Rua São João Gonçalo – Por Elmo Elton
Começa na Praça João Clímaco e termina no adro da igreja de São Gonçalo. Teve calçamento pé-de-moleque até princípios da década de 30. Não dispunha de casas, de ambos os lados, mas de muros de gradis de imóveis que lhe davam fundos, sendo ali recentemente construído um edifício de doze andares, quase fronteiro ao referido templo. Não contava, até os anos 40, com movimento de pedestres nem de tráfego de veículos. Hoje, já que vizinha ao prédio da Assembléia Legislativa, serve de ponto de estacionamento de carros, a maioria de propriedade de deputados e de moradores da redondeza.
Em decorrência da demolição da igreja de São Tiago, no governo de Jerônimo Monteiro, a sede paroquial foi transferida, a 10 de novembro de 1911, para aquele templo, sendo que, em 1918, com a demolição da velha matriz, para a construção da Catedral, também os ofícios religiosos se transferiram para ali, provisoriamente.
A igreja de São Gonçalo, embora pouco espaçosa, passou a acolher os fiéis, em maior número, nela se celebrando missas diárias, as de domingo contando sempre com a presença da melhor sociedade vitoriense. As procissões de Nossa Senhora da Boa Morte e da Assunção, saídas, a primeira às sete horas da noite de 14 de agosto e a segunda às cinco da tarde, do dia seguinte, eram concorridíssimas, realizando-se, então, ao lado do templo, animadas quermesses. Essas procissões ainda saem, o trajeto se tornou menor, com reduzido número de acompanhantes, diferenciando-se, portanto, das de antigamente.
A igreja foi consagrada a São Gonçalo Garcia, a 2 de novembro de 1766, com a presença do Visitador Diocesano padre Antônio Pereira Carneiro, vigário colado de Santo Antônio dos Campos, e do então vigário de Vitória, padre Antônio Xavier, sendo esta a disposição das imagens no altar-mor: Nossa Senhora da Assunção, ao centro; São Gonçalo Garcia, abaixo; Nossa Senhora do Amparo, à direita (Evangelho); Nossa Senhora do Rosário, à esquerda (Epístola); tudo de acordo com a Provisão firmada pelo citado Visitador, em nome de Dom Antônio do Desterro, tendo o templo se chamado, antes, capela da Assunção e do Amparo. Atualmente, tal disposição de imagens já é outra, ostentando aquele altar, também, as de Santo Inácio de Loiola e de São Francisco Xavier, ambas oriundas da igreja de São Tiago. Datam do século XVII, merecem ser vistas, já que foi por elas que o SPAHN se decidiu pelo tombamento do templo.
De uns anos para cá, esta artéria se movimenta em noites de casamentos, já que se tornou conhecida, segundo crença popular, como "a igreja dos enlaces duradouros e felizes", nela funcionando, ainda hoje, a quase três vezes centenária Venerável Arquiconfraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção. Esta irmandade foi fundada em 1707, com designação de Nossa Senhora do Amparo e Boa Morte, sendo que, em decorrência de divergências entre seus membros, passou, em 1858, a denominar-se Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção, recebendo, a 15 de agosto de 1932, por determinação de Dom Benedito Paulo Alves de Souza, os privilégios concedidos às arquiconfrarias, na forma do Cânon 701, do Código do Direito Canônico.
São Gonçalo Garcia nasceu em 1200, na aldeia de Arriconcha, Termo de Guimarães, Portugal, tendo falecido em 1259 (ou 1260?).
Fonte: Logradouros antigos de Vitória, 1999 – EDUFES, Secretaria Municipal de Cultura
Autor: Elmo Elton
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2017
Os primeiros moradores da região do Farol de Santa Luzia, na Praia da Costa, Vila Velha, foram...
Ver ArtigoPrimitivamente a expressão significava o habitante desse arrabalde. Passou depois a significar os que nascessem em Vitória. Hoje é dado a todo espírito-santense
Ver ArtigoPalco de batalhas ferrenhas contra corsários invasores, espaço para peladas de futebol da garotada, de footings de sábados e domingos, praças, ladeiras e ruas antigas curtas e apertadas, espremidas contra os morros — assim é o Centro de Vitória
Ver ArtigoAo arredor, encosta do Morro Jaburuna (morro da caixa d’água), ficava o Cercadinho
Ver ArtigoAtualmente, é a principal artéria central de Vitória. Chamou-se, antes, Rua da Alfândega, sendo que, em 1872, passou a denominar-se Rua Conde D'Eu
Ver Artigo