Repartições Públicas na Província – Por Serafim Derenzi

Com riqueza ou sem ela, as Províncias precisavam de repartições públicas para que a administração se exercesse. Assim, o Espírito Santo foi aos poucos ganhando dependências ministeriais.
A CAPITANIA DOS PORTOS foi instalada em 1856 e o primeiro titular, Capitão de Fragata Francisco Luís da Gama Rosa, se integrou de tal modo na comunidade capixaba que mereceu do povo lhe tomassem o nome para uma rua da cidade. Foi provedor da Santa Casa, de grande mérito, e a irmandade administradora o homenageou, inaugurando-lhe o retrato ao lado das de Francisco Alberto Rubim e Luiz Antônio, fundadores da benemérita instituição.
A navegação costeira recebeu, para protegê-la, na ponta do Morro Moreno, o Farol da Barra, em 1870, embora os estudos e escolha do local tenham sido levantados em 1848.
TELÉGRAFO — Cesar Rainville, engenheiro do Ministério de Obras Públicas, foi mandado estender linhas telegráficas para o Norte do Brasil. O trecho espírito-santense, um dos mais difíceis da costa, foi iniciado em 1871 e inaugurado festivamente pelo Presidente da Província, Horta Barbosa, em 11 de fevereiro de 1874. A cerimônia terminou com solene copo d’água, servido no Hotel de. Europe. Bons tempos!
CAIXA ECONÔMICA — Em 5 de setembro de 1874, o Presidente da Província foi autorizado a emprestar a importância de vinte contos de réis para que a Caixa Econômica iniciasse suas operações de penhores. Os cofres provinciais não suportaram o embate. Recorreu-se ao negociante Francisco Pinto de Oliveira.
BIBLIOTECA PÚBLICA — A Biblioteca Pública do Estado teve origem na doação de 400 volumes feita por Brás Costa Rubim, enviando-os do Rio de Janeiro, onde residia. O Presidente Evaristo Ladislau da Silva, aceitando a oferta, em 21 de março de 1853, nomeia comissão numerosa para organizar a Biblioteca. Coube ao Dr. Sebastião Machado Nunes, em 16 de julho de 1855, inaugurá-la, em uma sala do Palácio onde nem móveis havia. A Assembléia votou auxílio de cem mil réis por três anos. Em 1859, contava novecentos volumes. Eliseu de Souza Martins a reestruturou em 1880: já tinha 2.000 volumes.
MERCADO — O primeiro mercado foi mandado construir em 1871 pelo Presidente Francisco Corrêa. O projeto é de autoria do Engenheiro Manoel Moniz Freire. A obra custou 27:059$790. Era um prédio de pedra e cal, com três alas, em U, com área interna e alpendres. Foi demolido em 1926. O Banco do Espírito Santo construiu, no mesmo terreno, um prédio em concreto armado que não chegou a concluir por embargo do Domínio da União. Em 1929, transformou-se o local em praça para estacionamento de veículos. Teve o apelido de "praça das salsichas" devido à forma singular de seus refúgios. A União construiu, em 1934, o edifício dos Correios e Telégrafos, ocupando todo o perímetro da efêmera praça João Pessoa, nome que lhe haviam dado os patriotas de 1930.
ESCOLA DE APRENDIZES DE MARINHEIROS
A maior ameaça, que se podia fazer a um menino malcriado, era dizer-lhe que seria mandado para a Escola de Aprendizes de Marinheiros em Piratininga, Vila Velha, no antigo forte S. Francisco Xavier, tal o rigor disciplinar daquele instituto da Marinha de Guerra. Fundado em 8 de fevereiro de 1861, teve como primeiro comandante o Cap. Tenente Carlos Augusto Vitória.
ESCOLA NORMAL
Coube ao Dr. Eliseu de Souza Martins, em 1879, quando Presidente da Província, a construção da Casa da Instrução Pública, hoje Escola Pedro II, cujo edifício deve sua reconstrução e aumento ao Dr. Jerônimo Monteiro. Até o advento da República, foram estes os edifícios construídos ou repartições instaladas em Vitória. Não primaram nem pela arquitetura, nem pela solidez.
Fonte: Biografia de uma ilha, 1965
Autor: Luiz Serafim Derenzi
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2017
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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