana D’Arc, em Vitória. Com o material em mãos, tem início a confecção das panelas propriamente ditas.

O processo inclui amassar o barro, moldá-lo com as mãos, passar a cuia de coco, alisar com faca, secar e acertar o fundo. Pensa que acabou? Ainda não.

É preciso também retirar o excesso, secar de novo, raspar com pedra de rio para polir, queimar no fogo, pintar com tinta preparada com casca de mangue roxo e bater com vassourinha selvagem.

A jornada de trabalho, segundo Benenice, é bastante irregular. Varia conforme a demanda. Não há também uma política de preços definida. Os valores podem ir de R$5,00 a R$30,00, ou mais, conforme o tamanho da peça ou da quantidade encomendada.

O faturamento mensal não é grande, mas quando as vendas estão aquecidas pode chegar a R$ 500,00. A comercialização das panelas é feita diretamente pelo galpão da associação, nas lojas de artesanato e nos postos de informações turísticas.

Restaurantes do Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Brasília também fazem encomendas e compram as peças produzidas pelas paneleiras de Goiabeiras.

Vale destacar que agora a panela de barro capixaba traz o Selo de Qualidade das Panelas de Barro, que identifica o artesanato típico produzido em Vitória.

 

Fonte: Jornal A Tribuna, 08/09/2001
Autora: Márcia Branki
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2015

Curiosidades

Areias de Guarapari viraram bomba

Areias de Guarapari viraram bomba

Areia monazítica explorada em Guarapari foi exportada e usada pelos Estados Unidos na fabricação de bombas

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Praias - As 10 mais frequentadas por Eurípedes Queiroz do Valle

Iriri. Deriva de reri ou riri, ostras, mariscos que se encontra em toda costa espírito-santense. Irirí vem a ser portanto local onde há abundância de ostras

Ver Artigo
O Liceu: uma fábrica que virou escola - Por Gabriel Bittencourt

Assim nasceu o Liceu, no prédio da fábrica de papéis, na rua Moreira nº 170, depois do desmonte e alienação do maquinário daquele empreendimento industrial

Ver Artigo
Barra do Jucu – Por Seu Dedê

No ano de 1886, administrada pelo doutor Antônio Athayde, foram feitos os reparos, sendo a obra dividida em três lances unidos por um aterro

Ver Artigo
Lembranças, Presentes e Souvenires do ES - Os 10 mais curiosos (1971)

Biscoitos Alcobaça.  São produtos da Fábrica Alcobaça, de propriedade da firma “Rami­ro S.A. Indústria e Comércio”, instalada no Município de Espírito Santo (Vila Velha), com depósitos em Vitória

Ver Artigo
Características Naturais do Espírito-Santense - Por Eurípedes Queiroz do Valle

1) A saudação. Trata-se de uma exclamação de cunho amistoso, usada para saudar amigos e conhecidos. É representada por um “Ei!” pronunciado com uma en­tonação especial de voz

Ver Artigo