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Personalidades do Espírito Santo - João Pedro Zanotti

João Zanotti

Vencer na vida sempre foi o objetivo principal de qualquer ser humano. Nem sempre uma pessoa crê, sonha e realiza as coisas da mesma forma. Uns pensam de um jeito e alguns de modo diferente. O trabalho é a fonte natural de todo anseio do homem. Valorizá-lo e obter recompensas é a meta de todos. Por isto Leon Tolstoi afirmou: SE NÃO PROCURARES SENÃO A RECOMPENSA, O TRABALHO VAI PARECER-TE PENOSO: MAS, SE APRECIARES O TRABALHO POR SI MESMO, NELE PRÓPRIO TERÁS A TUA RECOMPENSA.

Acreditamos que esta seja a concepção de vida de um homem simples, o Sr. JOÃO PEDRO ZANOTTI, para quem o dinheiro é importante, na medida em que produzido pelo trabalho honesto, garante a sobrevivência e permite ao cidadão cumprir com dignidade as suas obrigações.

O Sr. JOÃO PEDRO ZANOTTI considera-se um homem perfeitamente recompensado.

Filho de David Zanotti e Bárbara Dalleprane Zanotti, ele nasceu em 24 de fevereiro de 1905, em “Suíça”, Município de Santa Leopoldina, cujo cenário ainda empolga suas recordações cheias de saudades, especialmente dos pais que ele considera terem sido os seus “melhores amigos”.

Quando JOÃO ZANOTTI, tinha 10 anos, a sua família transferiu-se para Sobreiro em 1915, indo habitar uma propriedade explorada por escravos, inteiramente abandonada há vários anos.

Em meio às ruínas e solidão iniciou-se o paciente trabalho da família Zanotti cuja recompensa não lhe seria negada por Deus. Todos trabalharam então no plantio e colheita de café e cereais. A fazenda progrediu e JOÃO PEDRO ZANOTTI, que desde cedo demonstrava possuir nato tirocínio comercial, é encarregado de tomar conta da Casa Comercial criada pelos pais.

Em 18 de fevereiro de 1928, ele casou-se – por amor – com PALMIRA COZER, da tradicional família de Valério Cozer, residente em Itaguaçu. Segundo JOÃO PEDRO ZANOTTI, na sua época o casamento trazia muita felicidade porque se casava amando de verdade e não por interesse como hoje. Havia uma sincera intenção de consolidar o ato que Deus abençoou.

Da união de JOÃO com PALMIRA COZER nasceram os seguintes filhos: Nair, Waldir (falecido), Jair, Delair, Moacir e Altair.

Casado, JOÃO PEDRO ZANOTI, transferiu-se com a mulher para Itapina, Município de Colatina, onde organizou uma sociedade comercial com Dionízio Castiglione. Depois de três anos ele transferiu-se para Vitória, no dia 21 de março de 1942. Depois de ter dissolvido a sociedade com Dionízio Castiglione se fez sócio de João Pertensen, em Baixo Guandu, na lapidação de pedras semipreciosas.

Depois da II Guerra Mundial, não mais interessado no mercado de pedras semipreciosas, JOÃO PEDRO ZANOTTI muda o rumo de sua atividade, fundando com os filhos uma firma exportadora de café. Durante vários anos atuou nesta atividade, alcançando os primeiros lugares, no Estado, em volume de café exportado. Por este motivo foi considerado um dos maiores colaboradores da economia estadual, aumentando o mercado de trabalho em Vitória.

Todavia, a chama do trabalho que despertara em JOÃO PEDRO ZANOTTI uma vocação nata para produzir riquezas, haveria de conduzi-lo para outro ramo: o da indústria, no qual ingressou, instalando com seus filhos, na região da Grande Vitória, a “Refrigerantes Zanotti S/A”, da qual são os maiores acionistas.

Em seguida partiu para a metalurgia e siderurgia, instalando empresas do porte da, METALPEN – Metalúrgica Nossa Senhora da Penha, com uma produção de 1.500 toneladas de produtos acabados. A ela juntou-se a Siderúrgica de Caçaroca, produzindo aproximadamente 4.000 toneladas mensais de ferro-gusa destinado ao mercado nacional e internacional. A Aciaria que foi projetada para funcionar em Caçaroca tornou-se um dois mais arrojados empreendimentos do grupo.

