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As Terras do Convento – Por Nobertino Bahiense

Estátua de Dona Luiza Grinalda, na Casa da Memória de Vila Velha

Se uma cousa há a que não se possa vestir o manto da ficção, essa cousa é a existência da terra. E as terras do Convento da Penha existem. E existem devidamente legalizadas em seu favor, por documentação autêntica, antiga, irretorquível.

O documento de doação feita pela Governadora da Capitania do Espírito Santo, Da. Luísa Grinalda, além de constituir um documento de grande significação histórica pelas referências que nele se contêm, legitima em favor do Convento da Penha as terras que o circundam, e isto desde a longínqua data de 6 de dezembro de 1591.

É de tão alta valia esse instrumento público que seria uma falha se este livro não o contivesse integralmente.

Devemo-lo a Frei Basílio Rower que o recolheu e publicou em sua magistral obra "Página da História Franciscana no Brasil."

Com a devida vênia, foi transcrito no capítulo VI (matéria relacionada ao lado direito).

As questões entre os homens são freqüentes. Mas entre os homens, estando de permeio os santos, as querelas se tornam mais chocantes.

Infelizmente, entre os homens e a Penha, muita cousa houve de estarrecer, na fugida desabalada e incontrolável para os pólos contrários, no desenfreio pecaminoso das paixões, na frieza do materialismo impenitente contra as luzes fúlgidas do espírito.

Nessa belíssima história que procuramos desenvolver dentro da realidade dos fatos, registrando o exato e assinalando o que entrou na ribalta através dos cenários da lenda ou do milagre, — já nos referimos a saques, roubos, assassínio e jogo. Pontos negros, lances tristes, misérias que deviam distanciar-se do âmbito de nossas investigações e das nossas notas. Encontramo-los, porém, em nosso caminho de pesquisas para esta obra.

Estamos fazendo história — simplesmente história na plenitude de sua significação. Indo adiante, temos de registrar também a controvertida questão que agitou os meios da Capital do Espírito Santo e a cidade de Vila Velha onde se encontra o Convento. Foi a questão do Morrinho.

De um lado a Prefeitura de Vila Velha, tendo como Prefeito o engenheiro Antônio Ataíde e do outro o Convento da Penha, pelo seu capelão Padre José Ludwig.

A disputa os apaixonou e ambos vieram para os jornais. O Padre defendendo o patrimônio do Convento e o Prefeito pretendendo reivindicar o terreno do Morrinho para a Prefeitura. Muitos artigos foram trocados e na Mensagem do Prefeito relativa aos anos de 1920 e 1921 o fato já era respigado.

A Prefeitura não levou a melhor pois o Morrinho continua na posse do Convento da Penha.

 

Fonte: O Convento da Penha, um templo histórico, tradicional e famoso 1534 a 1951
Autor: Norbertino Bahiense
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2018

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