Recordações da Praínha

Vendo uma foto datada de 1917 – a qual não conseguimos localizar mais – observamos o seguinte:
a) As palmeiras, que para muitos seriam centenárias, não aparecem na foto. Ao que tudo indica, as tais palmeiras teriam sido plantadas na década de 1920, beirando, no máximo, os oitenta anos de idade. Das doze plantadas originalmente sete foram substituídas por outras do mesmo gênero pelo quase canela-verde Silmo Rodrigues, zeloso pelas coisas e pela história da cidade.
b) A mesma foto testemunha a existência, na época, de um chafariz público que naturalmente atenderia aos moradores daquela área, na mesma praça em que se encontra o monumento em homenagem à Marinha do Brasil, construído o busto do almirante Tamandaré e de uma antiga âncora pertencente a um navio de guerra.
c) Outra observação que fizemos ao analisar com mais cuidado a foto foi o posicionamento das casas antigamente. Assim como nas poucas ainda existentes em Vila Velha, podemos observar na foto que todas ou quase todas tinham a fachada no alinhamento da rua. É de se imaginar que observar a rua e os transeuntes era um bom passatempo naquela época. As notícias corriam de boca em boca e através de pequenos jornais semanários ou mensais, folhetins, ou mesmo de textos anônimos espalhados na calada da noite, sob portas, para assuntos mais sigilosos, principalmente de cunho político. O disse-me-disse das comadres às vezes era mais rápido do que os comunicados da imprensa. O debruçar-se na janela ou chegar-se a ela ensejava o papo.
A conversa, sem dívida, era o melhor meio de comunicação de nossos antepassados, que ainda não contavam com os meios que hoje conhecemos, como rádio, a televisão e tantos outros.
Nota do Site 1: A foto em que o autor não mais localizou, nós do site conseguimos e estamos mostrando as palmeiras imperiais recém plantadas.
Nota do Site 2: Segundo Gether Lima, as palmeiras foram plantadas em 1912 na administração do prefeito João Thomaz Macieira de Souza, seu bisavô.
Autor: José Anchieta de Setúbal
Fonte: Ecos de Vila Velha, Vila Velha - 2001
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2011
GALERIA:
Trata-se de um imponente maciço de granito que separa a Prainha da pequena Praia de Inhoá
Ver ArtigoNo ano de 1912 residiu sobre uma pequena colina o Comendador Evaristo Pessoa e dizem que pouco mais além, na linha do mar, foi construída a primeira fábrica de sabão do Estado
Ver ArtigoEntre o Cais das Timbebas e o Exército, de frente para a subida do Convento da Penha (ladeira das 7 voltas), havia uma pequena, linda e bucólica praia conhecida como Praia das Timbebas
Ver ArtigoNo local foi enterrado o primeiro donatário da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho. Tudo leva a crer que esse foi o primeiro cemitério de Vila Velha
Ver ArtigoA Enseada da Prainha, onde aportou Vasco Fernandes Coutinho, está se transformando em imenso aterro, sem qualquer objetivo técnico ou interesse estético
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