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Casamento, Descendência, Outras propriedades – Vasco Coutinho

Vasco Fernandes Coutinho

É de presumir-se que o casamento com D. Maria do Campo(20) se tenha realizado após as aventuras em África e Ásia, quando, rico e renomado, podia, despreocupadamente, se devotar à vida doméstica. Desse consórcio nasceram dois filhos: Jorge de Melo e Martim Afonso de Melo,(21) que não sobreviveram ao pai.(22)

No estudo que Pedro de Azevedo dedicou a Vasco Coutinho, encontramos alusão, também, a propriedades em Santarém. Uma delas, “um prédio de casas”, foi vendida ao hospital local.(23) Segundo o mesmo autor, a transação antecedeu a compra da quinta de Alenquer.

Coutinho devia pertencer, pois, à classe média da sociedade portuguesa da época.(24) Tinha o suficiente para uma existência folgada.

Vasco Coutinho e a capitania – Por falta de documentação, as mais variadas hipóteses são aventadas sobre os motivos que induziram o ex-soldado de Afonso de Albuquerque a aceitar do monarca uma capitania no Brasil.

A experiência do Oriente não lhe deixaria ilusões sobre uma vida melhor fora da Europa. Seria a vaidade de se tornar o potentado de um país de extensão superior à de Portugal?(25) Ou o sangue aventureiro que, inconformado com a quietação da aldeia, reclamava novas façanhas?

 

NOTAS

(20) - Filha de André do Campo, senhor da Erra, e de D. Maria de Azevedo (LAMEGO, Terra Goitacá, V, 370).

(21) - P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 202.

(22) - LAMEGO, Terra Goitacá, V, 370.

(23) - P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 200.

(24) - “...muitos mil cruzados que trouxe da Índia, e muito patrimônio que tinha em Portugal” (VICENTE DO SALVADOR, Hist. Brasil, 96).

(25) - “Espanta a audácia destes homens, destes pequenos reis de tragédia, que deixam a pátria e a família, que alienam os bens, que se endividam e arruínam na temerária empresa de colonizar uma terra longínqua, habitada por canibais, onde tudo é incerto, a começar pela riqueza. De certo, as honras inerentes ao donatário, a sua quase autonomia realenga, as suas prerrogativas já anacrônicas, deviam exercer sobre o orgulho humano fascinação imperiosa. Só assim se entende que um homem nas condições de Vasco Fernandes Coutinho, que já entrara na idade madura e cujas energias deviam estar semigastas pelos trabalhos da sua anterior vida militar, passada na África e na Índia, se abalançasse a trocar pelos perigos e as canseiras de tam difícil e incerta empresa uma posição honradamente ganha” (MALHEIRO, Regimen Feudal, 242).

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2018

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O acervo documental referente a "História da Exibição Cinematográfica no Espírito Santo" iniciou no curso de Especialização Lato Sensu, do Departamento de História da UFES no ano de 2000, desdobrada na pesquisa de dissertação no Mestrado em História Social da Relações Políticas da UFES e que resultou no livro No Escurinho dos Cinemas

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