Rua Professor Baltazar (ex-ladeira da Várzea)
Das ladeiras que ligavam a cidade baixa à cidade alta, seria essa a mais inclinada e estrita (teria de largura pouco mais de quatro metros), com sobradinhos de ambos os lados, pintados cada qual de uma tonalidade: — eram verdes, marrons, cor de anil, de abóbora, amarelos, tal os conheci, quando menino. Essas construções resistiram até os anos 30, sendo demolidas por ordem do prefeito Américo Poli Monjardim, para alargamento da artéria, que, com a nova pavimentação, o calçamento anterior era pé-de-moleque, ganhou aspecto diverso do de antes, ali se construindo boas residências, agora já substituídas por edifícios.
A ladeira da Várzea, como era chamada pelos mais velhos, data dos fins do século XVII.
Por volta de 1820 a 1830, jovens vitorienses se dedicavam à tecelagem, existindo na ilha alguns teares, sendo três os principais: — "Um, do Silva, na Ladeira da Várzea e dois, na mesma ladeira, que pertenciam aos irmãos chamados Velhos Batistas." Dentre as habilidades do sergueiro Eustórgio, ali domiciliado, destacavam-se as borlas e galões, de grande utilidade para os eclesiásticos.
Nos anos 30, seus moradores eram, se bem me lembro, pessoas modestas, empregados municipais, costureiras, até biscateiros, com roupas secando nas janelas, de onde se viam latinhas com cravinas ou pés de arruda.
Porque fosse o terreno muito inclinado, a criançada da Cidade Alta se reunia, sempre à tardinha, aos meninos ali residentes, e, sentados em carrinhos de carritilhas, se despencavam morro abaixo, disputavam corridas, levavam tombos, brigavam, numa zoeira de quebrar o silêncio de toda vizinhança.
Rescala, pintor de talento, expondo em Vitória em 1938, teve a oportunidade de retratar fielmente a ladeira, estando esse seu trabalho no Palácio Anchieta, tendo antes pertencido ao acervo da Pinacoteca Municipal.
Presentemente, a Rua Professor Baltazar se estende da ladeira, que começa na José Marcelino, até a Graciano Neves, dispondo de comércio ativo.
O patrono dessa artéria, Baltazar Antônio dos Reis, foi nomeado, a 16 de julho de 1853, primeiro professor de música da província. Formou uma orquestra, com que animava as festas religiosas e populares da cidade, tendo abrilhantado, em 1860, a recepção de Dom Pedro II, no cais das Colunas, com sua banda. Faleceu em Vitória, a 14 de julho de 1882, aos sessenta e dois anos de idade.
Fonte: Logradouros Antigos de Vitória, 1999
Autor:Elmo Elton
Compilação: Walter de Aguiar Filho
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