Pratos Típicos da Cozinha Capixaba - Torta Capixaba
A “Torta Capixaba”. Tem a forma comum de uma fritada. É constituída de mariscos e de palmitos. Estes mariscos são de preferência, camarões, caranguejos, ostras, siris e mexilhões. Seu preparo requer uma “técnica” especial. É servida, em regra, fria e em fatias. Trata-se de prato que o espírito-santense não dispensa à mesa nos dias da Semana Santa. Velha tradição que ele conserva. As antigas famílias não se esquecem, nesses dias, de enviá-lo aos parentes e amigos ausentes. Sendo prato “enxuto” e seco, fácil é o seu condicionamento e transporte, até por aviões. Para as leitoras curiosas, vamos transcrever aqui uma das receitas mais conhecidas para o seu preparo. “Os mariscos devem ser frescos. Depois de limpos, cozidos, desfiados e espremidos (ou passados à máquina), faz-se à parte, o tempero. Este deve conter alho, coentro, azeite doce, limão, cebola e (querendo) umas pimentinhas malaguetas. Para completá-lo, é aconselhável um pouco de cravo socado, cominho e pimenta do reino. Esse tempero deve ser cozido na banha (ou toucinho derretido), com bastante azeite doce e em frigideira de barro, o que é essencial. Assim preparado mistura-se com os mariscos, tendo o cuidado de adicionar um pouco de peixe salgado desfiado para o efeito de “enxugar” e “ligar” a massa. A falta de peixe salgado pode ser substituída pelo bacalhau. Em seguida, mexe-se tudo muito bem, deixando-se secar ao fogo brando a água que, acaso, ainda “chore” dos mariscos. Depois de tudo cozido, enxuto e seco, põe-se azeitonas e, conforme o tamanho da torta, batem-se 6, 12 ou 18 ovos, parte dos quais se mistura à massa e com a parte restante, cobre-se a mesma. Para arremate, enfeita-se com rodelas de ovos cozidos, cebolas, azeitonas, enquanto ainda sob a ação do fogo, até ficar coradinha. Esta receita pode ser simplificada desde que não se obtenha, no momento, mariscos frescos. Estes podem ser substituídos por bacalhau, peixe desfiado e camarões.
Fontes de estudo: “A Alimentação como Fonte de Saúde”. Américo Monjardim. Vitória. 1936. “A Cozinha Capixaba”. Profª Teresinha Coutinho de Queirós. Ed. Artes Gráficas. Vitória. 1921 (Folheto de 52 páginas, contendo 36 receitas de pratos típicos espírito-santenses, hoje raríssimo). Leobaldo Bento. “Como se Come em Vitória”. Reportagem de “A Tribuna”. Ed. de 17-6-1935. “A Inspeção Médico-Escolar e a alimentação. Dr. Osvaldo Goulart Monteiro. Vitória. 1920.
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Fonte: O Estado do Espírito Santo e os Espírito-santenses - Dados, Fatos e Curiosidades (os 10 mais...) - 4° Edição (Reedição da 3ª ed. de 1971)
Autor: Eurípedes Queiroz do Valle
Compilação: Walter de Aguiar Filho, Julho/2022
Foto Ilustrativa: Capturada no site do IPHAN
Autor da Foto: Humberto Capai - www.usinadeimagem.com.br
Seu preparo requer uma “técnica” especial. Trata-se de prato que o espírito-santense não dispensa à mesa nos dias da Semana Santa
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