Morro Inhoá

Inhoá é também uma palavra de origem tupi. O termo pode vir de embuá, ambuá, imbuá, que significa centopéia e que, por corruptela, transformou-se em n'boá e depois inhoá.
Na pequena praia de Inhoá entre o mar e o morro, os pescadores construíram suas casas de taipa com cobertura de palha. Do mato baixo e sob as pedras menores do pé do monte saíam aranhas, formigões, centopéias ou embuás. Os meninos canelas-verdes sempre identificaram o embuá como sendo a paquinha, exímia cavadeira de solo arenoso e inofensiva àqueles que com ela brincavam, diferente do quilópodes e da centopéia.
Na vertente norte do morro está a residência da tradicional família de Ignácio Ferreira da Silva e Rosa Folegatti da Silva, a quem a Vila Velha do início do século se acostumou a render homenagens pelo belo exemplo de dedicação ao trabalho e conduta dos seus filhos diante da sociedade local. No pé do morro Inhoá, havia a edificação onde originalmente funcionou a primeira fábrica de sabão, que enviou o seu produto para todas as cidades do Espírito Santo e para os estados vizinhos.
Tendo os descendentes dos fundadores se dedicado a outras atividades, a antiga fábrica deixou de produzir. Só mais tarde reabriu como depósito de produtos inflamáveis, a cargo da firma J. Zinzen e Cia., quando ruiu a chaminé primitiva. Por último, após a Segunda Guerra Mundial, ela foi usada como depósito de areia monazítica trazida do sul do estado. A matéria-prima era, em seguida, transportada para a fábrica de beneficiamento instalada na praia do Suá, no outro lado do canal, de onde era exportada.
José Felipe da Silva, um dos herdeiros do sítio Inhoá onde foi criado, diz jamais ter visto nos limites do sítio Inhoá, de sua propriedade, qualquer ruína ou vestígio de construção anterior à citada fábrica de sabão.
Autor: Jair Malisek Santos
Fonte: Vila Velha, onde começou o Estado do Espírito Santo,1999
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2012
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