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Ouro negro movimenta a economia regional - São Mateus

O petróleo é o combustível que movimenta a economia de grande parte dos 11 municípios que fazem parte da bacia do rio São Mateus.

Com atividades em terra e no mar, a Petrobras tem uma produção estimada de 140 mil bpd (barris por dia) no Estado, grande parte dela extraída na região.

Uma equipe sísmica da empresa realizou, há exatos 50 anos, os primeiros trabalhos no Espírito Santo, na região de São Mateus. Mas a extração de petróleo não foi uma atividade fácil. Somente 10 anos depois, em 1967, é que se tem registro da primeira ocorrência do chamado “ouro negro” em terras capixabas, também no município mateense.

No ano seguinte, o primeiro poço perfurado no mar (offshore) foi registrado na costa do município. Mais adiante, em 1969, foi descoberto o primeiro campo que apresentou uma produção comercial.

Mas o “boom do petróleo” veio mesmo só em 1996, quando o Espírito Santo se colocou como expoente nacional na produção, com a descoberta do campo de Fazenda Alegre, localizada em Jaguaré, que possui o maior volume de óleo em terra do Espírito Santo.

Atualmente, a Petrobras executa trabalhos de produção e exploração no Norte do Estado, nos municípios de Linhares, Jaguaré, São Mateus, onde possui uma base operacional, e Conceição da Barra.

Para Renato Pirola, diretor do Ceunes de São Mateus, centro vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o petróleo tem um papel fundamental nas economias dos municípios que fazem parte das bacias dos rios São Mateus e Itaúnas.

“De Linhares a Pedro Canário, o litoral capixaba é rico em petróleo. Alguns municípios vêm se utilizando dos royalties para promover a criação de infra-estrutura”, avaliou.

Segundo Pirola, caso os royalties não fossem liberados, as cidades dependeriam de um tempo muito maior para promover investimentos em áreas sociais, como educação e saúde.

“O importante é que o desenvolvimento seja um aliado da sustentabilidade”, alertou.

Plantios de cana e eucalipto

Com a chegada dos grandes projetos à região da bacia do rio Cricaré, as áreas férteis passaram a ser alvo maior da atenção principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar, para produção de álcool, e do eucalipto, usado na fabricação da celulose.

De acordo com o diretor do Ceunes de São Mateus, Renato Pirola, a instalação da Disa, usina de açúcar e álcool de Conceição da Barra, e a importância que o etanol tomou com a chegada dos carros bicombustíveis ao mercado, fizeram com que as unidades de produção sucroalcooleiras da região ampliassem suas áreas.

“Os plantios de cana na região da bacia vêm se ampliando de forma muito rápida. Há, inclusive, uma expectativa de que o porto de bóias feito pela Petrobras em Urussuquara, São Mateus, para escoamento do petróleo, seja adaptado para, num futuro bem próximo, atender à exportação de etanol. Se existem produção e escoamento, as condições logísticas são fator de desenvolvimento”, avaliou.

Granito ganha o mundo

A extração e o beneficiamento de granito é outra atividade econômica em ascensão em grande parte dos 11 municípios capixabas que fazem parte da bacia do rio São Mateus.

A atividade se desenvolve em ritmo acelerado nos municípios de Barra de São Francisco, Vila Pavão, Ecoporanga, São Gabriel da Palha, Baixo Guandu e Nova Venécia.

Nessas regiões são encontrados granitos exóticos, em diversas tonalidades, com as mais variadas cores e ótima aceitação nos mercados americano e europeu.

Não é por acaso que a cidade de Nova Venécia possui uma secretaria voltada exclusivamente para a atividade e possui o título de capital nacional do granito.

“Nova Venécia apresenta as maiores reservas de granito do Brasil, além de possuir oito cores como: amarelo, branco, rosa, cinza, azul, preto, verde e vermelho”, explica Davi da Silva Veloso, que responde interinamente pela pasta de Rochas Ornamentais.

Ele acrescenta que o município possui uma variedade de 110 tonalidades de rochas, algumas nobres e exclusivas.

Mercado de sucos embala fruticultura

O aumento da demanda das indústrias de processamento de polpas e de sucos prontos para beber está impulsionando a fruticultura irrigada nos municípios que fazem parte das bacias dos rios Itaúnas e Cricaré. A constatação é de Renato Pirola, diretor do Ceunes de São Mateus, centro vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

De acordo com Pirola, os municípios de Jaguaré, São Mateus, Conceição da Barra, Pedro Canário, Boa Esperança e Pinheiros merecem destaque pela tecnologia que vêm empregando nesse tipo de atividade.

ABACAXI

“Pinheiros já é o segundo na produção de abacaxi no Estado, além de disputar com Sooretama a liderança no maracujá. Já Pedro Canário tem o Pólo da Goiaba. Toda fruta tropical que se imagina já é produzida na região”, contou.

Com a instalação em Linhares de uma indústria de processamento de polpas, a Sucos Mais, e agora um novo empreendimento para dar suporte a essa indústria, Pirola prevê que a atividade não irá parar de crescer.

Isso sem contar as culturas tradicionais do café e da pimenta-do-reino, produzidas em Jaguaré e Pinheiros, que despontam nacionalmente.

O agronegócio frutícola capixaba

• Área plantada: 85 mil hectares

• Área em produção: 70 mil hectares

• Produção: 1,28 milhão toneladas/ano

• Rendimento: R$ 500 milhões/ano

• Participação média no Valor Bruto da Produção Agropecuária

(VBPA): 17%

• Empregos diretos: 50 mil

• Objetivos: Diversificação agrícola, crescimento de agroindústrias e crescimento das exportações

(*) Os dados são referentes a 2006

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura (Seag)

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rio São Mateus – 15/07/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Flávia Martins
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Sérgio Venturin
Autor: Gleberson Nascimento
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

Rios do ES

Informação Sobre a Navegação Importantíssima do Rio Doce

Informação Sobre a Navegação Importantíssima do Rio Doce

Transcrito por seu valor histórico, da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, tomo I, 3ª edição, Rio de Janeiro, 1908, páginas 134 a 138

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