JOÃO PEDRO ZANOTTI fundou ainda a Florestal S/A que abrange vasta área de terreno destinado ao reflorestamento.

No setor privado do Estado, ele se tornaria um dos empresários do mais alto gabarito, por sua capacidade indiscutível, por sua fé nos destinos do seu trabalho, por seu amor ao Espírito Santo e pelo exemplo de abnegação e coragem que transferiu a seus filhos.

Criado na escola prática do civismo e da honestidade, JOÃO PEDRO ZANOTTI não esconde fatos pitorescos de sua vida, separando o homem simples do empresário realizado, fazendo questão de dizer que foi alfabetizado na própria fazenda dos pais e que era sempre chamado para tocar concertina, por ser excelente instrumentista, nos casamentos e festas, que povoam ainda hoje suas lembranças e suas saudades.

Um orgulho que guarda com justificado carinho, o fato de ter sido eleito para a cadeira de Vereador à Câmara Municipal de Itaguaçu.

Dentre as gratas recordações do passado, não esquece o modo como conheceu sua esposa dona PALMIRA. Ela vinha a cavalo ou de bicicleta da Fazenda Boa Sorte, fazendo crepitar a chama da paixão no coração do seu futuro marido. Muitas vezes em seus devaneios ele ainda vê sua “namorada” em seus passeios em meio aos raios de sol das manhãs puras do interior do Estado.

Pouca gente sabe, mas JOÃO PEDRO ZANOTTI tem um “hobby”: pintar sua casa e cuidar do jardim.

Este homem que teve muita luta e muito trabalho para chegar à estabilidade econômica, tem muita coisa para deixar para a futura geração dos Zanotti, da qual muito se orgulha, não apenas dos filhos já citados, mas dos genros Clóvis Rezende, das noras Claudina, Nilcéia, Marlene, Leocárdia e Arinete, dos netos Regina, Kátia, Rosana, Jairzinho, Patrícia, Angelita, João Talma, João Henrique, Moacyr, Eugênio, Maria Palmira, Paulo Valério e Pollyanna.

JOÃO PEDRO ZANOTTI conhece todos os países da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Canadá e todos os países da América do Sul.

Quando alguém lhe pergunta que conselho daria à juventude atual ele diz com sua profunda e sábia experiência: “Que deixem de fumar e não andem com más companhias, combater o vício dos tóxicos, lutando por um lugar ao sol como cidadãos respeitados”.

“Ele foi agraciado com os títulos de “Cidadão Vitoriense”, “Itaguaçuense”, tendo recebido a medalha de honra ao mérito do Rotary Clube Cariacica – Vila Velha e possui o grau de Comendador.

Profundamente apegado a sua família, sentindo-se realizado em todos os campos da vida, JOÃO PEDRO ZANOTTI mostra-se feliz em poder ser útil à Comunidade. Poucos homens talvez possam se orgulhar de ter vindo de um passado humilde, ter alcançado patamares tão elevados na concretização de seus ideais.

Mesmo assim ele não se envaidece, sabe que sem a ajuda de Deus no qual sempre confiou, no espírito de luta e de trabalho que sempre o motivaram a buscar o êxito de suas realizações, as oportunidades que surgiram e ele soube aproveitar, os amigos que lhe sempre foram fiéis, na medida em que sempre os retribuiu, jamais teria vencido.

Com profundo sentimento de gratidão, JOÃO PEDRO ZANOTTI, em suas orações, dirige-se ao Todo-Poderoso, pedindo que reserve aos seus descendentes um Mundo ainda melhor, em que possam frutificar os exemplos de trabalho, de honradez e de honestidade que irá deixar.

 

Fonte: Personalidades do Espírito Santo. Vitória – ES. 1980
Produção: Maria Nilce
Texto: Djalma Juarez Magalhães
Fotos: Antonio Moreira
Capa: Propaganda Objetiva
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2020

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